"Vinte razões por que não sou protestante"
Circula pela internet um artigo de apologética, sob o
título acima, que resume o pensamento da Igreja Católica sobre os
protestantes. A pedido de um irmão da Fé Reformada, elaboramos a devida
refutação a cada uma das questões levantadas. Vejamos:
1- Não sou protestante porque o protestantismo não
existe desde o princípio do Cristianismo. Surgiu 1500 anos depois da
era Apostólica. Suas igrejas são locais, regionais ou nacionais, não
existindo uma Igreja Universal.
R - Mas o Cristianismo existe e é dele que fazemos
parte. O Cristianismo é Universal. O católico Martinho Lutero, um dos
expoentes da Fé Reformada, teve a coragem de protestar contra a venda de
indulgências, um comércio que estava denegrindo o Cristianismo. A
partir daí, o Cristianismo, sob a graça de Deus, seguiu seu caminho
livre das heresias. A ruptura foi necessária num momento em que o
catolicismo pretendia se estender por todo o mundo, sempre com a ameaça
de colocar na fogueira seus opositores. Então o Cristianismo seguiu seu
caminho com a verdade bíblica, tendo unicamente Jesus como Senhor,
Mediador, Advogado e Intercessor, conforme as Escrituras (Pr Airton)
2 - Não sou protestante porque apesar da afirmação
de que somente a Bíblia deve ser considerada como norma de fé e
prática, eles não concordam entre si no tocante a pontos importantes,
entrando assim, em contradições. São mais de 20.000 mil denominações
diferentes. Cada uma pregando uma suposta verdade.
R - Ser a Bíblia a norma de fé e prática do cristão não é uma afirmação dos crentes; é uma declaração da própria Palavra de Deus
(Rm 10.17;
2 Tm 2.15;
3.16-17;
4.2).
Há
muitas denominações registradas em cartório, mas existe unidade na fé
em Cristo Jesus. Desprezamos dogmas criados por homens. Não comemos
pelas mãos dos outros. Cada crente examina as Escrituras, e debate, e
troca opiniões, assim como faziam os primeiros cristãos.
Vejam: "Estes foram mais nobres
do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a
palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim"
(Atos 17.11). A Bíblia chama de "nobre" aquele que examina a
Palavra e dela tira suas próprias conclusões. Somos uma só fé, uma só
religião, uma só doutrina. Só adoramos o Santo dos santos, Aquele que
morreu em nosso lugar. Não louvamos, nem adoramos, nem suplicamos a
outros deuses
(Mateus 4.10).
Se
alguma denominação ensina outro Evangelho, não faz parte do Corpo de
Cristo, não é considerada cristã, não é Igreja de Jesus (Pr Airton).
3- Não sou protestante porque atribuem a si
próprios o direito de interpretar a Bíblia. Acreditam ter uma iluminação
pessoal vinda do Espírito Santo sem intermediários, ou seja, sem a
Igreja. O mais interessante é a diferença que o Espírito Santo manifesta
em cada uma das centenas (talvez milhares) de ramificações do
protestantismo.
R - Fazemos o que Deus quer que façamos, ou seja, que nos dediquemos à leitura de sua Palavra, e nela meditemos dia e noite
(Salmos 1),
pois sabemos que "toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." (2 Tm
3.16-17).
O acesso à Bíblia não é proibido na Igreja de Cristo. Qualquer um pode
ler; tendo dúvida, pede ajuda aos mais entendidos. Para isso, há escolas
dominicais e cursos teológicos. Todo crente deve saber manejar bem a
palavra da verdade para apresentar-se a Deus aprovado
(2 Tm 2.15).
Deus
não quer ignorantes de Sua Palavra. Deus não quer ignorantes de Sua
Palavra. Podemos recorrer também ao Espírito Santo que não está preso
numa redoma de ouro e guardado num cofre; Ele está em nós
(Sl 51.11;
Lc 11.13;
At 2.4;
Ef 1.13;
Rm 8.9;
1 Co 3.16,19)
e nos ajuda em nossas fraquezas, pois Ele é uma Pessoa
(Rm 8.16,26;
Lc 12.12;
Jo 14.26;
1 Co 2.13).
Temos iluminação pessoal? E Jesus não disse que somos a luz do mundo e sal da terra
(Mt 5.13,14)? (Pr Airton).
