29 de maio de 2016

Dificuldades Biblicas

Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil.
A Bíblia pode ser acessada online através


1- Posso dar bom dia a Deus? Tratá-lo como um bom colega?

 



Ola. A paz do Senhor. Eu estava em um grupo de jovens da igreja e na conversa informal que nós estávamos tendo, eu citei que um dia eu dei "Bom dia" pra Deus. A bíblia nos mostra que Deus, além dos outros atributos, é um ser pessoal. Então, dar esse tipo de tratamento a Deus, como nesse caso, um bom dia, ao Criador de todas as coisas, Rei dos reis, Senhor dos senhores, é errado ou certo? Adaias.

Adaias, pra que essas inovações?!?!? A Bíblia é nosso modelo, e veja, de Gêneses a Apocalipse, como Deus é tratado pelos Seus filhos: sempre com extrema reverência e respeito.

Veja, por exemplo, o profeta Isaías:


Is 6:5 Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos.

Outro exemplo, os serafins em Is 6:3


3 E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.

Finalmente, a oração modelo que Cristo nos ensinou para criarmos nossas palavras de oração, começa assim:

Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja Teu nome...



Autor: Hélio


2- O que é TEOFANIA?


 O termo Teofania, vem do grego theophnaia, que por sua vez é uma palavra composta por dois vocábulos, também gregos: Théos, "Deus" e phanei, "aparecer". Isto é, Teofania é o termo utilizado para descrever alguma manifestação visível de Deus, na forma que Ele quiser. Alguns eruditos, definem Teofania como uma manifestação de Deus aparecendo, seja em forma humana, seja através de fenômenos da natureza gran­diosos e impressionantes.
Em sua essência, Teofania é um termo teológico que serve para indicar qualquer manifestação temporária e normalmente visível de Deus. Por conseguinte, é preciso se distinguir de forma enfática que há uma grande diferença entre a Teofania (que é uma manifestação temporária) e a Encarnação (que é uma manifestação permanente), uma vez que muitas das Teofanias do AT eram manifestações de Jesus pré-encarnado.


3- O que Significa Teologia?

Muitas pessoas tem duvida a respeito do que significa teologia. Será que teologia é um curso, uma ciência, algo espiritual, ou algo material? Quem pode explicar corretamente o que é Teologia?
Termo formado de duas palavras gregas; théos, "Deus" e logia, "estudo", "dissertação", tratado". Com base nesta informação etimológica, muitas têm sido as definições de Teologia. Nós a definimos como a Ciência que trata do conhecimento de Deus e de Suas relações com o Universo e o Homem.
Nós a consideramos "ciência" (cf. o gr. sophia), pois este termo possui uma gama muito grande de significados, tais como: sabedoria; inteligência; conhecimento variado de asuntos humanos e divinos; conhecimento e prática dos requisitos de uma vida de comunhão vertical e horizontal.
É óbvio que a Teologia não se propõe a dissecar o ser de Deus, mas a apresentá-lO ao nível da compreensão humana. É evidente que Deus, como um Ser eterno, onisciente, onipotente, onipresente, santo e transcendente, jamais poderia ser aquilatado na Sua plenitude pelo homem, cuja capacidade é tão limitada em si mesma. Se a Bíblia diz que os céus, nem os céus dos céus podem conter a Deus (cf. 1Rs 8:27), como que a nossa ínfima compreensão seria capaz de aquilatá-lO? Comece por onde começar a nossa pesqui­sa do Ser divino, ela sempre esbarrará na declaração de Jesus à mulher samaritana: "Deus é Espírito..."(Jo 4:24). No entanto, a Teologia se propõe a apresentar de forma sistematizada aquilo que Deus quis revelar-nos acerca de Si mesmo e acerca de nós, obra de Suas mãos (Dt 29:29) 


4- O que Significa TETRAGRAMA SAGRADO ?

Esta é a designação do nome que se dá às quatro letras que formam o infalível Nome de Deus, Yahweh, ou seja YHWH. Esse Nome nunca foi e nunca é pronunciado pelos judeus, embora suas vogais tenham sido emprestadas dos nomes Adonai e Elohim. Os copistas, ao escreverem O Nome, valiam-se de canetas de ouro. O Nome (ou Tetragramaton) era escrito, mas não era lido, devido à preocupação exacerbada em relação ao estabelecido em Ex 20:7.

5- O Que Significa TRICOTOMIA?

Este é o termo utilizado para designar a interpretação de que o homem compõe-se de três partes, ou elementos essenciais, quais sejam: o espírito, a alma e o corpo (1Ts 5:23).

O corpo (gr. soma) é a matéria da sua constituição; a alma (heb. nephesh, gr. psyche) é o princípio da vida animal que o homem possui em comum com os irracionais.

A ela pertencem o entendimento, a emoção e a sensibilidade, que terminam com a morte. O espírito (heb. ruah, gr. pneuma), é o princípio do homem racional e da vida imortal. Possui razão, vontade e consciência, e se estende à eternidade, após a morte biológica, ou seja, após a morte do corpo.

6- Foi a Vara de Moisés Que Virou Serpente Diante de Faraó?


É muito comum acreditar-se, e até muitos pregam, que Moisés lançou a vara DELE diante de Faraó e ela se transformou em serpente. Isto, porém, jamais aconteceu! A vara que se transformou em serpente foi a de Arão e não a de Moisés. Foi Arão quem lançou a vara diante de Faraó, por ordem de Deus, através de Moisés.

O mais incrível, porém verdadeiro, é que foi Arão também quem tocou com a vara nas águas, as quais se transformaram em sangue. Confira com o texto da Bíblia:

“E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo: Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei por vós algum milagre, dirás a Arão: Toma a TUA vara, e lança-a diante de Faraó, e se tornará em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos. Porque cada um lançou sua vara e tornaram-se em serpentes. mas A VARA DE ARÃO tragou as varas deles.

Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão:

Toma tu a vara, e estende a tua mão sobre as águas do Egito, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, sobre os seus tanques e sobre todo o ajuntamento das suas águas, para que se tornem em sangue. e haja sangue em toda a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.

E Moisés e Arão fizeram assim como o Senhor tinha mandado. e levantou a vara, e feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó, e diante dos olhos de seus servos e todas as águas do rio se tornaram em sangue.” (Êxodo 8-12,19,20).

Além disso, foi Arão quem, por ordem de Deus, fez vir rãs sobre o Egito e feriu o pó da terra, transformando-o em piolhos.

Moisés esteve presente quando tudo isto aconteceu. Porém, foi pelas mãos de Arão, seu irmão, e com a vara de Arão e não pelas mãos de Moisés e com a vara de Moisés que tais coisas aconteceram. Veja também este texto:

“E disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito. E fizeram assim: porque Arão estendeu a sua mão com a sua vara e feriu o pó da terra, e havia muitos piolhos nos homens e no gado. todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egito. (Êxodo 8:16,17).

Houve uma praga, a das úlceras, sobre os homens e os animais, que foi gerada por cinza do forno, que Moisés e Arão tomaram seus punhos cheios e MOISÉS a lançou para cima. (Êxodo 9:8-10).

As pragas que foram concitadas por Moisés, foram: a das úlceras, conforme vimos acima, a da saraiva (Êxodo 9:23), a dos gafanhotos (Êxodo 10: 13). e a das trevas (Êxodo 10:22). Portanto quatro pragas. Arão, por sua vez, concitou três pragas. Isto soma sete pragas. E as outras três?

As outras três foram realizadas diretamente por Deus, sem qualquer um dos dois varões – Moisés ou Arão – levantarem a mão ou utilizarem a vara. Estas foram: a praga das moscas, a da peste nos animais e a da morte dos primogênitos.

Extraido do Livro:  O Que a Bíblia não diz



7- A Alma Pode Separar-se do Espírito?


alma espirito

Pergunta:

“Lendo seus artigos sobra alma, gostaria de saber o que vocês acham dos livros do Watchman Nee, que separa alma do espírito.

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de 2 gumes, e penetra até ao ponto de dividir a alma e o espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12).

Esse texto deixa claro que alma e espírito podem ser divididos, portanto são 2 elementos com 2 naturezas distintas".

Resposta:


Há duas interpretações sobre a composição físico-espiritual do homem. A primeira, defendida pelos “tricotomistas”, diz ser o homem formado de corpo, alma e espírito. A segunda, a dos “dicotomistas”, sustenta que o homem possui apenas corpo e alma, sendo esta dividida em duas substâncias: a alma propriamente dita, ligada aos nossos sentimentos, e o espírito, que tem consciência e possui o conhecimento de Deus. O Antigo Testamento não faz muita distinção entre alma e espírito: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida. E o homem foi feito ALMA VIVENTE” (Gn 2.7).

