16 de janeiro de 2017

Estudo para casais: - Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar

1. Comece por você

Felicidade conjugal não é um acidente 
  
 Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. Eduardo Galeano

Ao que tudo indica, o pensamento original foi de Platão, que disse: “Tente mover o mundo, : o primeiro passo será mover a si mesmo”. A partir de um pensamento como esse, muitas frases surgiram com o mesmo intuito de mostrar a mesma verdade: não adianta querer mudar os outros se quando nós mesmos precisamos de mudanças. E o resultado da nossa própria mudança é que as pessoas notarão que não somos mais como antes e perceberão que elas mesmas também precisam de uma “reciclagem”. É assim que as mudanças acontecem.

Aplicando essa máxima ao nosso tema, quero formular a primeira decisão que devemos tomar para estabelecer a felicidade dentro do nosso quadro conjugal e familiar: decida ser um agente de mudanças na sua família.

O que estou propondo é um plano de em longo, longo prazo. Decida ser, não apenas estar temporariamente promovendo uma mudança aqui, outra ali… Decida ser, definitivamente,mente, permanentemente, como resultado de uma mudança na sua disposição interior, mental, emocional, volitiva. Isso é mais consistente do que ter um comportamento aqui outro acolá; isso é mais consistente do que fazer uma coisa certa hoje e outra amanhã. Decida ser e ser sempre uma pessoa em constante processo de melhoria e não espere pelo que isso fará na vida do outro; concentre-se em você, foque numa transformação que irá melhorará a sua condição, as suas disposições, o seu estado permanente consigo, com Deus e com o próximo. Decida ser.

Diante de um momento decisivo frente ao numeroso povo de Israel, a palavra de Josué foi radical no sentido que estou propondo aqui: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Guarde esta frase no seu coração: Seja o modelo de da mudança que você quer ver na sua família. Que as pessoas vejam em você a mudança que você espera ver na sua família.

Não espere as mudanças acontecerem aqui ou acolá por livre obra do destino. Não, as mudanças começam em nós, internamente, lá no mais íntimo do nosso próprio ser, depois de muita reflexão, depois de muitos conflitos internos e pessoais, depois de muita relutância, silenciosa, mas frutífera, positiva e desejável.

Não imagine que as grandes mudanças na vida das pessoas acontecem num em um estalar de dedos. Quando alguém toma uma decisão de mudar a si mesmo, ela sempre é precedida de uma erupção interior. Depois é que vemos o resultado, pronto, acabado, e ficamos fascinados; mas o processo interior é uma obra que nós testemunhamos.

Veja como foi o processo de mudança no contexto social de Josué. Como aquela multidão foi levada a tomar uma decisão acertada diante do Senhor? Começou com a decisão do próprio Josué. Primeiro começa conosco, – e eu e a minha casa. Então, mais adiante, essa decisão irá influenciará aos aqueles que estiverem à nossa volta. Não espere a mudança no outro sem que antes ela tenha acontecido ema você; comece a mudar para que você se torne um agente de mudança.

As mudanças interiores em nós acontecem, mas elas podem ter início quando observamos o que está além de nós. Por isso, esteja aberto para aprender com outras pessoas, com pessoas que sabem mais do que você e podem acrescentar virtudes a à sua vida, ao seu modo de pensar, ao seu comportamento.

Eu costumo ficar muito atento a isso. Lembro-me que há um tempo fiquei hospedado em Manaus, na casa de um pastor, por uns dez ou doze dias. O Douglas e a Letícia eram pequenos e o Pedro nem era nascido. Eu fiquei impressionado com aquela família que nos hospedou. Que delicadeza daquela mãe com a sua família. Que serenidade daquele pai. Que postura daquela família diante de nós, das pessoas, do seu dia a dia. Fiquei impressionado!

Quando hospedamos alguém por um ou dois dias, se há algo para ser escondido, é possível esconder; dois dias passam rápido. Dá para mostrar só “a fachada”, como dizemos. Mas quando alguém fica exposto por três, quatro, cinco dias, uma semana, não dá para enganar todo mundo por muito tempo.

Eu percebi que aquela família era daquele jeito, e não tinha assumido um papel; eles não “representavam”.

Eu chamei à parte o pastor que nos hospedou e disse: “Rapaz, que família maravilhosa, que ambiente agradável, que casa abençoada. Passa para mim a receita? O que você fez para ter um casamento assim? O que você fez e faz para ter filhos assim?”.

O respeito dos filhos para com o pai e com a mãe era exemplar. A confiança dos filhos também. O jovem enfrentava uma crise com a sua namorada, e o pai é quem deu conselhos a ele.

Ele Aquele pastor atendeu ao meu pedido. Sentamo-nos e ele começou a me ensinar. Ele disse: “Josué, eu vou dizer para você como eu criei os meus filhos!”. E aos poucos ele foi passando a receita de como ter uma família com aquele nível de respeito, de integridade, de relacionamento maduro e amoroso.

Eu peguei aquelas lições para mim e pensei: “Eu vou ser o primeiro a praticar isso”. E falei com a minha esposa. Eu disse a ela: “Nós vamos praticar isso e a nossa família será diferente”. Hoje nós vemos os resultados. O Brasil todo vê os resultados, graças a Deus.

Por isso, eu afirmo com segurança no que faço: Tenha sede de aprender com quem sabe mais do que você.

Se você, leitor, for um marido, aproveite: Quando encontrar um marido que inspira algo bom, pague um almoço a ele e pergunte: “Ensina para mim qual é o seu segredo?”.

Se você, leitora, for uma esposa, quando encontrar outra esposa que inspire você em algo positivo, convide-a para um chá e “parta para o ataque”. P; pergunte: “Qual é o seu segredo?”.

Se vocês são pais e querem ver o relacionamento com seus filhos mudarem, quando encontrarem pais que inspiram a vocês, chame-os, passem meio dia, um dia inteiro com eles e digam: “Ei! Ensinem-nos como é que vocês conseguiram esse nível de relacionamento e compromisso de com seus filhos?”.

Tenha fome de aprender, porque é aprendendo com as experiências de outros que nós mudamos a nossa maneira de ser, e é assim que somos transformados. O contato social com pessoas, com famílias, grupos e culturas diferentes da nossa enriquece a nossa própria experiência e modela o nosso modo de agir. É por meio desse contato, e do conhecimento de ações que estão dando certo, que passamos por transformações pessoais.