4- Não sou protestante porque a doutrina não tem
unidade, as igrejas não são infalíveis em questões de moral e fé. Suas
hierarquias não são rígidas, os preceitos são secundários. A salvação
está em somente crer em Cristo, mas sabemos que não basta somente crer,
pois, é preciso viver a fé, e vivê-la em santidade. Daí os Mandamentos.
Daí a moral que a Igreja ensina. Dizer que a salvação vem somente do
crer em Cristo, é continuar vivendo vida injusta ou dissoluta, é mentir à
própria consciência.
E os papas são infalíveis? E as histórias repugnantes sobre diversos
papas? E a diabólica Inquisição? E o perdão pedido aos chineses, aos
aborígines, a Galileu? Não é o reconhecimento de erros cometidos pelo
catolicismo? A rigidez moral do catolicismo funciona? E o caso de
assédio e violência sexual de sacerdotes católicos contra religiosas, em
23 países, para ficar só neste exemplo? Ensinamos o que ensina a
Palavra. A fé no Senhor Jesus envolve arrependimento dos pecados; sem
isso não há perdão nem salvação. A santidade faz parte da vida cristã.
Quem nos convence do pecado é o Espírito Santo
(João 16.8).
As boas obras são decorrentes dessa fé salvífica.QUEM CRÊ NELE NÃO É CONDENADO; MAS QUEM NÃO CRÊ JÁ ESTÁ CONDENADO, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (palavras de Jesus (Jo 3.18)). Vejam também Romanos 10.9. Acontece que o catolicismo ensina a salvação pelas obras; mas não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras (Ef 2.8). Ademais, "o justo viverá pela fé" (Romanos 1.17) (Pr Airton).
5- Não sou protestante porque apesar deles lerem a
Bíblia (embora sem alguns livros e com interpretações diversas) não
possuem nenhuma autoridade superior Infalível, para declarar que uma
palavra tem tal sentido, e exprime tal verdade.
R - Qual seria a autoridade infalível na Terra? Só
surgiu um homem assim: Jesus Cristo, porque não tinha a mancha do
pecado. A Palavra diz: "seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso", e que "não há um justo, nem um sequer" (Rm 3.4,10). Não temos um PAPA falível, mas temos um Papai do Céu infalível capaz de suprir todas as nossas necessidades
(Fp 4.19).
"O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará" (Salmo 23). (Pr Airton).
6 - Não sou protestante porque eles negam a
Tradição oral. Sendo que na própria Bíblia, Paulo recomenda os
ensinamentos de viva voz (Tradição) que nos foram transmitidos por Jesus
e passam de geração em geração no seio da Igreja, sem estarem escritos
na Bíblia. Confira em
(2 Tim 1,12-14).
R - Negamos a Tradição Oral porque ela foi a maior fonte
de problemas já na teologia do Antigo Testamento, torcendo as palavras
já escritas na Torah; e ela também tem sido comprovadamente a maior
fonte de heresias no meio da Igreja Romana. No caso do Antigo
Testamento, dizia Jesus aos fariseus: "MC 7.9 - "E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição".
Note-se que Deus não deixou nada escrito, tanto no Antigo Testamento
como no Novo. Mas a existência de ESCRITURA deixada por Moisés e outros
homens de Deus limitou todos os sermões de Jesus a somente o que estava
escrito. Ele combatia tudo o que se afastasse do que estava escrito.
Paulo e os demais apóstolos podiam aconselhar os irmãos a seguir o que
dissessem, pois estavam VIVOS e seu testemunho era real. Após suas
mortes, tudo o mais que alguém poderá dizer que ouviu deles é mera
especulação. Tome-se por exemplo a Igreja da Galácia: tinha sido
evangelizada e fundada PESSOALMENTE pelo apóstolo
(At 18:23),
mas
isso não impediu que os crentes ali logo perdessem a fé genuína para os
judaizantes, obrigando Paulo a, POR ESCRITO, trazê-los de volta à
verdadeira fé:
"(GL 4:11) - Receio de vós, que
não haja trabalhado em vão para convosco". "(GL 4:18) - É bom ser
zeloso, mas sempre do bem, e não somente quando estou presente convosco"
"(GL 5:7,8) - Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à
verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chamou". E Paulo termina sua pregação, por estar ausente, por meio de documento escrito: "(GL 6:11) - Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão".