O termo “espírito” deriva do hebraico “ruah”, do grego “pneuma”, do latim “spiritus”, e significa sopro, hálito, vento, princípio de vida. Logo, nossa parte imaterial ou espiritual foi formada de uma parte da essência (do sopro) de Deus (Ez 3.19; Pv 23.14; Sl 33.19). O Novo Testamento também não estabelece uma clara distinção entre os dois termos: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1.46-47). Outras referências: Hb 4.12; 1 Ts 5.23. Jesus disse: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Antes, porém dissera: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte” (Mt 26.38).


A verdade é que o homem possui uma parte material (o corpo) e uma imaterial (o espírito) formadas por Deus. Quando esta parte imaterial se relaciona com a carne (sensações, emoções, vontade), chama-se ALMA; quando serve de ligação com Deus, chama-se ESPÍRITO. Considero ser esta uma explicação razoável.

Quanto à “divisão da alma do espírito” (Hb 4.12), o texto, objeto da consulta, não está afirmando que esses dois elementos podem ser separados em algum momento. Na verdade, o texto enfatiza o poder da Palavra, como espada, capaz de separar o inseparável.

“Ordinariamente, os escritores sagrados referem-se ao homem como sendo um composto de corpo e alma, ou corpo e espírito, e não de corpo, alma e espírito, a não ser as passagens em 1 Co 15.44 e 1 Ts 5.23; e em Hebreus 4.12, em que se faz distinção entre a alma animal e a racional, para fins de pura argumentação” (Dicionário da Bíblia, John D. Davis). Uma tese equilibrada sobre o assunto é a seguinte:

“Em geral os escritores bíblicos, de uma forma especial os do Antigo Testamento, não fazem distinção precisa entre psyche, alma animal, que é a parte inferior do ser humano, e pneuma, espírito ou alma racional, parte superior do homem. Por isso é comum o uso de ambos os vocábulos como designando uma mesma coisa. Escreve Scofield: “Sendo o homem `espírito´, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo `alma´, ele tem conhecimento de si próprio; sendo `corpo´, tem através dos sentidos, conhecimento do mundo”. O corpo é tabernáculo da alma, a alma a sede da personalidade, e o espírito o canal de comunhão com Deus” (As Grandes Doutrinas da Bíblia – Raimundo de Oliveira, CPAD, 2ª Edição/1992, p. 161)
Autor: Pastor Airton Evangelista da Costa

 8-  O Que Fazem os Demônios? 
 

Em Lucas 13.11, nós vemos uma mulher que tinha um demônio de enfermidade, havia já dezoito anos. Porém, Jesus ensinou, que quem prendia aquela mulher, era o próprio Satanás através daquele demônio (Lc 13.16). Sendo assim, tudo que Satanás faz, os demônios também fazem sobre o seu comando. Satanás não é onipresente, nem onipotente, nem onisciente. Sua presença, poder e conhecimento são ampliados através de seus demônios. Vejamos o que eles fazem:


(1) Controlam o sistema mundial (Ef 6.12; 1 Jo 5.19).

(2) Estão por detrás de governos para influenciá-los (1 Cr 21.1; Dn 10.13,20; Ap 16.13,14).

(3) Promovem a idolatria (Lv 17.7; Dt 32.17; 2 Cr 11.15; Sl 106.37,38; Os 4.12; 1 Co 10.19-21).

(4) Promovem o espiritismo e as praticas de adivinhação (1 Sm 28.7; Ez 21.21; Os 4.12; At 16.16).

(5) Promovem as seitas e as heresias na Igreja (Gl 1.6-8; Cl 2.18.23; 1 Tm 4.1-5).

(6) Oprimem a humanidade, através dos ladrões, assassinos, e as forças da natureza (Jó 1.12-19).

(7) Colocam enfermidades: como mudez (Mt 9.32,33), surdez (Mc 9.25), cegueira (Mt 12.22), curvatura da coluna (Lc 13.11), epilepsia (Mt 17.15; Mc 9.20; Lc 9.42), e feridas malignas (Jó 2.7).

(8) Colocam desordens mentais: como violência e força anormal (Mc 5.4), gritaria e automutilação (Mc 5.5), andar nu pelas ruas (Lc 8.27), e ter tendência ao suicídio (Mc 9.22).

(9) Causam perseguições contra a Igreja (Ap 2.8-10).

(10) Tentam os crentes na área do sexo (1 Co 7.5).

(11) Cegam as mentes dos incrédulos ao evangelho (2 Co 4.3,4).

(12) Colocam pensamentos pecaminosos (Jo 13.2; At 5.3).

Entre essas e outras obras, realizadas por Satanás e seus demônios, temos certeza de uma coisa, o objetivo dessas forças espirituais, é sempre fazer o mal (Ef 6.12).

Autor: Pastor Sandro de Souza Oliveira



9- Se Jesus é o Filho, Como Pode Ser Deus?

               
  
Se crermos que a Bíblia é a Palavra de Deus, então cremos que o que o apóstolo João escreveu em João 1.1,2, 14 foi sob inspiração divina. O apóstolo escreveu que o Verbo era Deus e este se fez carne e habitou entre nós. A própria Bíblia diz que toda Escritura é divinamente inspirada (2 Tm 3.16-17). Não sei se você participa ativamente de EBD - Escola Bíblica Dominical ou de outra instrução bíblica semanal ou mensal, pois esses momentos oferecem oportunidade para que as dúvidas sejam dirimidas. A sua dúvida me diz que você ainda não crê firmemente na Trindade, no Pai, no Filho e no Espírito Santo como uma Unidade. Se não crê que o Filho é divino e é o próprio Deus encarnado, então não crê que o Espírito Santo seja uma Pessoa.


O crente precisa meditar muito na Palavra, "comer o rolo", queimar pestanas e, com a ajuda do Espírito, convencer-se de que a Bíblia é a Verdade.

Há três espécies de seres espirituais:


1) Deus, que é Espírito (Pai, Filho, Espírito Santo)
2) os ANJOS, divididos em BONS (mensageiros de Deus) e MAUS (anjos decaídos, isto é, satanás e seus demônios)
3) espíritos humanos (espíritos dos homens após a morte). Se crermos que o Filho não é o Deus encarnado, duas classes devem ser acrescentadas: o Filho e o Espírito.

Jesus não está incluído na classe dos “espíritos humanos” por óbvias razões (Jo 3.16). Também não faz parte da segunda classe, pois Ele é superior aos anjos (Hb 1.6: “E todos os anjos de Deus o adorem”). Só resta incluí-lo na primeira classe, a de Deus. Se a Bíblia diz que a adoração só é devida a Deus (Mt 4.10; Ap 19.10) e a mesma Bíblia recomenda que os anjos adorem ao Filho, logo o Filho é Deus, e não pode ser incluído na classe dos anjos. Mas há “n” provas bíblicas a serem examinadas.

“Devemos entender que subsiste uma relação eterna entre o Filho e o Pai na Deidade. Quer dizer, o Filho de Deus, em Sua relação eterna com o Pai, é denominado “Filho”, não porque Ele em certo tempo começou a derivar Seu ser do Pai (em tal caso, Ele não poderia ser coeterno com o Pai), mas porque Ele é e sempre foi a expressão do que o Pai é (cf.Jo 14.9. `quem me vê a mim vê o Pai´). As palavras de Hebreus 1.3: `O qual [Jesus], sendo o resplendor da sua glória [de Deus] e a expressa imagem da sua pessoa [de Deus]´, são definições do que significa `Filho de Deus´. Portanto, a deidade absoluta, e não a deidade em sentido secundário ou derivado [gerada], é o que se quer dizer com o título (Dicionário VINE). .

Além dessas rápidas considerações, a Bíblia declara que o Filho possui os mesmos atributos de Deus: onipresença, onipotência, onisciência, isto é, atributos próprios da Deidade.
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa

10- O Que é Sacramento?

 É um ato, uma cerimônia, uma ação ou prática litúrgica, instituídos por Cristo.

Segundo santo Agostinho, sacramento é "símbolo de coisa sagrada" ou "forma visível de uma graça invisível".

Diríamos que os sacramentos são atos de obediência a específicos mandamentos divinos.

