30 de dezembro de 2014

Estudo Bíblico - Os equívocos de Elifaz (amigo de Jó)





IntroduçãoO texto faz referência aos conselhos de Elifaz, um dos amigos de Jó, que fora consolá-lo quando este atravessava momentos de grandes provações. Elifaz defendia princípios teológicos equivocados, que tinham como base o relacionamento com Deus mediante a troca de favores. Segundo ele, Deus só nos abençoará se andarmos corretamente em Sua presença, se formos pessoas justas. É certo que devemos viver em obediência ao Senhor, mas, se receber as bênçãos de Deus dependesse apenas de nossas ações, a graça estaria anulada. Ele achou que conhecia a Deus, mas estava completamente equivocado em seus conceitos.

Significado do nome Elifaz: Jeová é meu Deus

1. Analisemos alguns pontos dessa forma equivocada de teologia:

1.1 — Quem determina o nível de relacionamento é o homem, e não Deus
Para essa teologia, Deus está à mercê de nossa justiça ou de nossas injustiças.

1.2 — A causa primeira da relação com Deus é a justiça, e não a graça Se formos “bonzinhos”, seremos abençoados, mas, se formos injustos e pecadores, Deus não nos dará nada.

1.3 — O meu bem-estar ou o meu sofrimento dependem apenas de minhas justiças ou injustiças O meu bem-estar ou o meu mal-estar dependem exclusivamente disso.

1.4 — A lei de causa e efeito é fundamental na relação do homem com Deus Para essa teologia, a relação causa-efeito é: se for justo, serei abençoado; se for desobediente, Deus me punirá.

1.5 — O homem se relaciona com Deus por aquilo que Ele faz, e não pelo que Ele é em Sua essência. O diabo usou esse princípio para acusar Jó na presença de Deus. Disse: “Já te serve porque Tu o tens abençoado” (Jó 1.9,10).

II. A Bíblia mostra que mesmo o justo está sujeito ao sofrimento. No Salmo 73, está escrito:

2.1 — Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força (Si 73.3,4)

2.2 — Eis que estes são ímpios; e, todavia, estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas (SI 73.12)

2.3 — Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência (SI 73.13)

III. O sofrimento e o bem-estar aqui na terra estão relacionados:

3.1 — Ao pecado (ver Rm 5.12)
Se o homem fica doente e morre, é porque o pecado entrou no mundo. Isso não depende do nível de nossa santidade.

3.2 Às obras malignas de destruição (ver Jo 10.10)
A obra do diabo é matar, roubar e destruir. A Bíblia diz que ele é maligno porque a essência do seu caráter é o mal, é, indigno e perverso.

3.3 — À lei da vida (ver Mt 5.45)
Desde que o pecado entrou no mundo, foram estabelecidas leis. E o próprio Jesus falou que Deus faz com que o Seu sol nasça para todos os homens.

3.4 — Às nossas atitudes erradas (ver Lm 3.39)
Há muitas pessoas sofrendo as conseqüências das atitudes erradas que tomaram.

3.5 — À correção de Deus (ver Hb 12.6)
Deus corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho (Hb 12.6).


3.6 — Ao maior proveito do evangelho (ver Fp 1.12)
As prisões de Paulo serviram para edificar cristãos Se você estiver sofrendo, lembre-se de que Deus o está usando como instrumento para salvar outras almas por meio de seu testemunho.

3.7 — Ao aprimoramento espiritual (ver Rm 5.3)
Deus permite o sofrimento para aprimorar a sua fé. Por isso, sinta prazer quando atravessar as tribulações (2 Co 12.10).

3.8 — Aos desígnios de Deus (ver Jo 9.3)
Jó não sabia o que estava acontecendo no mundo espiritual naquele momento. Ele estava sendo provado porque Deus precisava ser glorificado por meio do seu sofrimento.

IV Algumas razões pelas quais somos abençoados:

4.1 —A bondade de Deus
Somos abençoados porque o Senhor é bom e misericordioso. Ele nos abençoa independentemente de nossos atos de justiça.

4.2 — A disponibilidade de recursos concedidos por Ele
O Senhor nos deixou todos os recursos naturais para que desfrutássemos deles. Por exemplo: somos beneficiados com a água, a terra, os animais, o petróleo etc. (Sl 115.16).

4.3 —A nossa fé
Jesus disse em Marcos 9.2 3: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê.

4.4 — As nossas atitudes
Não nos associarmos a pessoas habituadas a uma vida errada e sabermos esperar com paciência podem contribuir para o nosso bem-estar.

4.5 — As promessas de Deus
Deus nos fez promessas, e Jesus concordou com elas, as quais se manifestam por meio dele, para nos beneficiar. Assim Deus é glorificado (2 Co 1.20).

4.6 — A profunda comunhão com Deus
Por nós termos profunda comunhão com Deus, as janelas dos céus podem ser abertas, de modo que sejamos grandemente abençoados.

4.7 — O dever de abençoar outras pessoas
Isso está relacionado a ofertas e dízimos. Abençoando um ministério com ofertas, pode-se construir templos e ajudar pessoas com a bênção de Deus.

4.8 — Os desígnios e a soberania de Deus
Deus tem propósitos especiais quando abençoa uma pessoa. Não temos uma explicação lógica para tudo o que acontece com Seu povo.

V. Bases para um verdadeiro relacionamento com Deus

5.1 — Não podemos relacionar-nos com Deus nutrindo uma expectativa de troca

5.2 — Seria impossível sermos abençoados se fôssemos julgados pelos atributos de justiça e santidade de Deus

Subsídio teológico Se fôssemos julgados pela santidade de Deus, não mereceríamos nenhuma bênção, porque somos pecadores. Se fôssemos avaliados pelo senso de justiça de Deus, não mereceríamos ser salvos, pois erramos a todo momento. Porém, há três atributos que nos garantem as bênçãos: o amor, a bondade e a misericórdia. Esses atributos se uniram em nosso favor.

5.3 — Temos um bom relacionamento com Deus mediante a graça, que é o favor imerecido concedido a todos os homens para alcançarem a salvação em Cristo (Ef 2.8)

Conclusão
Somos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo. Por meio de Seu sangue derramado na cruz do Calvário, recebemos a bênção da salvação, a qual será cumprida na vida de todo aquele que crer na Palavra de Deus. As bênçãos materiais e espirituais não acontecem por meio das obras, mas porque fomos alcançados pela misericórdia, pelo amor e pela bondade do Senhor

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