Se isso aconteceu num curto período de tempo, ainda em vida do Apóstolo
que evangelizou os gálatas pessoalmente e em sua ausência se perderam, o
que não dizer de séculos de ignorância quando a Igreja de Roma
inclusive PROIBIA a leitura da Bíblia por seus seguidores? A maior prova
da falha da tradição oral está na Cronologia dos Dogmas, com doutrinas
humanas criadas em épocas muito tempo após a morte dos apóstolos, sendo
que não se encontra nenhum documento anterior prescrevendo tal doutrina
na Igreja Primitiva (tais como Purgatório, Assunção de Maria, Concepção
Imaculada de Maria, Oração pelos mortos, etc).
Acreditar na Tradição Oral que nunca foi registrada na
Igreja do primeiro século é combater o próprio ensino de Paulo, que
escrevia cartas e mandava que fossem lidas em todas as Igrejas,
intercambiando com outras que já havia escrito: "CL
4:16 - E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que
também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia
lede-a vós também". "1TS 5:27 - Pelo Senhor vos conjuro que esta
epístola seja lida a todos os santos irmãos".
E outra coisa importante: este argumento católico se baseia na carta a Timóteo, certo? Vejamos tal carta em sua totalidade:
1) Em todas as orientações que foram dadas sobre comunicação oral, os apóstolos ordenavam sobre pronomes pessoais: "palavras que de MIM tens ouvido";
2) Paulo nunca mandou alguém a obedecer quem não fosse
apóstolo e queria que fosse ensinado o que saiu dele mediante
TESTEMUNHAS: "(2Tm 2:2) - E o que de mim, entre
muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos
para também ensinarem os outros".
3) Paulo recomenda a perfeição do obreiro de Deus pela Palavra escrita e não incluiu a tradição em pé de igualdade: "(2Tm
3:16,17) - Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para
que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a
boa obra".
Mais um detalhe: para ser apóstolo, deveriam existir dois requisitos básicos: "(At
1:20-22) - Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua
habitação, E não haja quem nela habite, Tome outro o seu bispado. É
necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em
que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo
de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se
faça conosco testemunha da sua ressurreição".
Nenhum outro homem, além dos doze, merecia tal título.
Paulo foi chamado Apóstolo dos Gentios devido ao seu chamado, não se
considerava como um dos doze e depois dele nenhum outro homem mereceu
este título, por não preencher os requisitos básicos do apostolado.
Portanto, a autoridade apostólica morre com o último apóstolo, João,
restando seus ensinamentos escritos, o que aliás foi o mais importante
critério para determinação do Cânon do Novo Testamento pela Igreja
Primitiva.
7- Não sou protestante porque algumas denominações
batizam crianças, outras não as batizam; algumas observam o domingo;
outras, o sábado; algumas têm bispos; outras não os têm; algumas têm
hierarquia; outras entregam o governo da comunidade à própria
congregação; algumas fazem cálculos precisos para definir a data do fim
do mundo. Outras não se preocupam com isto, etc.
R - Se divergências operacionais ou de entendimento da
Escritura fossem critérios para determinação de legitimidade, nunca a
Igreja de Roma poderia ter tal título. O simples fato de ter um nome
único de denominação não excluiu a verdade que os católicos possuíssem
verdadeira bagunça doutrinária, ontem e hoje. Exemplos: a Inquisição era
considerada divina a seu tempo, hoje é considerada ignorância pelos
próprios católicos; as ordens de padres têm, cada uma, estilos de vida
próprios e ensinos de santidade diferentes, como os franciscanos, os
dominicanos, os adeptos da Tradição, Família e Propriedade (que negam a
submissão ao papa), a Renovação Carismática (que para muitos padres
ainda é mal vista e tratada como facção). Curiosamente, existe um livro
chamado "Como Lidar com as Seitas", do padre Paulo H. Gozzi, que diz
textualmente, ao tratar das divergências internas da Igreja de Roma:
"Há lugar para todo mundo na Igreja, para cada jeito
de viver a fé e a comunhão. Há variedade de serviços, de dons, de
atividades, mas o Espírito que dá essa diversidade é o mesmo.
As diferenças existem para o enriquecimento espiritual de uns e outros, jamais para dividir e separar uns dos outros. Quem não gosta do jeito de um grupo, não precisa participar dele, participe de outro. Quando é que vamos aprender a viver em paz e harmonia e pluralismo, aceitando o jeito diferente de cada um ser o que é, dentro da mesma Unidade?" (páginas 64 e 65 da referida obra, 4a. edição da editora Paulus).