Para a Igreja Católica existem sete sacramentos, fixados a partir do Concílio de Trento, no meado do século XVI:

· Batismo
· Crisma
· Eucaristia
· Confissão
· Unção dos enfermos (antiga extrema-unção)
· Ordenação
· Matrimônio

Para os protestantes os sacramentos são apenas dois, como instituídos por Jesus Cristo: o batismo (Mateus 28.19) e a ceia do Senhor (1 Coríntios 11.23-26).
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa

11- O Diabo e Seus Anjos Têm Alguma Chance de Salvação?


Figura de um Diabo bem feio

Não, pelas seguintes razões:

· O inferno foi preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 25.41). Logo, já está determinada a condenação desses espíritos malignos.
· No Juízo Final, serão julgados espíritos humanos; julgamento dos mortos. O Justo Juiz julgará vivos e mortos (1 Pedro 4.5; Atos 10.42; Apocalipse 11.18), dos quais os anjos caídos não fazem parte.
· O diabo e os demônios já estão condenados: '... porque o príncipe deste mundo já está julgado' (João 16.11; 2 Coríntios 4.4; Hebreus 2.14).

A derrota de Satanás está prevista na Palavra de Deus: 'E o diabo, que os enganava, foi lançado no Lago de Fogo e Enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para todo o sempre' (Isaías14.12-15; Colossenses 3.15; Apocalipse 20.2, 3, 10)

Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa




12- Quem Tem o Dom de Variedades de Línguas é Superior aos Demais? 

 

Faço parte de uma igreja pentecostal e normalmente nos cultos após a pregação há uma apelação para que os que estão presentes desejem e falem em linguas.
E realmente muitos são batizados com esse dom e sempre é uma grande festa, mas eu não tenho o desejo de falar novas línguas. Sempre oro e busco me encher com o Espírito e receber outros dons como : ensino, misericórdia, discernimento e sabedoria. É errado eu pensar e buscar outros dons e não ter o desejo de falar em línguas? É correto usar como parâmetro de pessoa cheia do Espirito, somente aquela que fala em linguas estranhas?
 
Resposta

 O Apóstolo recomenda que busquemos com zelo OS DONS espirituais, mas principalmente o de profetizar (1 Co 14.1), porque o de profetizar serve para edificação, exortação e consolação (v.3). O dom de falar em línguas não deve ser considerado desprezível, pois o Apóstolo diz que "quero que todos vós faleis em línguas". Mas na relação de importância para a igreja, o de profetizar tem mais valor. O de línguas edifica também, mas ao próprio que o usa. O falar em línguas é como uma oração espiritual, que Deus entende (v. 14). "Dou graças a Deus, porque falo mais línguas do que vós todos" (v.18). Porém, na igreja as línguas não edificam os demais (v.19). As línguas são um sinal para infiéis, que vêem nisso a manifestação sobrenatural do Espírito, tal como aconteceu em Pentecostes (v.22; v. Atos 2). Na igreja de Corinto havia um grande derramar do Espírito. Todos queriam falar em línguas ao mesmo tempo, inclusive as mulheres. Então Paulo deu uma orientação específica. Mas ele adverte: "Não proibais falarem línguas" (v.40), porém tudo em ordem.

Ele diz também que a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Os dons têm um fim proveitoso (1 Co 12.7). Deus nada faz inutilmente. Se os dons são dados, é porque a igreja deles precisa. Regra geral, a primeira manifestação do Espírito após o batismo (no Espírito Santo) é o falar em línguas estranhas. Quando a sua igreja incentiva o falar em línguas, está também incentivando a que todos busquem o batismo no Espírito.

O que o crente pentecostal deseja fazer é orar para ser batizado no Espírito. Se o dom de línguas vierem, que venha. A partir daí, deve buscar o dom de interpretação de línguas (1 Co 14.13), dons de curar, palavra da sabedoria, da ciência, discernimento de espíritos, etc.

Com certeza você ainda não passou pela experiência inconfundível do batismo no Espírito Santo, pois todos os que a experimentam têm alegria em usar o dom de línguas. Acrescento que o crente que fala em línguas não é superior ao que não fala. Todos são filhos de Deus e salvos pela fé no Senhor Jesus.
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa

13- Deus Abandonou Jesus na Cruz? 


 

 A minha dúvida : 'Eli, ELi, lama sabactâni' - Mateus 27,46. Confesso que não entendi direito estas palavras de Jesus. Teria Deus o abandonado ou teria ele se desesperado ?

Resposta


Transcrevo comentários da Bíblia de Estudo Pentecostal: "Este brado de Cristo assinala o ponto culminante dos seus sofrimentos pelo mundo perdido. Seu brado em aramaico("Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?") testemunha que Ele experimentou a separação de Deus Pai, ao tornar-se substituto do pecador. Esta é a pior tristeza, angústia e dor que ele sente. Está ferido pelas transgressões dos seres humanos (Is 53.5) e se dá "em resgate de muitos" (Mt 20.28); 1 Tm2.6). Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado pela humanidade inteira (2 Co 5.21). Ele morre abandonado, para que nunca sejamos abandonados (cf. Sl 22). Assim, mediante seus sofrimentos, Cristo redime a raça humana (1 Pe 1.19)".

Jesus morreu em nosso lugar. Foi como se nós estivéssemos ali, desamparados, pagando o preço por nossa rebeldia. Seu brado, portanto, significa mesmo um real desamparo naquele momento, e confirma a Sua morte substitutiva. Seu brado nos diz que todos os que estão em pecado estão sem o amparo de Deus, mas através de Cristo podemos ser justificados e recebidos como filhos do altíssimo (Jo 1.1
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Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa



14- Quem é Deus e qual o sentido da vida humana?

Estou duvidando Quem é DEUS?

1) Qual é o sentido da vida e por que estamos aqui?
2) O que é e como é Deus?

Resposta:

O melhor meio de nos convencer da existência de Deus é refletirmos sobre o seguinte: não existe criação sem Criador. O Universo não nasceu do nada absoluto, de uma grande explosão como querem ateus e evolucionistas. Se nasceu de uma grande explosão, então antes da explosão havia alguma forma de matéria, pois o nada absoluto não pode explodir. Depois é preciso refletir sobre a perfeição dos movimentos da Terra, do Sol, da Lua e demais planetas, para ficarmos somente em nossa galáxia. Poderia surgir tudo isso de uma explosão, do nada, sem que houvesse um Criador Todo-Poderoso?

Se Deus criou o Universo, criou também homens e animais, que também não poderiam ter nascido do nada. Qual o sentido da vida? Por que existimos? Para que existimos? A resposta está na vontade soberana de Deus. Deus quis. Não desejou ficar sozinho no seu Reino. Quis compartilhar as riquezas celestiais com criaturas humanas capazes de amar, de perdoar, de serem justas. Deus criou o homem com livre-arbítrio, podendo aceitar ou rejeitar o Criador. Ele estabeleceu regras de comportamento. Para quem O rejeita, tormentos eternos. Para quem O aceita, vida eterna.

Enquanto estivermos peregrinando por esta Terra, vemos tudo como através de um espelho, como disse o Apóstolo Paulo. E quando olhamos através de um espelho, as figuras ficam embaçadas diante de nossos olhos. Muitas das verdades espirituais estão muito acima do nosso limitado entendimento. Não temos as respostas exatas para todas as perguntas. Que fazer? Aceitar pela fé as verdades bíblicas, porque sem fé é impossível agradar a Deus. Finalmente, Deus é Espírito, Ser supremo, Criador de todas as coisas. Se crermos em Jesus Cristo, o Filho de Deus, teremos vida eterna (João 3.16-18; 14.6; Efésios 2.8-9)
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Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa



15- Podemos Usar a Expressão 'Papai' Quando Oramos a Deus?


Criança no Colo do Pai

O nome papai quando oramos, de onde se origina este diminutivo, uma vez que Jesus sempre se dirigiu a Deus como Pai (simplesmente)
 
Resposta
A palavra ABBA (ou ABA) é encontrada na Bíblia em Marcos 14.36, onde Jesus diz: "Aba, Pai...", e também em Rm 8.15,16; Gl 4.6).

"ABA, é do aramaico, e significa pai ou paizinho, uma das expressões mais carinhosas do Novo Testamento. Mostra a familiaridade que o crente tem com o Pai Celeste. Foi usada pela primeira vez pelo Senhor Jesus, como acima. Paulo utilizou-a nas epístolas aos romanos e aos gálatas, para demonstrar que, mediante o sacrifício de Cristo, tornamo-nos filhos de Deus (Rm 8.15,16; Gl 4.6)” (Dic. Teológico – Claudionor C. de Andrade, CPAD).

Esse modo familiar pode então ser usado na oração: Pai, Papai, Paizinho. Deus compreende o nosso modo de nos dirigir a Ele, com carinho de filho.