Quando eu observo o modo de agir de uma pessoa que faz coisas semelhantes às minhas, percebo o resultado que ela está obtendo e posso comparar se o modo adotado pela outra pessoa dá mais resultados que o meu modo de fazer as coisas. Aqui está o ponto: as pessoas orgulhosas não conseguem admitir que outras façam coisas com melhores resultados do que elas. As pessoas soberbas não reconhecem a necessidade de mudar o seu próprio jeito de agir, de falar, de conduzir a sua própria vida em função de uma melhora que poderá beneficiá-las e beneficiar a sua própria família.

Se esses forem problemas que você enfrenta, vença o orgulho! Vença a soberba! Vença a presunção! Vença a mania de pensar que você sabe mais que todos à sua volta!

O grande filósofo grego Sócrates disse: “Tudo que sei é que nada sei”. Quem pensa que sabe tudo, não sabe como convém saber! Então, comece a mudança por você!

O que está em jogo aqui é a sua felicidade, a felicidade conjugal que você espera e a felicidade da sua família. Não estamos tratando de coisas de pouco valor, nem de coisas efêmeras, passageiras. Na pauta estão você, seu cônjuge e sua família de um lado e, do outro lado, a felicidade que poderá permear a vida de vocês para sempre. Toda mudança vale a pena quando temos diante de nós a possibilidade de sermos felizes e de levarmos felicidade para a vida dessas pessoas amadas.

A nossa resistência a mudanças ocorre quando não temos segurança sobre o melhor que está por vir. Resistimos ao desconhecido, e isso é natural a todo ser humano. Mas resistir a à possibilidade de ser feliz não é uma atitude normal para o ser humano, nem mesmo aos animais, se permite a comparação. Você e sua casa serão mudados, transformados, você e sua casa viverão dias melhores, você e sua casa serão felizes, mas a mudança começa por você.




Primeira Decisão
Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar 

“Lar é onde habita o coração”, já dizia Plínio, o moço. E nada pior que morar na tristeza. Na família, cada membro tem uma importância única e insubstituível. O pai deve ser o provedor, o protetor e o professor que chega em casa no final do dia cansado de sua labuta e, ao passar pela porta de entrada, encontra uma recepção de general que chegou vitorioso da batalha. 

A esposa é pérola raríssima. Mulher competente, que investe sua vida e seus talentos em alguns poucos. Quantos mortais gostariam de ter aquela benção por perto, mas somente alguns poucos – marido e filhos – a possuem. Ela deve ser valorizada, elogiada e amada. Seu trabalho pede reconhecimento, seus olhos, gratidão e cuidado, e seus braços precisam de abraços e dengos. Grandes executivas, ao serem entrevistadas, segredaram seu desejo mais oculto de preparar um jantar para o marido e filhos e desfrutar do que a maioria das filhas de Eva desfrutam diariamente.

Os filhos devem ser vistos pelos pais como únicos e preciosos. Em meio a sete bilhões de habitantes, Deus escolheu aquela família para cuidar dessas crianças. É um privilégio único alimentar, proteger, educar e amar um outro ser. Eles se parecem muito com os pais, que se surpreendem ao ver nos pequenos seus traços mais característicos.

A família é oásis no deserto da vida. O pai, mesmo que tenha uma profissão sem nenhum glamour na sociedade é, naquele ambiente, o herói de todos. A mãe, que raramente se parece com as modelos produzidas das revistas, é recebida em casa como a mais bela das mortais. Os filhos são apoiados, têm suas habilidades desenvolvidas e suas limitações trabalhadas. Queridos incondicionalmente, repreendidos e abraçados, treinados e alimentados, levam consigo a continuação do nome da família e dos ideais culturais e espirituais pelos quais os pais tanto prezam.

Ah, família, lugar de descansar e recobrar as forças. Espaço para recuperação das doenças e desfrute dos anos que passamos na terra. Mas nem sempre tudo funciona tão bem, não é verdade? Cada membro tem suas limitações, seus pecados, suas fraquezas e suas manias. Como liderar uma casa? Como educar os filhos? Como amar o cônjuge? Estas são perguntas que precisam de resposta, sem as quais não haverá felicidade.

Felicidade não é fruto do acaso, mas resultado de trabalho concentrado e embasado em princípios deixados pelo Criador, pelo Fabricante, que realmente deseja e está empenhado em fazer da sua casa o melhor lugar do mundo para se estar.

Sintetizar e concentrar. Simplificar e facilitar. Estes têm sido os desafios do Pr. Josué Gonçalves. Falar de família, para ele, é fácil, já que prega, aconselha, escreve e respira família há mais de 30 anos. Seu desafio neste volume é traduzir para qualquer leitor os princípios poderosos da Bíblia que, se colocados em prática, promoverão a chegada da paz, a permanência da prosperidade e a presença da tão desejada felicidade.

Se obedeceres ao mandamento que hoje te ordeno, de amar o SENHOR, teu Deus, de andar nos seus caminhos e de guardar os seus mandamentos, seus estatutos e seus preceitos, então viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra em que estás entrando para possuir. Mas, se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorar e cultuar outros deuses, declaro-te hoje que certamente serás destruído. Não prolongarás teus dias na terra em que entrarás para possuir, depois que atravessares o Jordão. Convoco hoje o céu e a terra como testemunhas contra ti de que coloquei diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Portanto, escolhe a vida, para que vivas, tu e tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, obedecendo à sua voz e te apegando a ele, pois ele é a tua vida e a extensão dos teus dias; para que habites na terra que o SENHOR prometeu com juramento dar a teus pais Abraão, Isaque e Jacó. (Dt 30.16-20)

Nossa história de vida é marcada por decisões. Na raiz dos nossos sucessos e fracassos lá estão elas, as decisões que tomamos em algum momento. Se estávamos com a cabeça quente ou serenos, se estávamos apressados ou tranquilos, se fomos bem influenciados ou não, se agimos por impulso ou se refletimos sobre a situação, todos esses elementos exerceram algum tipo de pressão sobre as decisões que tomamos. Por esta breve relação de agentes que nos influenciam, o leitor pode perceber que não devemos menosprezar o clima que envolve a tomada de uma decisão, qualquer que seja a decisão.

O clima no qual estamos envolvidos quando tomamos decisões interfere diretamente sobre o que decidimos, mas nós não podemos atribuir ao ambiente a responsabilidade por uma decisão errada da nossa parte: a decisão é nossa. Até mesmo se identificarmos uma pessoa próxima a nós, cujo conselho tenha nos levado a uma decisão desastrosa, em última instância a palavra final de quem foi? Foi nossa.