As diferenças existem para o enriquecimento espiritual de uns e outros, jamais para dividir e separar uns dos outros. Quem não gosta do jeito de um grupo, não precisa participar dele, participe de outro. Quando é que vamos aprender a viver em paz e harmonia e pluralismo, aceitando o jeito diferente de cada um ser o que é, dentro da mesma Unidade?" (páginas 64 e 65 da referida obra, 4a. edição da editora Paulus).
É bom mesmo que esse padre pense assim, pois ele diz na página 39, ao falar sobre o Saravá - o Baixo Espiritismo:
"Não devemos fazer acusações injustas, achando que
essas religiões são do demônio (...) E nessa cultura tribal foram
criando mitos e lendas religiosas que explicam os mistérios da vida,
passando tudo isso de pai para filho. Essas religiões africanas são
belas, puras e merecem o nosso profundo respeito".
Garanto que o Vaticano não pensa assim. Pelo menos três
padres que conhecemos pensam BEM DIFERENTE disso... e onde está a
unidade doutrinária, afinal não é um livro publicado por uma editora
católica, que não imprime nada que seja protestante? Não vamos mais
longe: e o Padre Quevedo, que diz que o diabo não existe e não existem
possessões demoníacas, contrariando o próprio Evangelho? Onde está a
orgulhosa unidade católica, já que um herege como este não é excomungado
por chamar o próprio Jesus de mentiroso?
E, quanto ao hiato entre Cristo e os protestantes, temos a afirmar duas coisas:
1) Esse hiato existe doutrinariamente e historicamente
somente com a Igreja Católica de Roma, pois Jesus nunca fundou
denominação alguma com base em Roma (cuja fundação foi num concílio
presidido por um imperador romano, 3 séculos depois de Cristo) e também o
fundamento não foi Pedro, foi o próprio Cristo, segundo afirmação do
próprio apóstolo em sua carta (1PE 2:3,4,6) -
"Se é que já provastes que o Senhor é benigno; E, chegando-vos para ele,
pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus
eleita e preciosa, por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho
em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela
crer não será confundido". Paulo disse a mesma coisa: 1Co
3:11 - "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está
posto, o qual é Jesus Cristo". EF 2:20 - "Edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da
esquina".
2) Mais importante que o hiato temporal, é o hiato
Doutrinário, e nesse aspecto a Igreja Protestante ficou muito mais perto
de Cristo ao voltar-se SOMENTE aos escritos apostólicos, recusando as
dezenas de dogmas errados da igreja de Roma, mediante o lema "SOLA
SCRIPTURA".
8- Não sou protestante porque há passagens da
Bíblia que eles não aceitaram como tais; a Eucaristia, por exemplo,
Jesus disse claramente: Isto é o meu corpo
(Mateus 26,26)
e Isto é o meu sangue
(Mateus 26,28).
R - Jesus também disse, claramente: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (Jo 10.9).
Só um louco interpretaria literalmente essa palavra e admitiria que
Jesus é uma porta e que os cristãos são ovelhas comedoras de capim. Ele
disse: "Eu sou a videira verdadeira [fonte de vida espiritual], e meu Pai é o lavrador; vós as varas" (Jo 15.1,2,5)
Nem por isso admitimos que Jesus é uma árvore, o Pai é um plantador de
arroz, e os cristãos são ramos. Está claro que essas expressões são
figurativas. Ao dizer "Isto é o meu corpo" estava dizendo, realmente
"Isto representa o meu corpo". Se levarmos em conta a interpretação
literal, Jesus ao levantar o pão estaria levantando seu próprio corpo.
Ademais, naquela oportunidade, como todas as vezes por
ocasião da ceia do Senhor, o pão continua com gosto e sabor de pão, bem
como o vinho continua com o cheiro e sabor de vinho. Esses elementos não
se transformam numa mágica no corpo de Jesus. Se assim fosse, Jesus
teria engolido a Si próprio. Jesus não entra em nós pela ingestão do Seu
corpo, mas entra em nossa vida quando O aceitamos de todo o nosso
coração como Senhor e Salvador
(Rm 10.9). (Pr Airton).