16- Jesus Ficou Completamente Nu ao Lavar os Pés dos Apóstolos?

Imagem Biblica Jesus no Lavapés
O caso abaixo gerou grande dúvida na classe dos jovens da EBD - Rio de Janeiro.

A dúvida é : “Jesus ficou realmente nu ou seminu, diante dos discípulos, conforme o texto abaixo?”.
"Levantou-se da ceia, TIROU AS VESTES e, tomando uma toalha, cingiu-se." João 13.4

Resposta

Jesus tirou apenas a segunda parte de suas vestes, uma espécie de manto, para facilitar sua ação de abaixar-se para lavar os pés dos discípulos, e também para que a toalha coubesse mais folgadamente ao redor de sua cintura. "Tirar a vestimenta" pode ter sentido espiritual, significando dar a vida pelas ovelhas. O Novo Comentário da Bíblia, vol. II, à pg. 1090, comentando João 13.4, diz: “Jesus levanta-se da ceia, tira a vestimenta de cima, e tomando uma toalha, cinge-se {enrola-a em torno da cintura] com ela”.

Por tudo o que a Bíblia diz sobre Jesus, o Verbo que se fez carne; por tudo o que Ele mesmo ensinou; por Sua divindade; em razão do momento de extrema importância em que o Mestre está ministrando as últimas instruções aos discípulos e se preparando para o sacrifício da cruz, por tudo isso, não podemos imaginar que Jesus haja ficado completamente nu diante de todos.

Fonte www.estudosgospel.com.br


17- Houve Comunicação com os Mortos na Transfiguração de Jesus?

A Transfiguração de JESUS Cristo
Estou evangelizando uma pessoa espírita, e esta pessoa me pediu explicações sobre a passagem de Moisés e Elias no monte da transfiguração, e preciso estar bem preparado para responder a esta questão, e sei que o irmão é especialista.
Eu gostaria de refutações mais fortes contra as afirmações espíritas, eu mesmo (não é que esteja em dúvida) fico pensando, se nós evangélicos sempre afirmamos que os mortos não "andam" em nosso meio, e como vamos dizer isso se Moisés e Elias se apresentaram em corpo ressurreto, como podemos explicar isso?

Resposta
Às páginas 9 e 10 do estudo CRISTIANISMO X ESPIRITISMO falo sobre o assunto, como a seguir. Para que Jesus falasse com os mortos Ele transfigurou-se, mudou de figura; Jesus, Moisés e Elias se manifestaram como se estivessem na glória, no céu. Não houve manifestação mediúnica como acontece nas sessões espíritas.

Não houve nesse evento comunicação entre vivos e mortos (Lucas 9.28-36):

1) Não aconteceu ali nenhuma sessão espírita. Jesus, Pedro, João e Tiago não incorporaram espíritos;
2) Aprouve a Deus, na sua infinita sabedoria, promover aquele evento e oferecer àqueles apóstolos a feliz oportunidade de verem com seus olhos carnais o Senhor Jesus na sua glória, a glória que sempre teve;
3) Também serviu para dar um alento a Jesus, haja vista a proximidade do seu sacrifício: “Os quais apareceram com glória e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lucas 9.31);
4) Jesus não falou com Moisés e Elias na condição de homem, ou seja, em corpo humano. Antes, seu corpo foi transfigurado, transformado num corpo glorioso, celestial, espiritual. Com igual corpo estavam Moisés e Elias.
5) Pedro, João e Tiago não conversaram com Moisés e Elias. Estes falaram com Jesus.
6) Somente após a saída de Moisés e Elias, referidos apóstolos falaram a Jesus (Mateus 17.3; Marcos 9.4).
7) Demorou pouco tempo a visão que os apóstolos tiveram da transfiguração de Jesus e da sua conversa com Elias e Moisés: “E Pedro e os que estavam com ele estavam ‘carregados de sono’ e quando despertaram viram a Sua glória e aqueles dois varões que estavam com Ele” (Lucas 9.32).
8) Deus preparou aquele momento para que os apóstolos não tivessem nenhuma dúvida da eternidade de Jesus na condição de Deus Filho. Daí haver o apóstolo João escrito com tamanha convicção e inspirado pelo Espírito Santo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

A proibição e a comunicação

É comum a argumentação de que se Deus proibiu a comunicação com os mortos é porque ela existia. Em Deuteronômio 18, Deus proíbe a necromancia, a consulta a espírito adivinhante, a feiticeiro e, mais claramente, a consulta aos mortos. E diz que essas práticas são abomináveis, isto é, detestáveis, repreensíveis, execráveis; e “todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor”. Em Isaías 8.19, lê-se: “Não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos”? Desde a formação do homem no Éden Deus estabeleceu o princípio da obediência. Se Deus proíbe qualquer prática ou ato que tenha por objetivo entrar em comunicação/comunhão com espíritos de pessoas mortas, devemos obedecer. Obedecer sem murmurações, sem levantarmos dúvidas quanto à validade da proibição. Deus proíbe a tentativa de comunicação, o ato de se tentar obter, através de adivinhos e necromantes, certas informações dos espíritos, ou até mesmo alívio para os males do corpo e da alma. Deus, na sua infinita sabedoria, sabe dos perigos envolvidos em tais práticas, porque conhece as artimanhas do inimigo. Se a invocação dos espíritos dos mortos fosse uma prática boa para os homens, Deus a aprovaria. Allan Kardec declarou que “Deus só se comunica com os homens através dos bons espíritos” (E.S.E. Introdução, VI). Ora, se isto fosse verdade Deus não proibiria essa comunicação. Muito pelo contrário.


Fonte www.estudosgospel.com.br

 18- A Blasfêmia contra o Espírito Santo (01) 

 
"Portanto, eu vos digo: Toda forma de pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens"
E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. (Mateus 12.31-32)

Do grego (blasphemia) blasphemía, pelo latim blasphemia:
1- palavras que ultrajam divindade ou a religião.
2- Ultraje dirigido contra pessoa ou coisa respeitável[1].


A declaração apresentada por Jesus neste episódio distingue a blasfêmia contra o Espírito Santo de todos os outros tipos de pecados que um ser humano pode cometer.

É preciso, no entanto, apresentar ao leitor um dado a muito conhecido pelos teóricos do Novo Testamento com relação as expressão usadas neste período. A tradução Versão Autorizada Inglesa (King James) acertadamente traduz a expressão passa hamartia por “toda forma de pecado”. É evidente, no entanto, que o sentido da expressão é “toda outra espécie de pecado”. Portanto, a blasfêmia contra o Espírito Santo não está inclusa nesta expressão. As traduções de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil (sociedade Bíblica do Brasil) e revista e corrigida, traduzindo literalmente do grego, todo pecado, obscurecem o sentido mais amplo.


Existem, portanto, várias interpretações sobre o que realmente é blasfemar contra o Espírito Santo. Todos parecem saber que esse delito é imperdoável, porém as opiniões se divergem amplamente quanto ao que ele realmente pode ser. Alguns afirmam ser o suicídio, outros o adultério. Também há quem diga ser a rejeição do evangelho depois da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Poucos se detêm a examinar o contexto das referências à blasfêmia contra o Espírito Santo, como acontece na maioria dos casos dos assuntos aparentemente divergentes na Bíblia. A análise cuidadosa do texto elucida alguns pontos aos quais devemos atentar. Os textos relevantes são encontrados nos três primeiros evangelhos chamados evangelhos sinóticos (que devem ser vistos em conjunto). Em Mateus 12, as afirmações de Jesus sobre blasfemar contra o Espírito Santo ocorreram quando ele curou um homem cuja possessão demoníaca o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a cura não é mencionada, Lucas registra a cura no capítulo 11 e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo em 12.10.


Afirmar que o mal é o bem e que luz é trevas, era pratica comum entre os fariseus. Esta prática traz em si mesma um alerta anunciado pelo profeta Isaias (Is 5.20) e agora reinterpretado por Jesus como Blasfêmia contra o Espírito Santo.

Na história da Igreja, muitos estudiosos emitiram sua opinião sobre o assunto:

Para Irineu, Blasfêmia contra o Espírito Santo seria a rejeição do evangelho;

Atanásio – a negação da divindade de Cristo, a qual teve sua evidencia ao homem pela concepção do Espírito Santo;

Orígenes – toda a quebra da lei após o batismo, Agostinho – a dureza do coração humano rejeitando a obra de Cristo[2].