Pense em uma pessoa que decide por uma profissão qualquer. Ela planeja seus estudos na faculdade por quatro ou cinco anos. Talvez faça uma especialização por mais um ano, seguida de uma pós-graduação que dura mais dois anos. Forma-se. Entra em um programa para trainees e começa a sua carreira. Dali a um tempo, percebe que aquela não era bem a profissão que ela deveria ter escolhido. Veja quanto tempo, quanto dinheiro, quanto esforço empregado sem um resultado positivo, sem um momento de satisfação, de realização. Vem a frustração, que é seguida pelo desânimo, que se transforma às vezes em depressão. Tudo teve início em uma única decisão, mal tomada por sinal.

Com esse roteiro fictício, que representa inúmeras situações reais, quero mostrar a importância das decisões. Em muitos casos, as coisas são ainda piores, acredite. Eu poderia montar aqui o quadro dentro de outros cenários como a compra de um imóvel em uma vizinhança problemática, a compra de um carro com problemas mecânicos, o financiamento de algum bem a longo prazo, o começo de uma sociedade comercial com um sócio desonesto ou mesmo um namorico, sem maiores pretensões, que se transforma em algo sério e leva a um casamento indesejado, com filhos, com a interferência da família, com uma situação financeira precária. São muitas as possibilidades, todas elas dependentes de uma única decisão. Uma só.

Se uma decisão errada pode arruinar a vida de uma ou mais pessoas, o contrário também é verdadeiro: uma decisão acertada pode levar você a lugares espaçosos, a delícias que jamais imaginou provar, a sensações de grande alegria e gozo que podem ser divididas com as pessoas que você ama e para as quais você quer o melhor. E, novamente, lá está ela, a decisão, a sua decisão!

Do mesmo modo, eu poderia montar aqui um quadro de como uma decisão feliz e acertada pode mudar a vida de pessoas, de famílias, de igrejas, cidades e até mesmo um país. Não faltariam exemplos em nenhuma área para demonstrar isso a você: da filantropia ao negócio mais rentável, do Terceiro Mundo à biografia do homem mais rico do planeta, das missões cristãs no século I às atuais transmissões de TV em full HD. Se hoje sofremos com os problemas do pecado, foi pela decisão de alguém, a decisão deliberada de desobedecer à Palavra de Deus; mas por outro lado, até mesmo a salvação de todo aquele que crê em Jesus e a esperança que temos hoje a respeito da vida eterna também podem ser atribuídas a uma única decisão: Deus amou o mundo e decidiu dar seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Que maravilha é ter consciência de que podemos contar com o Senhor na orientação dos nossos passos, das nossas decisões. É o que lemos nos versículos que abrem esta Introdução. Há quarenta e dois anos, o Senhor havia tirado o seu povo do Egito, onde era escravo e estava sendo oprimido pelo sofrimento imposto pelo faraó. O Senhor organizou a remoção do povo que saiu do Egito e foi dirigido por Ele à Terra Prometida, Israel. Isso aconteceu há mais de 3 mil anos. Pouco antes de aquela multidão apossar-se da terra herdada, o Senhor usou Moisés para aconselhar o povo nos passos seguintes.

Quando Moisés reuniu os milhares de Israel, disse que a terra seria para eles uma herança eterna, pois era o cumprimento de uma promessa que não pode falhar. O povo, porém, poderia tomar o caminho que quisesses, contanto que assumisse as consequências. O caminho bom e o caminho mal estavam diante do povo de Israel, e o Senhor aconselhou o seu povo a escolher o caminho que leva à vida.

Reconheço que tomar decisões não é tarefa fácil, mas podemos confiar no cuidado de Deus que nos acompanha e guia em nossas decisões. Ele deseja ver seu povo acertando e sempre escolhendo a vida.

Neste livro, reuni parte da experiência que tenho na área de decisões úteis para uma família, desde o relacionamento de um casal até a composição de uma família. São cinco decisões que podem fazer com que a sua vida como parte de um casal ou de uma família tome um rumo melhor. Há situações que vemos como imutáveis, monstruosas, mas que podem ser transformadas para melhor com uma decisão acertada. Por isso, quero compartilhar com você essas cinco áreas que interferem decisivamente no estabelecimento da felicidade entre marido e esposa, e sua família.

Espero que você seja beneficiado com a leitura, que a mão do Senhor ajude nas decisões que você precisa tomar, e que elas sejam as mais acertadas possíveis.







Segunda Decisão – Já ouviu falar sobre “facilitar”?
Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar
Um homem não está acabado quando enfrenta a derrota. Ele está acabado quando desiste.(Richard Nixon)

Você já ouviu a famosa frase “por que facilitar se eu posso complicar?”. É impressionante, mas há pessoas que pensam que essa é uma atitude que se possa adotar nos relacionamentos pessoais, e elas agem assim no seu dia a dia. Não entrarei nos detalhes que fazem algumas pessoas serem assim, mas quero indicar uma reflexão que deve ser feita quando pensamos no quanto podemos ajudar aos outros com simples gestos. Claro que eu poderia mencionar diversas passagens da Bíblia, mas optei por uma só que está na oração do Pai Nosso: “Perdoa-nos assim como…”. Medite no “assim como”. Assim como perdoamos, somos perdoados; se não perdoamos, não somos perdoados.

Deus nos ama e sempre quer o melhor para nós, porém ele estabelece suas próprias leis. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7b). Por isso as Escrituras nos aconselham a ser sempre misericordiosos (Tg 2.13). Jesus nos disse: “Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada” (Mc 4.24). Vamos optar por semear misericórdia em nossa casa, para colhermos misericórdia mais adiante; vamos plantar tolerância, para que não sejamos maltratados quando errarmos; vamos semear simpatia e colher o amor que tanto desejamos.



Portanto, a segunda decisão que deve ser estabelecida no seu relacionamento conjugal e familiar para buscar a felicidade no seu lar é: “Decida ser um facilitador”. Seja um facilitador ou uma facilitadora para a vida dos que vivem com você.

A Bíblia diz em Lucas 15.20: “Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se ao seu pescoço e o beijou”.

Veja como esse pai impressiona por sua atitude generosa. A tradição judaica nos tempos de Jesus dizia ser indigno a um senhor correr publicamente. Eles cultivavam a serenidade e a tranquilidade, e a impressão causada por ver um idoso correndo era inadequada. Mas quando o pai, já idoso, viu seu filho aproximando-se de casa, ele saiu correndo a encontrar o jovem a fim de facilitar a sua aproximação. E não foi só isso o que aconteceu.

Primeiro, quando o filho voltava para casa, o pai, que estava ao redor da propriedade, avistou-o e não deixou que ele voltasse sozinho. Correu ao seu encontro e facilitou a volta para a reconciliação.