9 A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
serás salvo.
R - A leitura e interpretação da Bíblia não devem ser
privilégio de um grupo governante como na seita testemunhas-de-jeová e
no catolicismo. Todos podem ler e interpretar livremente a Palavra de
Deus, que é dirigida a todos indistintamente. Sobre o assunto eucaristia
já falamos anteriormente.
O pão não se transforma no corpo de Cristo. Ademais,
Jesus instituiu a ceia em MEMÓRIA, para recordação do Seu sacrifício na
cruz. Vejam: "Fazei isto em memória de mim" (1 Co 11.24-25). O sacrifício de Jesus não pode e não deve ser RENOVADO TODOS OS DIAS. Vejam: "Porque... Cristo padeceu uma vez pelos pecados" (1 Pe 3.18). Ele não precisa morrer outras vezes.
Então, o culto da ceia do Senhor não objetiva
crucificá-LO outra vez, mas recordar a Sua morte expiatória. "Comer a
minha carne e beber o meu sangue" não pode ser interpretado
literalmente, pois Deus não aprovaria um ato de antropofagia (comer
carne humana com suas vísceras, cabelos e unhas). Nem sempre o
significado de um texto é o significado literal, como mais acima foi
explicado.
Quando lemos que Ele é a pedra angular, o real fundamento da Igreja
(1 Co 3.11;
Ef 2.20)
não podemos entender que Jesus seja realmente uma pedra. São figuras de
linguagem. Vejamos os comentários de Norman Geisler em seu Manual
Popular de Dúvidas:
"Há muitas indicações em João 6 de
que Jesus literalmente queria dizer que a sua ordem para comer a sua
carne deveria ser considerada de uma maneira figurada. Primeiro, Jesus
afirmou que a sua declaração não deveria ser tomada com um sentido
materialista, quando ele disse: "as palavras que eu vos disse são espírito e vida"
(Jo 6.63).
Segundo, seria um absurdo e um canibalismo considerá-la com um sentido físico. Terceiro, Ele não estava falando da vida física, mas da "vida eterna" (Jo 6.54). Quarto, ele chamou a si de "o pão da vida" (Jo 6.48) e contrastou esse pão com o pão físico (o maná) que no passado os judeus comeram no deserto (Jo 6.58). Quinto, Ele usou a figura do "comer" a sua carne paralelamente à idéia de "permanecer" nele (cf. Jo 15.4-5), que representa outra figura de linguagem.
Sexto, se comer a sua carne e beber o seu sangue fosse tomado literalmente, isso seria contradizer outros mandamentos das Escrituras, que ensinam a não comer carne humana nem sangue (cf. At 15.20)".
Segundo, seria um absurdo e um canibalismo considerá-la com um sentido físico. Terceiro, Ele não estava falando da vida física, mas da "vida eterna" (Jo 6.54). Quarto, ele chamou a si de "o pão da vida" (Jo 6.48) e contrastou esse pão com o pão físico (o maná) que no passado os judeus comeram no deserto (Jo 6.58). Quinto, Ele usou a figura do "comer" a sua carne paralelamente à idéia de "permanecer" nele (cf. Jo 15.4-5), que representa outra figura de linguagem.
Sexto, se comer a sua carne e beber o seu sangue fosse tomado literalmente, isso seria contradizer outros mandamentos das Escrituras, que ensinam a não comer carne humana nem sangue (cf. At 15.20)".
Ademais, a salvação não está em comer o corpo de Jesus, mas em crer e obedecer
(Jo 3.18,36;
5.24;
6.35;
7.38;
11.25;
Atos 10.43;
13.39;
16.31;
Rm 1.16;
10.9). (Pr Airton).
10- Não sou protestante porque os mesmos não
reconhecem o primado de Pedro, sendo que o próprio Jesus disse;Tu és
Pedro (Kepha) e sobre esta pedra (Kepha) edificarei a minha Igreja;
(Mateus16,18).
R - "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja"
(Mt. 16.13-20).
O catolicismo vale-se dessa passagem para afirmar que os papas são
sucessores de Pedro. Nenhum dos modos de entender essa passagem dá
suporte à posição católica. "Sobre esta pedra" poderá referir-se à firme declaração de Pedro, de que Jesus era "o Cristo, o Filho do Deus vivo"
(Mt 16.16).