Vemos que a acusação feita contra Jesus em Mateus 12.24 “Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios”[3] de que ele não passa de um curandeiro, cujos exorcismos são feitos pelo poder maligno, acusação que se repete nos evangelhos. Contesta-se, o verdadeiro significado do poder e das obras do Messias. Não vemos no texto a negação da realidade do milagre, mas a acusação de que são diabólicos, nega-os como sinais do poder soberano de Deus. A reação de Jesus acontece em meio a uma série de parábolas rápidas que demonstram ser ilógico pensar que Satanás daria poderes a Jesus a fim de destruir a si próprio. A última parábola (Mat.12:29), acerca de apoderar-se dos bens do valente, pode ser uma alusão a Isaías 49:24-25, em que Deus descreve a salvação futura com o mesmo tipo de figura de linguagem.


A existência de um pecado imperdoável tem mexido com a mente dos cristãos em todo mundo em todos os séculos do cristianismo. Podemos observar no contexto apresentado pelo evangelista, que a advertência de Jesus dirige-se contra os que rejeitam sua mensagem ao chamá-la de satânica. No entanto, vemos que, se há preocupação, pelo fato de que algo possa eliminar o ato do perdão de Cristo é, ironicamente, evidência de que o homem crê em Cristo e que o mesmo foi enviado por Deus, e constitui, assim, prova de que tal pessoa não cometeu o pecado contra o qual o Senhor adverte.


Para compreendermos melhor esse assunto é preciso termos em mente o que de fato é a graça dispensada por Deus aos homens.


Dietrich Bonhoeffer, em sua obra intitulada Nachfolge, traduzida em português com título “Discipulado”, traz uma das melhores definições para este tópico, ao dizer que a graça barata é a maior inimiga de nossas igrejas, quando na verdade deveríamos defender a graça preciosa.

Graça barata é graça como refugo, perdão malbaratado, consolo malbaratado, sacramento malbaratado – é graça como inesgotável tesouro da Igreja, distribuído diariamente com mãos prontas, sem pensar e sem limites; a graça sem preço, sem custo. A essência da graça seria, ao que pensamos, a conta ter sido liquidada antecipadamente e para todos os tempos. Estando a conta paga, pode-se obter tudo gratuitamente. Por ser infinitamente grande o preço pago, são também infinitamente grandes as possibilidades de uso e dissipação. Que seria graça se não fosse barata? [...]

A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende com alegria tudo quanto tem; a pérola preciosa, para adquirir a qual o comerciante se desfaz de todos os seus bens; o governo régio de Cristo, por amor do qual o homem arranca o olho que o escandaliza; o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga as suas redes e o segue. A graça preciosa é o Evangelho que há que se procurar sempre de novo, o dom pelo qual se tem que orar, a porta à qual se tem que bater. Essa graça é preciosa porque chama ao discipulado, e é graça por chamar ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao homem, e é graça por, assim, lhe dar a vida,- é preciosa por condenar o pecado, e é graça por justificar o pecador. Essa graça é sobretudo preciosa por tê-lo sido para Deus, por ter custado a Deus a vida de seu Filho fostes comprados por preço" - e porque não pode ser barato para nós aquilo que para Deus custou caro. A graça é graça sobretudo por Deus não ter achado que seu Filho fosse preço demasiado caro a pagar pela nossa vida, antes o deu por nós. [...]

A maneira como Bonhoeffer descreve o significado de “graça”, nos tranqüiliza no sentido de que, uma vez participantes dessa graça preciosa, temos instintivamente maior zelo em relação ao Sagrado. Logo somos guardados de blasfemar contra o Espírito Santo, no entanto continuamos sujeitos, como não poderia ser diferente, ao cometimento dos demais pecados.

Atribuir as obras de Deus ao Diabo foi, no período patrístico e na idade média, o pressuposto usado para condenar à inquisição aqueles que de alguma forma não concordavam com o pensamento teológico da igreja vigente em sua totalidade nos assuntos doutrinários, como a Trindade e a divindade de Cristo. Desta maneira, declarava-se maldito, partindo do pressuposto que blasfemaram e, por conseguinte, não haveria perdão para os tais, nem de Deus nem da Igreja.

Na sociedade pós-moderna este fato poderia se repetir, atribuindo o mesmo adjetivo ao mesmo tipo de comportamento, como por exemplo, os adeptos da confissão positiva, que acreditam que podem “determinar” que Deus cumpra isso ou aquilo, excluem deliberadamente os que não aderem esse tipo de comportamento como prática litúrgica, esquecem, no entanto que, o próprio Deus, criador dos céus e da terra, não se submete aos nossos anseios. Outro tipo comum em nossos tempos poderíamos assim dizer, são aqueles que impedem que as mulheres tenham seu papel no ofício religioso, tolhendo-as no meio eclesiástico de realizar algo além do que o ideal machista permite.

Semelhante a estes, podemos ressaltar, são aqueles ensoberbecidos que ousam descrever o Ser de Deus e os seus atributos, como se O Criador eterno fosse um objeto, passível de análise, excluindo séculos de pesquisas e teorias daqueles que buscaram entender, não o inimaginável do Eterno, mas os aspectos tangíveis manifestos na vida e no comportamento do ser humano.

Esse tipo de ultraje ao Sagrado, embora não seja uma blasfêmia contra o Espírito Santo no sentido mais estrito do termo, certamente se constitui em um outro pecado; a idolatria, tão condenável quanto, porém perdoável, uma vez que Deus deu o seu único filho para que todo aquele que nele crê não se perca mas tenha a vida eterna -(Jo 3.16).

A blasfêmia contra o Espírito Santo é rejeitar a graça preciosa para a salvação em Jesus Cristo. Desta forma podemos concluir que apenas aqueles que se declaram apáticos as boas novas do Cristo, poderiam blasfemar contra o Espírito Santo, e não os cristãos, conforme recomendação do apóstolo Paulo em Efésios 4:17-22ss “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano” [...]
[1] Aurélio, Dicionário da língua portuguesa, versão 2000

[2] Irineu, Atanásio, Orígenes e Agostinho, são pais da igreja nos séculos II a IV.


[3] Belzebu: (grego, Beelzebou.l (Beelzeboul) é nome de Satanás nos evangelhos, talvez derivado de um substantivo antigo designativo de uma divindade cananita (Baal-zebul), que significava "senhor do lugar alto". 2 Reis 1-16 faz referência a este deus, que nesta passagem é chamado de bWbz> l[;b; (Baal-Zebube), que significa "deus das moscas", talvez um trocadilho com o verdadeiro nome. O nome “ Belzebu ” aparece, assim, grafado nos evangelhos, em traduções para o português, derivado de antigos manuscritos redigidos em siríaco e latim.
Fonte: www.estudosgospel.com.br

19- A Blasfêmia contra o Espírito Santo (02)


Referência: MATEUS 12.22-37

 
 BLASFÊMIA = injuriar, caluniar, vituperar, difamar, falar mal.
A Blasfêmia ao nome de Deus era pecado imperdoável no VT - Lv 24.10-16.

Por isso acharam que Jesus era réu de morte porque dizia que era Deus e isto para eles era blasfêmia (Mc 14.64). Compare Mc 2.7 e João 10.33.
A alma que pecava por ignorância - trazia oferenda pelo pecado - Nm 15.27.
Mas a pessoa que pecava deliberadamente era eliminada, cometia um pecado imperdoável - Nm 15.30.

Pecar contra um conhecimento claro da verdade é evidentemente uma blasfêmia contra o Espírito Santo, e por natureza, este pecado faz com que o perdão seja impossível, porque a única luz possível é deliberadamente apagada.

Aquele que cometeu este pecado nunca terá perdão. Toda a igreja pode orar por ele, mas ele nunca será salvo (I Jo 5.16). De fato, a igreja nem deveria orar por ele (I Jo 5.16). Segundo Jesus “é réu de juízo eterno” (Mc 3.29). Segundo Judas 4,12,13 “estão perdidos para sempre.” Segundo II Tm 3.8 “são réprobos quanto à fé.”


I. O QUE NÃO É O PECADO IMPERDOÁVEL?


1. Incredulidade final = Billy Graham em seu livro ESPÍRITO SANTO diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo é permanecer incrédulo até à morte. Contudo o contexto de Mateus 12 mostra que Jesus falava para os fariseus que não estavam na hora da morte - Mt 12.32; Mc 3.29; Lc 12.10. É verdade que quem morre na incredulidade está perdido, mas não é este o pecado chamado blasfêmia contra o Espírito Santo.

2. Rechaçar por um tempo a graça de Deus = Saulo de Tarso rechaçou (At 26.9; I Tm 1.13). Os irmãos de Jesus também rechaçaram (Mc 3.21; Jo 7.5). E eles foram salvos.