O irmão mais velho estava do lado de fora da casa e não quis entrar. Ele também não teve interesse, mais à frente, de participar da festa que foi promovida para celebrar o retorno do irmão mais novo. Quem, então, foi conversar com aquele irmão mais velho que estava em crise? O empregado? Não! O tio? Não! A tia? Não! O avô? Não! O pai foi, pois esse pai era um facilitador.

Seja um facilitador dentro da sua família. Seja uma mãe facilitadora, seja um pai facilitador, seja uma filha ou um filho facilitador. Seja um genro facilitador. Seja uma nora facilitadora. Mas faça disso uma atitude sua, pessoal: você deve ser e não apenas ter uma ou outra atitude facilitadora. Faça disso uma disposição interior, uma maneira de agir voluntariosa, espontânea. Tome isso como uma meta e implante no seu coração essa virtude que deve ser cultivada, preservada e mantida.

Seja um facilitador do diálogo na sua casa. Sempre há alguém disposto a desculpar-se, rever os erros, recompor uma situação de crise, mas uma postura inflexível impede o diálogo e a aproximação. Do contrário, quando as pessoas sabem que somos facilitadores, elas são encorajadas, a aproximação e a reconciliação são promovidas e o ambiente se renova. Mas isso não acontece se não houver quem facilite as coisas. Seja você a pessoa por onde essa mudança entrará em sua família, em sua casa, no seu casamento.

Seja um facilitador das soluções que precisam acontecer. Seja você um facilitador do perdão na família. Seja um facilitador que colocará as coisas complicadas no seu devido lugar: fora do seu ambiente conjugal, longe do seu ambiente familiar. Assuma a disposição de facilitar o relacionamento, e a felicidade irá aproximar-se de você e da sua família.

Não atrapalhe: ajude. Não seja uma pedra de tropeço que derruba pessoas próximas. Seja uma ponte e construa acessos para ligar pessoas distantes. Viabilize soluções, renove a sua mente e seja criativo. Se não puder ajudar, não atrapalhe, mas procure ser um facilitador. Pense de maneira diferente, como Paulo diz que devemos pensar: “… sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

Fazendo isso, você ajudará na reconstrução de relacionamentos e no processo de restauração das relações quebradas, facilitando o encontro de quem está distante e promovendo o banquete para que dois possam sentar-se juntos na presença de Deus. E Deus reconstruirá o que foi destruído.

Acredito em ações como essa e as tenho ensinado aos casais que aconselho, aos ouvintes que participam de nossos encontros e palestras, e sabemos o resultado que vem do comprometimento com passos dados nesse sentido. Não há nada de fantasioso nem excessivamente exigente; são passos simples, que podem encontrar resistência não no modo de realizar, mas na disposição do coração, pois exigem que cada um baixe suas defesas, guarde suas armas e incline o coração para uma atitude de renovação e humildade diante de uma causa maior – aliás, duas: o estabelecimento da vontade de Deus no seu lar e o amor dentro da sua família.




Terceira Decisão – Encare o espelho (O que ele tem a ver com isso?)
Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar
Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante
do espelho da sua alma para reconhecer seus erros
e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas
sementes no terreno de sua inteligência.
Augusto Cury

Uma das coisas mais difíceis para uma pessoa adulta é decidir-se por uma mudança pessoal de hábitos no comportamento e atitudes. E se a necessidade dessa mudança for apontada por outra pessoa, ou requisitada, aí é que a mudança encontrará ainda maior resistência.

No entanto, quando acontece uma autoconfrontação, quando alguém vê os próprios defeitos, as próprias falhas e os próprios erros, aí se abre uma oportunidade para que as coisas sejam alteradas e encaradas de frente. Portanto, a terceira proposta de mudanças que farei a você tem a ver com como vemos a nós mesmos, já que alguns de nós não dão importância àquilo que outros dizem a nosso respeito.

A terceira decisão, então, é: Decida levar a sério a lei do espelho.

Quem não leva a sério a lei do espelho não pode entrar no processo de transformação, mas seguramente está no processo de deformação.

Veja o que Jesus disse:

Por que vês o cisco no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do olho; e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho de teu irmão. (Mateus 7.3-5)

Quem já sofreu com um cisco no olho? Praticamente todos nós. Lembra-se de quando o cisco entrou no seu olho? Foi horrível, pois os olhos não foram feitos para suportarem um objeto estranho a eles. Então, se você estava sozinho, precisou recorrer a um espelho. Só recorrendo a um espelho é que podemos ver o que está em nosso próprio olho.

Podemos ouvir o que falamos, podemos acessar nossos ouvidos e tirar algo que nos incomode, podemos limpar o nosso nariz, mas os olhos são os órgãos dos sentidos mais delicados e de difícil acesso caso sejam incomodados por um objeto estranho. Por isso, precisamos de um espelho.

Mais uma pergunta: resolve termos o espelho sem que exista luz? Não! E se o espelho estiver sujo? Também não ajuda muito.

Então, são três as coisas fundamentais que precisam existir nesse ponto: luz, espelho e limpeza. De nada adianta eu querer ser espelho para a minha esposa se não tenho praticado aquilo que estou querendo corrigir nela. O contrário também é verdadeiro: não adianta a minha esposa querer ser espelho para mim se ela tem sido um espelho sujo. Como também não adianta um querer ser espelho para o outro se a luz de Deus não estiver brilhando em casa.

E esse é o grande e recorrente problema que tenho visto acontecer com os casais. As pessoas querem corrigir as outras quando, na verdade, não sabem como elas mesmas são nem como se comportam, não veem os próprios defeitos, as próprias falhas: precisam de espelho. Ninguém melhora se não tiver espelho limpo e luz que facilitem visualizar a própria imagem. É preciso ver-se, ter autocompreensão a respeito de quem somos e de como agimos antes de querer corrigir os outros.

É comum perceber que quando alguém aponta erros em outros está, na verdade, enxergando os próprios erros. Quando alguma coisa feita pelo cônjuge incomoda, muitas vezes aquela atitude incômoda é a mesma praticada por nós. E quando vemos outros fazendo o mesmo que nós, sentimo-nos desconfortáveis e investimos no sentido de fazê-los mudar. Um bom espelho, limpo e com luz, mostraria que nós mesmos estamos fazendo aquilo que temos condenado nos outros. É o que Jesus está dizendo no versículo que mencionei há pouco.

Já imaginou se todos nós fôssemos para o trabalho pela manhã e saíssemos de casa sem olhar no espelho? Como é que você sairia na rua? Já pensou como estariam os cabelos de alguns de nós? Como estaria a roupa de alguns de nós? Mas não se preocupe, pois todos querem mostrar sempre uma boa imagem. Por isso é que vamos logo cedo à frente de um espelho e nos cuidamos para mostrar uma boa aparência.