Admitida a hipótese de a referência ser a pessoa de
Pedro, este (Petros, pedra, em grego) seria apenas uma pedra no
fundamento apostólico da Igreja
(Mt 16.18),
não a rocha. Pedro admitiu que Cristo é a principal pedra, a pedra principal, angular, preciosa, de esquina
(1 Pe 2.7-8).
E mais:
a) No primeiro concílio em Jerusalém, Pedro apenas introduziu o assunto
(At 15.6-11).
Tiago teve participação mais importante: assumiu a reunião, deu seu parecer e fez um pronunciamento final
(At 15.13-21).
b) Paulo não diz que Pedro é a coluna da Igreja, mas que as "colunas" (no plural) são "Tiago, Cefas e João"
(Gl 2.9);
c) Paulo declarou que a Igreja é edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina"
(Ef 2.20);
d) Pedro não instituiu o celibato, pois era casado
(Mt 8.14);
e) Pedro não era e não se considerava infalível, pois foi advertido por Paulo porque ele não procedia "bem e direitamente conforme a verdade do evangelho"
(Gl 2.14);
f) A Bíblia diz que Cristo é o fundamento da igreja cristã, e que "ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo"
(1Co 3.11);
g) A Igreja primitiva perseverou na "doutrina dos apóstolos", e não na de Pedro
(At 2.42).
Finalmente, Pedro não aceitava adoração (o beija-mão, o ajoelhar-se aos pés) conforme
Atos 10.25-26. (Pr Airton).
11- Não sou protestante porque eles não aceitam o
sacramento do perdão e da reconciliação. Sendo que Jesus entregou aos
Apóstolos e seus sucessores, a faculdade de perdoar ou não os pecados, e
agir em nome dele. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados; àqueles a quem não perdoardes, não serão perdoados"
(Jo 20,23)
R - Pecadores não possuem poderes para perdoar pecados. O
perdão dos pecados passa necessariamente pelo arrependimento sincero, e
nenhum humano teria condições de saber quem está realmente arrependido.
Só Deus pode perdoar pecados. Nem perdoamos nem vendemos perdão.
Tiago 5.16
fala que devemos relatar nossas fraquezas uns aos outros, buscar auxílio
mútuo em oração. É claro, mediante arrependimento os pecados serão
perdoados por Deus. A Bíblia se explica a si mesma. Veja: "Se
o meu povo... se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter
dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e PERDOAREI OS SEUS
PECADOS..." (2 Cr 5.17).
Não se vê Pedro e Paulo, ou qualquer apóstolo, antes ou
depois da ascensão de Jesus, perdoando pecados. Quando perguntaram a
Pedro como proceder para ser justificado, ele respondeu: "Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos, para que SEJAM APAGADOS OS VOSSOS PECADOS, e
venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor".
Quando os escribas afirmaram que só Deus pode perdoar pecados, Jesus não corrigiu
(Mc 2.7-12).
Assim
como os sacerdotes não podem salvar pecadores, mas podem anunciar a
salvação dos arrependidos, segundo a Palavra, da mesma forma não podem
perdoar pecados, mas proclamar o perdão dos que se arrependem, segundo a
Palavra. Assim podemos entender
João 20.23. (Pr Airton).
12- Não sou protestante porque Jesus disse que edificaria sua Igreja sobre Pedro
(Mateus 16,18),
e
as igrejas protestantes são constituídas sobre Lutero, Calvino, Knox,
Wesley,etc...Entre Cristo e estas denominações há um hiato...Somente a
Igreja Católica remonta até Cristo.
R - Uma pessoa humana não poderia ser a pedra de sustentação da Igreja de Cristo. Somente o próprio Cristo é a pedra angular
(At 4.11;
Ef 2.20),
pedra espiritual
(1 Co 10.4),
pedra principal de esquina
(1 Pe 2.7).
Cristo é o fundador de Sua Igreja, "porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Co 3.11).
"Assim que já não sois
estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família
de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de
que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual
também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito."
(Ef 2.19-22).
13- Não sou protestante porque Jesus prometeu à sua Igreja que estaria com ela até o fim dos tempos
(Mateus 28,20),
e
os mesmos se afastam da única Igreja de Cristo, para fundar novas
igrejas; que se vão dividindo, subdividindo e esfacelando cada vez mais,
empobrecendo e pulverizando a mensagem do Evangelho.