3. Negar a Cristo e a sua divindade = Pedro negou a Cristo. Paulo negava a divindade de Cristo.

4. Negar a divindade do Espírito Santo = Se assim fosse nenhum Testemunha de Jeová poderia se converter.

5. Entristecer o Espírito Santo = O crente não comete este pecado imperdoável, pois ele não pode perder a salvação. Davi entristeceu o Espírito Santo e era salvo.


II. O QUE É A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO?


Embora não seja cristão, este blasfemo é alguém com quem o Espírito Santo trata. Hb 6.4-6 o descreve de seis formas:

1. Iluminado = Esta metáfora descreve CONHECIMENTO. O que comete o pecado imperdoável é aquele que recebeu conhecimento da verdade Hb 10.26. Exemplos: l) Jesus havia realizado o grande milagre perto dos fariseus. A divindade de Cristo era tão notória que todos ficaram admirados (Mt 12.23). Esse conhecimento era a iluminação que receberam os fariseus que blasfemaram contra o Espírito Santo. Judas Iscariotes - tinha todo o conhecimento de Jesus e o renunciou.

2. Provaram o dom celestial = O dom aqui é a vida e a obra de Cristo. A vida de Cristo é celestial. As pessoas culpadas pelo pecado imperdoável haviam visto Jesus, estado com Jesus, conhecido a Jesus. Haviam visto Jesus operar maravilhas e haviam escutado seus ensinos. Este conhecimento fez mais grave o seu pecado.

3. Tornaram-se participantes do Espírito Santo = Isso não significa que eram moradas do Espírito Santo, de maneira que estivessem misticamente unidos a Cristo como estão os ramos à videira. O QUE É? Significa participação na obra e influência do Espírito Santo. O Espírito Santo atuou em formas milagrosas e proféticas inclusive por meio de não crentes. Os não regenerados Balaão, Saul e Judas são exemplos de homens em quem o Espírito Santo atuou. Jesus indicou que os não crentes participam do Espírito Santo neste sentido (Mt 7.22).

4. Provaram a boa Palavra de Deus = A pessoa que comete o pecado imperdoável tem provado a Boa Palavra de Deus. O vital neste caso é a palavra BOA. Essa pessoa vê que a Palavra é BOA. Exemplo: A) É como a semente que caiu no meio dos espinhos - logo a recebe com alegria Mc 4.16,17. B) Herodes - escutou com gosto a João Batista (Mc 6.20) e todavia rejeitou a mensagem de Cristo. Percebe que é bom, mas a rejeita.

5. Provaram os poderes do mundo vindouro = A palavra poderes se emprega em Hb 2.4 em relação com os milagres e certamente este é o significado aqui. É a pessoa que já viu os sinais de Jesus como os fariseus viram, mas não se deixaram mover.

6. Caíram = Apesar deste conhecimento e experiências tão claras, os blasfemos renunciaram a Cristo. Não com dúvida usual nem a incredulidade ordinária. Não contra a sua vontade como Paulo em Rm 7, nem com tristeza e choro como Pedro, senão voluntariamente - Hb 10.26, deliberadamente.


III. EXPOSIÇÃO DO TEXTO DE MATEUS 12.22-37


O contexto de Mc 3.20-30 deixa claro que a blasfêmia não é:

a) uma grave falha moral;

b) uma persistência no pecado;

c) um ato de ofender ou rejeitar a Jesus devido à ignorância ou rebelião.
MAS É: a rejeição deliberada e consciente da atividade de Deus pelo Espírito Santo e a atribuição desta atividade ao diabo.
Exemplo: Os fariseus viram o milagre e atribuíram a obra de Deus ao diabo. A pessoa não está na ignorância. Ela escolhe rejeitar a Deus e a chamar Deus de diabo. Não há nada mais que se possa fazer por tal pessoa - I Jo 5.16.

Este pecado fala do profundo perigo de atribuir as coisas boas de Deus a um ato de Satanás.

Este pecado é cometido quando uma pessoa reconhece a missão de Jesus pelo Espírito Santo, mas a desafia, a amaldiçoa e a resiste.

Os fariseus cometeram este pecado quando afirmaram contra todas as evidências que Cristo era um agente de Satanás. Era uma declaração perversa de que as obras de Cristo eram do diabo. Eles pecaram contra a luz na forma mais determinada. Amaram mais as trevas (Jo 3.19). Chamaram a luz de trevas (Is 5.20).

É impossível porque se alguém não pode reconhecer o bem quando o vê, não pode desejar o bem. Se alguém não reconhece que o mal é mal, não pode arredepender-se dele e abandoná-lo. E se não pode arrepender-se não pode ser perdoado, porque o arrependimento é a única condição necessária para o perdão.

Para responder a acusação dos fariseus, Jesus usa 5 argumentos:

1. A acusação é absurda - Mt 12.25,26 = Satanás estaria se opondo a Satanás? Satanás estaria destruindo a sua própria obra? Estaria ele sendo suicida? Estaria derrubado o seu próprio império? Nenhum reino, cidade ou família dividida se mantém.

2. A acusação é contraditória - Mt 12.27 = Os filhos dos fariseus, seus descendentes também exorcizavam - Mt 7.22. Então, se Satanás impulsiona Jesus para fazer a mesma obra, quem impulsiona seus filhos? Então seus filhos seriam seus juízes. EXEMPLO: a) Mt 21.23-27 - Batismo de João era do céu ou dos homens? B) Mt 22.15-22 - Daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus.

3. A acusação obscurece a verdadeira situação - v. 28 = O reino de Satanás é vulnerável, porque seus mensageiros estão sendo expulsos da vidas dos homens. O Reino já chegou. Vai alargar suas fronteiras. Os cegos, os doentes, os possessos são libertos, a verdade é pregada. Em vez de opor-se ou combater o Reino os homens devem entrar nele - Mt 7.13,14; 11.28-30; Jo 7.38. Mateus 12.29 = Jesus está amarrando o diabo e libertando seus súditos. Pela vitória no deserto, expulsão dos demônios Jesus começou a amarrar Belzebu. Esse atamento foi mais reforçado pela sua vitória sobre Satanás na cruz - Cl 2.15 e na ressurreição, ascensão e coroação - Ap 12.5,9-12. Ele está fazendo isto não pelo poder de Belzebu, mas pelo poder do Espírito Santo. Nesta luta entre Cristo e Satanás é impossível a neutralidade (Mt 12.30) Isto porque só há dois impérios. O DE DEUS E O DE SATANÁS. Uma pessoa pertence a um ou a outro.

4. A blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável - v. 31,32 = Todo pecado será perdoado Mc 3.28; I Jo 1.9. Porém as conseqüências dessa blasfêmia são trágicas. Não haverá perdão.

a) Hb 6.4-6 = É impossível que sejam outra vez renovados...

b) Mt 12.32 = Não lhes será perdoado nem neste século nem no vindouro.

c) Mc 3.29 = Não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.

d) Hb 10.26-31 = Resta expectativa horrível de juízo

e) II Tm 3.8; Judas 4,12,13


IV - POR QUE NÃO PODEM SER PERDOADOS?

1) Porque eles dizem que Jesus é ministro de Satanás

2) Porque eles dizem que a força de Jesus não é o Espírito Santo, mas o diabo

3) Porque eles pecam deliberadamente e progressivamente em vez de se arrependerem - Mt 9.11; 12.2; 12.14.

4) É imperdoável porque rejeitam o Espírito Santo e a Cristo dizendo que são instrumentos do diabo.

5. Esta acusação revela quem são - v. 33-37 = Árvore má. Fruto mau - v. 33. Raça de víboras - v. 34. Vão dar conta no dia do juízo - v. 35-36.


CONCLUSÃO
Devemos ter 2 cuidados:


1. Esse assunto não deve interpor-se no caminho das plenas implicações da graça de Deus em Cristo = O pecado imperdoável é uma apostasia total (Calvino). Toda pessoa que arrependida procura a Jesus encontra abrigo. AQUELE QUE VEM A MIM DE MANEIRA NENHUMA EU O LANÇAREI FORA.

2. Se uma pessoa está aflita com medo de ter cometido este pecado é porque não o cometeu = Essa blasfêmia é uma hostilidade declarada contra Deus depois da pessoa ter sido exposta ao conhecimento da verdade.
Rev. Hernandes Dias Lopes

20- A Blasfêmia contra o Espírito Santo (03)

Pergunta: As Escrituras dizem que Cristo declarou que o pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Seria possível explicar o que é isso e como eu poderia orar por alguém que está cometendo esse pecado?