O espelho ajuda-nos no processo de melhoramento, de mudança, de transformação. Ao mostrar aquilo que está errado, ele nos incentiva a corrigir, melhorar, mudar a imagem desequilibrada ou desajustada. Alguém poderia pensar: que bom se eu pudesse contar também com a ajuda de um bom espelho espiritual e emocional, talvez um espelho comportamental e de personalidade, limpo e bem iluminado!

Deus é o nosso espelho através da sua Palavra.

Deus é nosso espelho, usando nosso cônjuge em nosso favor.

Deus é o nosso espelho, usando nossos filhos em nosso favor.

Deus é o nosso espelho, usando os amigos em nosso favor.

Espelho limpo, debaixo de luz, não mente! E aquilo de que nós mais precisamos são pessoas que falem a verdade para nós a partir do que diz a Palavra de Deus. Pessoas que sejam usadas por Deus, pessoas neutras, que não ajam com interesses que não sejam os mesmos interesses de transformações a serem realizadas pelo Espírito do Senhor!

Precisamos de pessoas que carinhosamente digam assim: “Você está muito gordo. Você vai ter problema no coração. Você vai ter problema no seu casamento. Desse jeito, você não irá muito longe. Você já percebeu que está comendo muito açúcar? Está comendo muito carboidrato? Você tem tomado um litro de refrigerante no almoço? Preste atenção! Você está cavando sua sepultura com a própria boca”.

Alguém já falou a verdade dessa maneira a você? Precisamos de pessoas que digam ainda: “ Já percebeu que você tem dado mais valor às coisas do que às pessoas?”. Ou então: “Eu nunca vi você brigar pelo seu filho como você está brigando por causa de um risquinho no carro”.

E vou adiante. Temos tido carência de pessoas que digam: “Vem aqui, meu irmão. Vamos orar juntos”.

Precisamos estar próximos de pessoas que digam isso.

Quem tem dito a verdade a você? Precisamos ter por perto alguém que possa nos chamar a atenção quando necessário, alguém interessado em nosso crescimento. A autonomia humana não é tão saudável quanto querem nos fazer crer. Aliás, a autonomia humana está na base da maioria dos pecados que vemos nas páginas da Bíblia. O homem não pode agir isoladamente, sem consultar a Deus ou ter uma clara noção da Sua vontade, e não convém a ninguém agir sem que antes tenha consciência dos conselhos de outras pessoas: “Quando não há uma direção sábia, o povo cai, mas na multidão de conselheiros há segurança” (Pv 11.14, ênfase acrescentada).

Precisamos estar próximos de pessoas que tenham abertura para dizer: “A irmã não acha que a sua roupa está revelando um coração orientado por um espírito de sensualidade exagerado? Nunca lhe falaram que a sua roupa está levando muitos homens ao pecado?”.

Quem é que fala a verdade a você dessa forma?

Os irmãos precisam de alguém que os chame e diga: “Nunca disseram que você tem sido estúpido? Que você tem sido muito grosso? Que pelo seu modo de tratar as pessoas à sua volta ninguém suporta ficar ao seu lado?”.

Quem fala a verdade assim a você?

Ultimamente, ando à procura de gente que fale a verdade para mim porque o famoso tapinha nas costas não muda a nossa vida. Só elogios não nos transformam em pessoas melhores porque os elogios nem sempre são a expressão de uma situação real e concreta: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, disse Jesus.

Sempre recordo o dia em que terminei de pregar uma mensagem, na Assembleia de Deus do Bom Retiro, e logo em seguida uma senhora me chamou à parte e disse: “Pastor Josué, o senhor é um palestrante educado, muito polido em sua postura, mas o senhor usou uma expressão ao contar uma história que me deixou chocada. É uma expressão que não cabe na boca de um homem como o senhor! Pastor Josué, se for possível, não use mais essa frase, pois estraga a beleza do seu sermão!”.

Eu a abracei e disse: “Obrigado. Nunca mais alguém me ouvirá dizer esta frase quanto eu estiver dando uma palestra. Nunca mais!”.

Um dia, na pressa para resolver algumas questões do meu dia a dia, atender a uma pessoa aqui e outra ali, não me dei conta de que o dia seguinte era uma data importante para minha esposa e para a minha nora, e eu estava ocupando este dia com reuniões que estavam sendo agendadas. Na correria, eu ia me esquecendo, deixando passar. Então, considerando meu filho como meu espelho, liguei para ele e conversamos.

– Douglas, o que você acha disso e daquilo?

– Pai, o senhor vai ferir o coração da mãe. Talvez a Valéria – minha nora – não entenda o seu descuido. Pai, verifique se é possível mudar a data das suas reuniões.

– Meu filho, não havia pensado nisso; obrigado. Vou mudar tudo agora mesmo. Não haverá reunião amanhã. Vou desmarcar a visita também. Vamos preservar o coração da mãe e o coração da nora.

Ele é meu espelho!

As situações nas quais fazemos algo simples e corriqueiro que fere o coração das pessoas próximas são inúmeras. Pode ser uma simples pescaria com os amigos, mas que não é marcada para um dia ou momento certo para sua esposa; para ela, pode ser uma simples e rotineira ida ao shopping center ou algo assim, mas o seu coração será ferido se for em um momento errado para você.

Precisamos de espelho para enxergar o cisco no olho – espelho limpo e iluminado. Sozinhos não conseguiremos enxergar todas as coisas adequadamente. Precisamos de auxílio como também precisamos ser humildes o suficiente para ouvir e aceitar a imagem que estamos deixando à vista. Nós não a vemos, por isso precisamos saber como temos sido vistos.

Qual foi o dia em que você reuniu sua família, sentou entre eles e perguntou: “Eu quero saber de você, meu filho, que nota você dá para mim como pai?”. E, então: “Minha filha, que nota você dá para mim como seu pai?”. E ainda: “Meu bem, que nota você dá para mim como seu marido?”.

Você precisa olhar-se “no espelho”.

Quando foi a última vez que você chamou sua filha para ir a uma sorveteria e lhe disse: “Filha, eu chamei você só para perguntar uma coisa: em que você acha que o papai precisa melhorar?”. Ou com o seu filho: “Filho, em que você acha que o papai precisa melhorar?”.

Essa relação precisa ser desenvolvida de maneira mais acertada em nossa família. Precisamos trabalhar melhor as questões como “sinceridade” e “cumplicidade”. Essas virtudes funcionam como blindagem contra os acessos que o mundo lá fora procura a fim de entrar na privacidade da nossa vida e da nossa casa. Esse exercício de “espelhar” nossa vida entre as pessoas próximas promove a cura e fecha as brechas, impedindo a invasão e o saque dos tesouros do coração na família.