R - Jesus Cristo conviveu numa época onde havia diversos
tipos de denominações entre os judeus: saduceus, fariseus, herodianos e
os zelotes. Não existe NENHUMA, sequer uma crítica a essa divisão por
parte do Senhor Jesus em todos os Evangelhos.
Nesse ponto, não importa se os nomes das placas são diferentes; importa se o Evangelho é pregado em sua forma mais pura: 1Co 1:23 - "Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos".
Nunca, em momento algum, Cristo determinou que
denominações seriam prova de inautenticidade, mas sim Ele prezava que as
diferentes denominações não tivessem ERROS DOUTRINÁRIOS para com as
Escrituras... e esse é justamente o ponto onde a Igreja de Roma erra,
preocupando-se somente com o nome da placa. Matam-se os mosquitos, mas
dá-se passagem ao elefante...
14- Porque o subjetivismo protestante entra pelos
caminhos do racionalismo e vêm a ser os mais ousados roedores das
Escrituras (tal é o caso de Bultmann, Marxsen, Harnack, Reimarus,
Baur...) Outros preferem adotar cegamente o sentido literal, sem o
discernimento dos expressionismos próprios dos antigos semitas ; o que
distorce, de outro modo, a genuína mensagem Bíblica.
R - No dia que a Igreja de Roma excluir o Padre Quevedo,
que diz que o diabo não existe, no dia que a Igreja de Roma excluir os
padres que acreditam em reencarnação, como os exibidos no Fantástico de
11 de Novembro/2001, no dia que a Igreja de Roma excluir o padre Gozzi
que acha belo e puro o Candomblé, nesse dia eu vou acreditar que a
Igreja de Roma não aceita SUBJETIVISMOS em seu meio... antes disso... é
mera HIPOCRISIA E FALÁCIA.
15- Não sou protestante porque quem lê um folheto
protestante dirigido a Igreja Católica, lamenta o baixo nível das
argumentações, sendo imprecisas, vagas, ou mesmo tendenciosas; afirmam
gratuitamente sem provar as suas acusações; baseiam-se em premissas
falsas, datas fictícias, anacronismos etc.
R - A acusação recai sobre o acusador. Vemos nessas
VINTE RAZÕES os erros pelos quais somos acusados. Ou seja, o baixo nível
da argumentação, quase inexistência de uma base bíblica; um modo
tendencioso de nivelar todas as denominações evangélicas,
classificando-as como seitas.
Em resumo, dizendo que fora do catolicismo não há
salvação. São os mesmos erros cometidos no tempo de Martinho Lutero. O
catolicismo seria o guardião da verdade. Mas Jesus disse claramente que
quem nele crê não será condenado. A Bíblia diz claramente que a salvação
é pela graça, mediante a fé
(Ef 2.8).
Não
vem pelo batismo, nem pela ingestão do pão, nem pelo casamento, pelo
crisma ou por qualquer outra obra. O ladrão da cruz apenas creu, e foi
salvo
(Lc 23.43).
Uma coisa é acusação, outra é apontar as heresias e apresentar argumentos bíblicos. (Pr Airton).
16- Não sou protestante porque: eles protestam,
criticam, censuram a fé Católica para substituí-la pela negação, pela
revolta contra a autoridade do Papa etc. Esse é o laço que os une, pois a
essência do protestantismo é a negação da Igreja Católica.
R - É um erro a expressão "fé católica". Não existe fé
católica nem fé evangélica, mas simplesmente a fé no Senhor Jesus, o
nosso Salvador. Milhões substituíram a fé católica pela fé em Jesus.
Ninguém será salvo por pertencer a esta ou àquela denominação. A
salvação é pessoal e depende de nossa fé em Jesus Cristo
(Jo 3.18;
Rm 10.9;
At 16.31).
Não atacamos o Papa ou quem quer que seja. Quem assim
faz não está se comportando como verdadeiro cristão. O Papa é autoridade
máxima no catolicismo, mas não no Cristianismo. Logo, como não
pertencemos ao catolicismo não estamos sob a autoridade papal. Negamos a
Igreja Católica, mas não negamos a Cristo Jesus. (Pr Airton).
17 -Não sou protestante porque cada qual dá à
Escritura o sentido que julga dar, e assim se vai diluindo e pervertendo
cada vez mais a mensagem revelada. Lêem apenas, mas tem grandes
dificuldades de estudarem a Bíblia e as antigas tradições do
Cristianismo.