Resposta: Há muita confusão sobre o pecado que Jesus disse que não pode ser perdoado nem nesse mundo nem no mundo futuro. Algumas pessoas pensam que o pecado imperdoável é o homicídio porque o Antigo Testamento apresenta sanções muito fortes contra o homicídio é diz que se uma pessoa comete homicídio ainda que ela se arrependa deve ser executada. Outros acreditam que é o adultério, porque o adultério viola a união entre duas pessoas. Por mais graves que esses pecados possam ser, não creiam que eles caibam na descrição porque vemos que o rei Davi, por exemplo, que era culpado de ambos, adultério e homicídio, foi perdoado.

Creio que Jesus é claro. Ele o identifica. Ele diz que o pecado é a blasfêmia contra o Espírito Santo. O que significa isso?

Antes de mais nada, vamos entender que blasfêmia é um pecado que só pode ser feito com palavras. É um pecado que você comete com a sua boca ou com a sua pena - é um pecado verbal. Tem a ver com o dizer algo contra o Espírito Santo. Você se lembra que os líderes religiosos - os clé­rigos, fariseus e saduceus eram os que se mostravam constantemente hostis contra Jesus e tramavam uma conspiração para apanhá-lo. Eles planejaram matar Jesus e estavam sempre o atacando e o acusando disso e daquilo. Numa ocasião, eles disseram que Jesus expulsava Satanás pelo poder de Satanás. É quase como se Jesus dissesse: “Parem já, rapazes. Tenho sido paciente com vocês, tenho sido tolerante, tenho sido longânime, mas agora vocês estão chegando perigosamente perto de fazer uma acusação que os aniquilará agora é para sempre”. Ele disse que qualquer pecado contra o Filho do Homem pode ser perdoado, mas se você blasfemar contra o Espírito Santo (atribuindo a ação do Espírito Santo a Satanás, ou igualando-as), você está perdido. Preste atenção também que quando Jesus está sobre cruz, ele ora por aqueles mesmos homens que o colocaram ali: “Pai, perdoa-lhes” - Por quê? – “porque não sabem o que fazem” . E no dia de Pentecostes, quando Pedro pregou seu tremendo sermão, ele fala sobre aque les que mataram Jesus, dizendo que eles não o teriam feito sé soubessem.

Depois da ressurreição, o Espírito Santo elevou Jesus e o declarou como o Cristo poderoso. Se você ler o livro de Hebreus, verá que a distinção entre blasfemar de Cristo e blasfemar do Espírito Santo desaparece.

Sobre aqueles que cometeram “o pecado para a morte”, a Bíblia nos diz que não somos obrigados a orar por tais pessoas. Devemos orar pelas pesso­ as que estão cometendo qualquer outro pecado, mas se virmos uma pessoa cometendo o pecado para a morte, não somos obrigados a orar por ela. A Bíblia não nos proíbe, mas diz que não somos obrigados a orar por tais pessoas, e creio que isso se aplica a esse pecado.
R. C. Sproul
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21- A Blasfêmia contra o Espírito Santo (04) 

 

Poucos tópicos bíblicos geram mais discussão do que a blasfêmia contra o Espírito Santo. Todos parecem saber que esse pecado é imperdoável, mas as opiniões diferem amplamente quanto ao que ele é. Alguns dizem que é suicídio, outros que é adultério, e ainda outros pensam que se refere à rejeição do evangelho depois que o Espírito Santo veio no dia de Pentecostes. Quase ninguém se detém para examinar os contextos das referências à blasfêmia contra o Espírito Santo. Como acontece com todos os outros assuntos, a análise disciplinada e cuidadosa do texto esclarece a confusão. Infelizmente, muitas pessoas religiosas desenvolveram o hábito de resolver os assuntos sem nem mesmo olhar para o texto, muito menos estudá-lo atentamente. Os textos relevantes são encontrados nos três primeiros evangelhos. Em Mateus 12, as afirmações de Jesus sobre blasfemar contra o Espírito Santo ocorreram quando ele curou um homem cuja possessão pelo demônio o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a cura não é mencionada, mas a maioria d que Jesus disse na ocasião é. Lucas registra a cura no capítulo 11 e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo em 12:10.

O Contexto
"Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou,   passando o mudo a falar e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia:  É este, porventura, o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios" (Mateus 12:22-24)). Note três coisas. Primeiro, Jesus curou um homem que era cego e mudo. Há simplicidade impressionante no modo como Mateus registrou o milagre: ele simplesmente disse que o homem falou e viu. Segundo, a multidão viu o que Jesus fez e começou  a concluir que ele poderia ser o Filho de Davi; isto é, o Messias. Terceiro, os fariseus ouviram o que o povo estava dizendo e decidiram que eles tinham que descobrir algum plano radical para calar a influência de Jesus. Eles o acusaram de expelir demônios pelo poder de Satanás. Eles estavam tentando neutralizar o efeito dos milagres de Jesus e impedir os outros de crerem nele. Esta era uma manobra brilhante por parte dos inimigos de Jesus porque não somente explicava suas grandes obras, mas lançava uma sombra de suspeita sobre ele. Era imperativo que ele respondesse convincentemente à acusação deles.

A Defesa de Jesus
"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido  contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos  juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa" (Mateus 12:25-29).

Jesus respondeu com três pontos. Primeiro, ele mostrou que era ilógico pensar que Satanás estava lutando consigo mesmo. É difícil imaginar que o diabo pudesse ser tão tolo. Poucos procuram ferir a si mesmos, e aqueles que o fazem provavelmente não sobreviverão por muito tempo. Se, de fato, o diabo tivesse começado a atacar a si mesmo e aos seus próprios servos, então todos poderiam deixar de se preocupar com ele, porque seu reino logo desapareceria. Segundo, Jesus questionou os fariseus sobre os outros que estavam expelindo demônios. Ele estava, provavelmente, se referindo a pessoas a quem ele tinha dado o poder de expelir demônios (veja Mateus 10:1; Lucas 9:49-50; 10:1, 17). Muitos destes eram, provavelmente, filhos dos próprios fariseus. Conquanto eles pudessem levianamente acusar Jesus de expelir demônios em aliança com o diabo, certamente eles não estariam querendo dizer o mesmo de seus próprios filhos.

Finalmente, Jesus mostrou como sua expulsão de demônios era parte do programa do reino. A missão de Jesus era tirar pessoas do domínio de Satanás. Antes dele vir, Satanás podia, por causa do pecado, declarar que todos os homens eram sua propriedade. Jesus veio para perdoar os pecados e assim "roubar" do diabo aquelas almas que ele tinha considerado como suas possessões. Para poder roubar a casa de um valente, contudo, precisa-se primeiro amarrá-lo, antes de tirar seus bens. Isto é o que Jesus estava fazendo ao expelir demônios. Ele estava amarrando Satanás para que ele pudesse tomar as almas que tinham estado sob o controle do diabo. Este era um conflito entre dois reinos. Jesus, libertando os homens do domínio demoníaco, estava demonstrando que sua soberania era superior à de Satanás.

A Advertência de Jesus
"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Por  isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens;   mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mateus 12:30-32). Aqui, Jesus advertiu sobre a necessidade de decidir em que lado estar. A guerra torna a neutralidade impossível. Temos que servir a Jesus ou a Satanás.

Jesus também advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo. Sabemos que Jesus expelia demônios pelo poder do Espírito Santo: "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mateus 12:28). Então, quando eles o estavam acusando de expelir demônios por Belzebu, o rei dos demônios, eles estavam blasfemando contra o Espírito Santo, o verdadeiro poder através do qual estas grandes coisas estavam sendo executadas. Eles não somente testemunharam a forma humana de Jesus, mas viram a demonstração do Espírito Santo. Pode ter sido perdoável terem deixado de reconhecê-lo como um homem, mas desde que Deus tinha posto seu Espírito dentro dele (Mateus 12:18), eles não tinham desculpa.

Ligue estas afirmações sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo com o próximo ponto que Jesus afirmou: "Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mateus 12:33-37). Jesus estava mostrando que o problema da blasfêmia é muito mais sério do que meras palavras por si mesmas. O que dizemos revela o que somos. Se alguém examina o conteúdo do balde, sabe o que está no fundo o poço. Se alguém examina as palavras que são faladas, ele sabe o que está no coração. Palavras são sinais de caráter. E isto não é verdade somente quanto a palavras de blasfêmia, é verdadeiro também quanto a palavras de confissão. Paulo escreveu: "Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre  os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10:9-10). Não é que as palavras, em si mesmas, tenham algum poder mágico, supersticioso, mas é que as palavras mostram algo mais profundo sobre nós.