E o mesmo vale para o casal especificamente. Casais que não se blindam ficam vulneráveis a invasão. Há esposas que preferem afastar-se de seus maridos quando uma “invasora” aproxima-se dele. E por que ela faz isso? Para testá-lo. Para ver até onde ele vai. Essa não é a melhor maneira de agir como espelho. É preciso manter-se por perto e ser sincera sem agredir. E o marido precisa ouvi-la, pois ele nem sempre vê o que ela vê.

Converso sempre com meu filho Douglas e lhe pergunto o que ele acha de determinadas coisas nas quais estou envolvido. Ele é meu espelho e fala realmente aquilo que eu preciso ouvir. Da mesma foram, pergunto muitas coisas para a minha esposa, que é meu espelho para outros assuntos que não são do campo do Douglas. E minha esposa fala mesmo. Ela é meu espelho e fala aquilo que eu preciso ouvir.

Quem é o seu espelho?

Não desperdice cada opinião que pode promover reflexão sobre você e sobre sua família, sua vida profissional e outras áreas mais. Uma boa voz a ser ouvida é a das crianças: elas não mentem. As crianças são sinceras a toda prova e têm uma maneira peculiar de ver aquelas coisas que os adultos não veem.

Quem é o seu espelho? Quem é que tem liberdade, com amor, para lhe dizer as verdades que trarão melhorias na sua vida? Sem ouvir nem considerar a verdade, nós vamos vivendo com a sensação de que somos seres absolutos e as pessoas devem nos acompanhar, seguir e submeter-se à nossa vontade. Não é assim que devemos viver.

A família pode ser um agente eficaz de Deus para o crescimento, não para servir de apoio para delírios e insanidades. E uma das maravilhas que a família pode proporcionar é ser um laboratório para a melhoria de cada um de seus membros, um ambiente para o aperfeiçoamento da nossa maneira de ser como pessoas, cristãos e cidadãos.

Devemos ansiar por não continuar como somos, pois o cristão precisa ser como a luz da aurora, que vai brilhando, brilhando, brilhando… até ser dia perfeito.

Eu estou no Twitter, uma rede social bastante frequentada, e tenho mais de 28.000 seguidores. É inevitável conversar com muita gente por ali. E certa vez, uma irmã que eu não conhecia pessoalmente, mas que estava conectada como minha seguidora, insistiu: “Pastor, passe o seu MSN, passe para mim seu MSN porque eu estou com um problema muito sério, muito grave, e preciso falar com o senhor”.

Pensando em ajudar essa irmã, com a intenção de responder ao pedido de conselho e ajuda dela, passei o endereço de MSN. Mas eu não frequento as redes sociais escondido da minha família. Tanto o Twitter, como meu email, MSN ou Facebook são todos abertos a todos de casa, não há nada a esconder.

Quando passei o MSN a ela, quem estava próximo a mim, acompanhando-me? Meu espelho, o meu filho Douglas! E ele viu que eu havia passado o endereço de MSN para aquela irmã. Imediatamente ele me alertou.

– Pai, o senhor não percebe que o comportamento dessa mulher não é prudente? Vou lhe dar um conselho: desligue o seu contato com essa mulher. Pela insistência dela no Twitter, a impressão que me dá é que ela não está atrás de um conselho, mas atrás do conselheiro.

– Meu filho, eu não me atentei para isso. Se você sentiu isso e percebeu as coisas dessa maneira, já estou desligando – e foi o que fiz. Não aceitei o pedido de conexão com o MSN vindo dela. Ele é meu espelho e reflete, mostra aquilo que não consigo ver com meus próprios olhos.

Como você reage quando seu filho diz: “Pai, acho que não é prudente aquilo que o senhor está fazendo”?

Se você responde que “está no controle”, você está em perigo. Foi assim que Sansão caiu, quando pensou que tinha o controle nas mãos. É aquilo que eu disse há pouco sobre a autonomia: agir individualmente, desprezar o conselho, insistir em agir por conta própria. Nenhum grupo, igreja, empresa, família, nem mesmo um casal, pode subsistir quando um dos membros toma seu rumo individualmente, autonomamente. Muitas vezes, Deus usa os nossos filhos para corrigir em nós o que precisa ser corrigido. Muitas vezes, Deus usa uma filha para corrigir em nós, marido ou esposa, o que não temos visto por conta própria. Quando sua filha lhe disser “Ei mãe! A senhora não percebe que daqui a pouco o pai vai abrir mão de você? Mãe, a senhora tem sido muito chata”, acorde, irmã. Acorde, irmão.

Eu preciso ter a minha esposa como meu espelho, meus filhos como meus espelhos e meus amigos como meus espelhos. E prefiro que eles me falem a verdade, pois quando olho para o espelho, vejo a minha barriga crescendo. O espelho não diz: “Você está lindo!” quando na verdade estou feio.

Quando olho para o espelho, o espelho dá o relatório “nu e cru”: “O seu cabelo está horroroso! Você precisa fazer a barba”.

Quando eu olho para o espelho, ele mostra exatamente como sou e como estou: “Olha, você tem vestígio de creme dental no canto da boca. Você vai sair de casa assim? Você tem um fiapo de lã do cobertor pendurado no cabelo. Vai deixá-lo aí?”.

Quem é que fala a verdade para você?

Assim, decida levar a sério a lei do espelho, pois é a maneira mais rápida e eficaz de ouvir coisas a nosso respeito, coisas que não podemos alcançar por conta própria.


Quarta Decisão – Seja uma cópia de Jesus
Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar.

Os gritos começam quando termina a inteligência. (Marlene Guerrato)

Você sabe o que é mimese? A mimese é a imitação que alguém faz de um comportamento de outra pessoa. Há um escritor francês que desenvolveu uma teoria sobre o comportamento humano e chamou essa teoria de “teoria do desejo mimético”. Isso nada mais é do que desejar o que o seu modelo deseja. É desejar o desejo do outro. Isso não é bom quando você tem um modelo humano e imperfeito, mas quando o seu modelo é perfeito, divino e insuperável, então eu penso que você terá desejos elevados.

A partir disso, quero propor a quarta decisão que você precisa assumir a fim de que sua família e seu casamento tenham felicidade de maneira constante: Decida ser uma cópia de Jesus dentro da sua família.

Desejar faz parte do aspecto volitivo do ser humano; todos nós desejamos algo: um objeto, o cumprimento de um sonho, uma sensação agradável, uma condição especial. São muitos os desejos que eu poderia relacionar aqui como desejos que estão dentro da esfera volitiva do homem. Quero que dê atenção a este desejo específico: deseje ser uma cópia de Jesus dentro da sua família.