R - Carece de prova a afirmação de que cada evangélico
dá a interpretação que deseja dos textos bíblicos. As denominações
evangélicas possuem teólogos, faculdades de teologia, escolas bíblicas,
toda uma estrutura para orientar, ensinar, tirar dúvidas. Não há nenhuma
norma proibindo a leitura da Bíblia, como aconteceu antigamente no
catolicismo.
Julgamos que todos são capazes de entender a Palavra de Deus
(2 Tm 3.16-17).
Dizer
que temos grandes dificuldades "de estudar" a Bíblia é faltar com a
verdade. É exatamente o contrário. Os evangélicos estão sempre portando a
sua Bíblia. Ocorre o contrário no catolicismo, onde a maioria não tem o
hábito de pelo menos ler as Escrituras. (Pr Airton).
18- A grande razão pela qual o protestantismo se
torna inaceitável ao Cristão que reflete é o subjetivismo que o impregna
visceralmente. A falta de referenciais seguros, garantidos pelo próprio
Espírito Santo (conforme
João 14,26
e
João 16,13),
é o principal ponto fraco ou calcanhar de Aquiles do protestantismo.
R - Muito pelo contrário, o protestantismo tem-se
tornado aceitável pelos que descobrem a verdade. É inegável o
crescimento real dos protestantes no Brasil. Todos os que vieram do
catolicismo optaram pelos referenciais seguros apresentados pela igreja
evangélica porque extraídos diretamente da Palavra. A Bíblia Sagrada é o
ponto forte dos protestantes
(2 Tm 2.15;
3.16-17). (Pr Airton).
19- Não sou protestante porque esta diluição do
protestantismo e a perda dos valores típicos do Cristianismo, estão na
lógica do principal fundador Martinho Lutero; que apregoava o livre
exame da Bíblia ou a leitura da Bíblia sob as luzes exclusivas da
inspiração subjetiva de cada protestante; cada qual tira das Escrituras
"o que bem lhe convém".
R - A objeção acima é uma repetição. Já falamos sobre o
livre exame que é uma bênção, pois Deus ordena que todos leiam a Sua
Palavra. Vejamos: "Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja
bem a palavra da verdade." (2 Tm 2.15). "Bem-aventurado aquele que lê, e
os que ouvem as palavras desta profecia..."(Ap 1.3);
"Bem-aventurado o homem
que...tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de
noite" (Salmo 1.1-2); "Examinais as Escrituras..." (Jo 5.39); "estes
foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom
grado receberam a palavra, EXAMINANDO CADA DIA NAS ESCRITURAS..." (Atos
17.11). Logo, cai por terra o argumento do livre exame. A Escritura é para ser lida e examinada livremente.
Não retiramos das Escrituras o que bem nos convém, porque nela tudo convém. (Pr Airton).
20- Concluindo! Não sou protestante porque Maria Santíssima disse: Desde agora, todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada;
(Lucas 1.48),
e nos cultos protestantes, seu nome, sequer é mencionado. Caiu no esquecimento. Quem cumpre
(Lucas 1.48)
é somente a Igreja Católica Apostólica Romana.
R - Deus não divide sua glória com ninguém
(Is 42.8).
Ele é soberano e somente a Ele devemos adorar
(Mt 4.10).
Maria morreu. A tentativa de comunicação com os mortos é abominação ao Senhor
(Is 8.19;
Dt 18.10-12).
Na parábola do rico e Lázaro, Jesus informa que os mortos nada podem fazer pelos vivos
(Lc 16.19-31).
Bem-aventurada quer dizer feliz. Maria foi uma pessoa feliz.
Jesus chamou de bem-aventurados os pobres de espírito, os que choram, os misericordiosos, os limpos de coração, etc
(Mt 5).
Então,
por ter sido chamada de bem-aventurada, Maria não ficou investida das
prerrogativas de mãe de Deus, mãe da humanidade, assunta aos céus,
advogada nossa, sempre virgem, imaculada, depositária de preces, rainha
dos céus, trono de sabedoria, etc. O nome da santa Maria é pronunciado
por qualquer cristão, observando-se tudo o que a Bíblia diz sobre ela.
(Pr Airton).
1 Todas as referências bíblicas citadas neste estudo foram impressas a partir da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995.
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