Quando os acusadores de Jesus o acusaram de expelir demônios pelo diabo, mostraram uma profunda dureza de coração. Assim como o homem falou e viu, assim os inimigos viram o Espírito expelir demônios e falaram contra ele. Estavam tão empedernidos contra a verdade que podiam realmente testemunhar os maravilhosos milagres e santidade de Jesus e, ainda assim, acusá-lo, sem hesitar, de estar aliado ao diabo. Eles estavam extremamente cegos e corrompidos. Enquanto outras blasfêmias podiam ser perdoadas, a blasfêmia deles contra Jesus demonstrava um grau de dureza espiritual que poderia tornar impossível para eles o arrependerem-se. O problema aqui é o problema deles, não de Deus. Deus tem capacidade ilimitada para perdoar a qualquer que o busque, mas estas pessoas não tinham coração para buscá-lo. Portanto, eles nunca seriam perdoados.

Lições Práticas
Considere três pensamentos práticos. Primeiro, Jesus demonstrou uma admirável capacidade para superar objeções. Ele calmamente respondeu a cada acusação e  combinou a resposta com um importante ensinamento. Ele nunca ficava frustrado, mas sempre respondia perfeitamente. Segundo, ver milagres não mudava os inimigos de Jesus. Eles eram incorrigíveis. Nós também podemos desenvolver corações endurecidos. Hoje, alguns pensam que creriam se apenas pudessem ver Jesus vivo fisicamente na terra, novamente, e testemunhar alguma grande demonstração de poder. Estes o viram, mas isso não teve efeito. O fato que muitos hoje recusam Jesus é por causa de seus corações endurecidos, não por causa de evidência insuficiente. Finalmente, considere a importância das coisas que dizemos. Somos responsáveis por nossas palavras e atos. O que dizemos e fazemos reflete nossa verdadeira natureza. Não há nada que saia de nossa boca que não estivesse antes em nossa mente. Precisamos vigiar nossa língua... e nosso coração.

Gary Fisher
 22- A Blasfêmia contra o Espírito Santo (05)
Calar a Boca e não Blasfemar
Mateus 12:15-32; Marcos 3:20-30 - No relacionamento do crente com o Espírito Santo, há um ponto que não é muito trabalhado, pouco atraente, nem um pouco contagiante e escassamente emocionante. A Blasfêmia contra o Espírito Santo.


A expressão "Blasfêmia" contra o Espírito Santo foi proferida pelo Sr. Jesus para qualificar o pecado dos fariseus, Mt 12:22-33.

Acredita-se que I João 5:16 também se refere a esse tipo de pecado:


"Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para a morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue."

Analisando O Texto


* 1. Blasfêmia (Mc 12:29) - no grego, esta palavra significa dizer "coisas abusivas" e é usada para indicar esse tipo de declaração contra os homens (Ap 2:9); contra o Diabo (Jd 9) e contra Deus (Ez 32:12).
* 2. Palavra contra o filho do homem (Mt 11:32) - o perigo maior não era a blasfêmia contra o nome de Cristo, pois tal pecado embora sério, pode ser perdoado.
* 3. Blasfemar contra o Espírito Santo (Mc 12:29) - O texto indica que aqueles homens deveriam ter reconhecido o fato de que as obras operadas por Jesus, eram realizadas pelo Espírito Santo; mas, em seu ódio, consciente ou inconsciente preferiram atribuía-las a Satanás, resultando em um processo de rebeldia contra Deus.
* 4. Não tem perdão para sempre (Mc 12:29) - Fica claro esta expressão indicando a impossibilidade do perdão tanto nesta vida, como a vida depois da morte. A interpretação verdadeira, por conseguinte é que o pecado imperdoável não pode ser perdoado durante a vida física, na terra, e nem na vida de além túmulo. (O Novo Testamento Interpretado, Vol. I Russell Normam Champlin)

O Que É A Blasfêmia Contra O Espírito Santo?


Há muita confusão sobre o que é na verdade a blasfêmia contra o Espírito Santo. Isto se deve ao fato das diversas correntes de interpretação do assunto. Uns dizem que a blasfêmia contra o Espírito santo é o cair da graça, ou seja, perder a salvação (teologia pentecostal). Na história da Igreja Primitiva, muitos estudiosos emitiram seus pareceres neste assunto:

* Irineu - era a rejeição do evangelho;
* Atanásio - era a negação da divindade de Cristo, a qual foi evidenciada ao homem pela concepção do Espírito Santo;
* Orígenes - era toda a quebra da lei após o batismo.
* Agostinho - era a dureza do coração humano rejeitando a obra de Cristo.
* Burge - era atribuir as coisas boas de Deus a um ato de Satanás;
* Davis - atribuir os milagres de Cristo a influência de Satanás.


Nos textos bases, o Senhor Jesus está dizendo a seus antagonistas que atribuir a Satanás tudo que tem sido operado pelo poder do Espírito Santo, é demonstrar uma visão moral tão distorcida que já não existe mais nenhuma esperança de recuperação. Os milagres eram claras demonstrações de que o Reino de Deus (o poder e a soberania) estavam atuantes no mundo. A negação deste fato não tinha origem na ignorância, mas na recusa voluntária em crer.
Portanto a descrença é imperdoável.


"O único pecado que Deus não pode perdoar é a recusa do perdão. Então, o pecado imperdoável é o estado de insensibilidade moral causada pela contínua recusa em crer no poder de Deus" (Robert H. Mounce, Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, pag. 129)."


Quando Acontece A Blasfêmia Contra O Espírito Santo?



O que torna diferente dos outros o "pecado imperdoável" é a sua relação com o Espírito Santo. A obra do Espírito Santo é:

* 1. Iluminar a mente dos pecadores, Ef 1:17-18;
* 2. Revelar e ensinar o evangelho, Jo 14:26;
* 3. Persuadir as almas a arrepender-se e a crer na verdade, At 7:51.
* 4. Abre a mente de modo que a Palavra de Deus possa ser entendida.


Quando a influência do Espírito Santo é deliberada e conscientemente recusada, em oposição à luz, então o pecado irreversível pode ser cometido como um ato voluntário e deliberado de malícia. Em resposta a essa atitude, há endurecimento do coração, vindo da parte de Deus, que impede o arrependimento e a fé (Rm 9:17; Hb 3:12-13). Neste caso, Deus permite que a decisão da vontade humana seja permanente. Deus não faz isso levianamente e sem causa, mas em resposta a um ultraje cometido contra o seu amor.

Louis Berkhof afirma que:


"O homem de forma voluntária, maliciosa e intencionalmente atribui o que com clareza se reconhece como obra de Deus à influencia e operação de Satanás" (Louis Berkhof, Teologia Sistemática, pag. 255).

A Blasfêmia Contra O Espírito Santo Resulta Em Condenação Eterna


O texto que nos serve de base faz alusão aos resultados imediatos e vindouros de tal pecado. Tal pecado, disse Jesus, nunca seria perdoado, nem neste mundo nem no porvir. Quem o comete é réu de pecado eterno (Mc 3:29; Mt 12:22-32). Este pecado leva o homem a estado incorrigível de embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a sua própria consciência. Na linguagem de João, este pecado é para a morte, ou seja, separação final da alma e Deus (I Jo 5:16), que é segunda morte, reservada para aqueles cujos nomes não estão inscritos "no livro da vida" (Ap 20:15; 21:8).
Para concluir este estudo é necessário algumas informações que trará tranqüilidade.

Freqüentemente pessoas sinceras expressam o temor de haverem cometido o pecado imperdoável. Lembramos que:

* 1. Enquanto alguém crê de todo o coração que Jesus é filho de Deus e o salvador do mundo, enquanto anela a salvação, pode estar certo de que não cometeu o pecado imperdoável.
* 2. "Qualquer que esteja preocupado com sua rejeição de Cristo, obviamente não cometeu este "pecado imperdoável". Porque este pecado elimina uma consciência preocupada com qualquer tipo de pecado" (Bíblia de Estudo Scofield, pag. 964).
* 3. Uma pessoa que quer se arrepender, isto é, quer se desfazer dos seus pecados que tenha cometido, não sofreu o endurecimento e não cometeu o profundo ato que Deus determinou que não será perdoado. Qualquer pessoa que nasceu de novo não cometerá esse pecado, porque o Espírito Santo que vive nele é Deus, e Deus não está dividido contra si mesmo:
* 4."Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus." I João 3:9.
Autor Pr Paulo Mori







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