Veja este texto: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. Com esta declaração, Jesus nos deixa uma porta aberta para que saibamos que podemos contar com Ele sempre que as coisas apertam. E elas sempre apertam em algum momento. Não importa a circunstância, o caso ou a situação: sabemos que sempre poderemos contar com Jesus nas nossas dificuldades. Sabemos que não seremos humilhados, nem ignorados, nem desprezados se recorrermos a ele nas nossas fraquezas e dificuldades.

Esse é o ponto que preciso destacar aqui quanto à nossa proposta de decisões para a felicidade conjugal e familiar: faça o que Jesus quer que seja feito dentro da sua casa. Em outras palavras, copie ou imite Jesus sendo você mesmo um “aliviador” das cargas emocionais, das pressões psicológicas, das crises espirituais sobre a vida dos membros da sua família ou do seu cônjuge.

“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados.” Sabe o que mais significa isso? Que Deus quer que eu seja um canal da sua graça, aliviando os cansados, oprimidos, sobrecarregados dentro da família. Ele quer que eu reproduza com o meu próximo aquilo que que Ele faz comigo. Ele quer que eu seja uma cópia. É isso que Deus quer que nós sejamos. Seja uma cópia de Jesus. Paulo já havia pensado nisso quando escreveu: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1).

Jesus prossegue: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração…” (Mt 11.29).

Será que podemos dizer à nossa família essa frase de Jesus: “Aprendam comigo porque eu sou manso”? Será que podemos fazer as afirmações seguintes?

– Eu não grito, sempre falo baixo.

– Eu não esbravejo, sempre sou calmo.

– Eu sempre corrijo meus filhos com amor, nunca com ira.

Lembro-me daquela história de uma mulher que pegou o filho na igreja, porque ele estava aprontando “umas poucas e boas” durante o culto, e o arrastou para trás do templo. Ela estava na batalha para dar um “esfrega” no garoto, mas ele, sendo mais esperto do que ela, escapou. Então correu para o templo e subiu as escadas para a galeria. O templo estava lotado, pois era domingo à noite. Lá no alto, ele deu um grito: “Pastor! Põe a igreja em oração porque a minha mãe está endemoninhada lá atrás da igreja”.

“Aprendei de mim porque sou manso.” Essa historiazinha do filho e sua mãe, como muitas outras, é fictícia. No entanto, elas sempre têm um pano de fundo na realidade, sempre são criadas a partir de uma cena ou de situação reais. Como a nossa família precisa de gente mansa!

Tenho um compromisso muito sério com a excelência e, por conta disso, não suporto ver coisas erradas, não suporto ver coisas quebradas e não posso ver coisas mal feitas. Estou trabalhando em minha consciência para que eu não seja um perfeccionista porque, na verdade, o perfeccionista esconde certo complexo de inferioridade e torna-se uma pessoa “tóxica”.

Tempo atrás, era muito comum eu explodir por qualquer coisa que não estivesse com perfil de excelência. Era mais comum do que hoje eu ter esses momentos de inconformismo em função daquilo que não estivesse bem feito. Comecei, porém, a pensar nisso: “Aprendei de mim, porque sou manso”. E entendi que precisava ser uma cópia de Jesus. A frase de Jesus estava na minha cabeça: “Aprendei de mim, porque sou manso”. Sabe o que aconteceu? Hoje, quando preciso resolver um problema, vou orando antes: “Senhor, segure-me. Senhor, ajude-me. Não me deixe explodir, Senhor. Não me deixe ferir meu irmão com um tom de voz desnecessário. Senhor, ajude-me”.

Isso é treinamento, isso é exercício que precisamos fazer o tempo todo para melhorar as áreas que devem ser modificadas. Tornamo-nos antipáticos quando começamos a explodir por qualquer coisa, a agredir, machucar, gritar, brigar. E, invariavelmente, nós nos arrependemos ao perceber os excessos e ver que não era necessário tamanho exagero. Olhamos para trás e vemos que já ferimos, já machucamos, já fizemos pessoas chorar sem que fosse preciso agir assim. É preciso ser manso.

Há um tempo, minha esposa comprou um celular de presente para mim. E eu avisei ao Pedrinho: “Olhe, não mexa no aparelho porque se você mexer, vai desconfigurá-lo, e aí não conseguiremos reajustar como antes”.

E não é que ele mexeu? Desconfigurou o aparelho todo. Eu explodi… Levei o Pedrinho para a minha sala e falei umas “verdades” para ele, desabei.

Pouco depois, quando fui à cozinha tomar um café, passei pela sala e lá estava o garoto, todo murchinho, acabrunhado.

Pensei: “Poxa, errei. Não precisava ter dito tudo aquilo ao garoto”.

Voltei até à sala.

– Pedro, chega aqui! – eu o chamei, e lá veio ele, todo triste, ombrinhos caídos.

– Fala, pai! – respondeu ele em voz baixa.

– Rapaz, foi mal, hein! Você errou, não era para mexer. Mexeu, desconfigurou. Eu podia ter cobrado de você a desobediência, mas não podia cobrar usando o tom de voz que usei. Você perdoa o pai?

– Tá perdoado, pai! — respondeu ele, e me deu a mão.

Caro leitor, precisamos nos esforçar para sermos uma cópia de Jesus. Precisamos encarar as nossas fraquezas e substitui-las por novas atitudes de acordo com a maneira de agir de Jesus e com aquilo que ele quer que façamos hoje. Para cada ato falho nosso, há uma nova oportunidade inspirada por Deus a fim de nos reconduzir ao caminho direito. Mas a tomada de decisão para refazer o que foi destruído cabe a nós. Deus já fez o que era preciso e nos convoca a reagir contra o mal, imitando a sua vida, o seu jeito de ser, o seu modo de pensar.

“Aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração.”

Todos quantos querem praticar isso dentro de sua casa precisam reagir contra o conformismo e, deixando de lado o orgulho, refazer o caminho na direção do perdão e da reconciliação, substituindo uma explosão de raiva por outra de mansidão.

Meu desejo é motivar você a mostrar em sua casa a nova pessoa criada em Cristo Jesus. Meu desejo é incentivar você a agir como quem nasceu de novo, para que todos vejam que algo novo de Deus começou na sua vida! Meu desejo é incentivar você a tomar decisões que revelem saúde espiritual e emocional em sua vida, para que isso seja transmitido a todos quantos estiverem próximos a você, e que suas ações não mais intoxiquem nem façam adoecer a ninguém. A sua presença transformará o ambiente na sua casa. A sua presença alterará a vida de pessoas por causa da sua influência.

Incentivo você a rever o mau humor e a tomar decisões no sentido de tornar-se uma pessoa mais alegre, amável e mansa.

Quando passamos a ser mais mansos e humildes, ocorre o que Jesus disse, evidentemente: “… e achareis descanso para vossa alma” (Mt 11.29).

Jesus está falando de segurança, está falando de conforto, de harmonia. Você terá esses resultados todos com sua família, com seu cônjuge e seus filhos, e esses serão os frutos que surgirão quando aplicar o coração ao exercício da mansidão dentro de casa, com a família. E quando você aplicar o seu coração e investir o seu esforço para tornar-se uma pessoa mansa, então poderá ouvir do seu filho, do seu marido ou da esposa, que agora você é outra pessoa. Imagine isso! Pense em como seria o seu filho testemunhar a seu respeito coisas como essas: “Meu pai está doce, ele está amável. O meu pai agora chupa sorvete comigo, come pizza comigo, toma café comigo. Ele senta no sofá para assistir um filme comigo”.

E então você saberá que de fato decidiu e conseguiu ser uma cópia de Jesus. Decida hoje mesmo ser uma cópia de Jesus, pois você não estará sozinho nesse empreendimento. Os resultados são certos, uma vez que confiamos nas promessas de Jesus:

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mt 11.29,30)

Quero terminar este capítulo registrando uma oração por você que tem sofrido e lutado contra os momentos nos quais tem perdido o controle. Entendo perfeitamente muitas das causas que levam uma pessoa a perder o controle e “estourar”. Nossos dias são tensos, estressantes, agitados, e as cobranças são inúmeras. Mas nós temos um refúgio onde podemos encontrar amparo e proteção.

Por isso, acompanhe comigo essa oração e permita que o Espírito de Deus conduza você a um lugar de refrigério para a sua alma.

“Espírito Santo, peço que se manifeste agora e cure o nosso estresse, que cure o nosso sistema nervoso enfermo e à flor da pele, que cure a nossa maneira grosseira e estúpida de ser, que cure a nossa maneira mal educada de tratar as pessoas. Peço, Santo Espírito, que cure o nosso temperamento tão descontrolado. Senhor, há pessoas fazendo tempestade em copo d’água e perdendo a cabeça por pouca coisa. Há pessoas ferindo funcionários, ferindo aquele que ajuda em casa, ferindo o cônjuge, ferindo os filhos e ferindo a si mesmas, sem perceber que os outros estão se distanciando. Há pessoas que provocam tensão pelo simples aproximar-se dos demais porque a sua presença é tóxica, perturbadora, e não é abençoadora. Nós não queremos ser assim, Senhor! Nós não queremos ser isso; queremos ser uma cópia de Jesus. Queremos ser uma cópia de Jesus, pois ele disse: ‘Aprendam comigo porque eu sou manso e humilde de coração’. Queremos isso porque o Espírito de Deus controlará a nossa vida, o Espírito de Deus dominará o nosso temperamento, o Espírito de Deus estará construindo em nós o caráter de Jesus. Amém.”








Quinta Decisão – faça da sua casa um lugar melhor (uma decisão geográfica)
Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar
Não chegamos a conhecer as pessoas quando elas vêm à nossa casa; devemos ir a casa delas para ver como são.

(Johann Goethe)

Quando programamos uma mudança de residência, levamos apenas coisas que sabemos que ficarão bem na nova casa. Geralmente, fazemos uma reforma na nova casa, caso ela seja usada, e depois a mobiliamos com o que de melhor podemos comprar para que fique bonita e confortável. Como é bom preparar um lugar aconchegante para nós e nossa família.

Vamos juntos às lojas, conversamos sobre o local onde cada móvel ficará, escolhemos os enfeites – vasos, quadros, tapetes – e depois nos mudamos. Em nossa nova casa só colocamos aquilo que sabemos que a fará ficar ainda mais bonita.

É preciso, porém, fazer uma manutenção constante em outro quesito. É preciso escolher também as pessoas que entrarão em nossa casa. Por isso, a nossa quinta e última decisão é: Decida fazer da sua casa o melhor lugar do mundo para estar.

Veja o que está escrito em Marcos 2.1: “Dias depois entrou Jesus de novo em Cafarnaum e logo correu que ele estava em casa”.

Ele estava em casa. Jesus estava em casa. Quem entrou naquela casa era nada menos que o Príncipe da Paz, o Conselheiro, o Deus forte, o Pai da Eternidade.

Quem é Jesus? O Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o que era e o que é, o Senhor Todo-poderoso! Entrou naquela casa a semente que nasceu para esmagar a cabeça da serpente, aquele que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. E também disse: “Eu sou o bom pastor e o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”.

As pessoas correram para lá quando souberam que Jesus estava em casa. Não é em todas as casas que Jesus entra. Há casas nas quais Jesus não entra porque as pessoas não têm compromisso com ele. Penso que você nunca poderá afirmar que “ele está em casa” se a presença dele não mudar você. Quem não se deixa transformar por Jesus faz dele um “Jesus fraquinho”. Onde Jesus está, a sua presença causa alguma novidade em termos de mudanças e tais mudanças, geralmente, são bem radicais e notáveis. Do contrário, que Jesus pequeno é esse que está presente, mas a sua presença não muda as coisas em nós? Esse Jesus que não muda as coisas não é o mesmo Jesus dos Evangelhos. E há muitos “Jesus genéricos” por aí, mas eles não causam mudanças.

Só é possível dizer que Ele está em casa quando as pessoas notam algo radiante, e por isso… “muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar e anunciava-lhes a palavra”.

A frase “muitos afluíram para ali” é a expressão sincera do evangelista Marcos, e ela nos revela o que acontecia e o que deve acontecer quando Jesus, verdadeiramente, está em uma casa.

A presença de Jesus deve fazer da nossa casa um lugar onde todos querem estar. O filho quer estar, a nora quer estar, o genro quer estar, o tio quer estar, o primo quer estar, todos querem estar. “Muitos afluíram para ali.”

Quando Jesus está na nossa casa, a casa torna-se um lugar que atrai. Isso não significa que teremos uma “casa da mãe Joana”. Isso não significa que a família de origem dará palpites nos nossos assuntos. Quem acompanha o meu trabalho sabe como tenho ensinado sobre os limites existentes para preservar relacionamentos conjugais e familiares.

Cultive a presença de Jesus em sua casa.

Uma das coisas que Jesus fazia era frequentar algumas casas de pessoas próximas e de outras que não eram tão próximas assim. Por exemplo, Jesus sempre estava na casa de Lázaro, sempre! Sabe por quê? Porque era uma família que sabia hospedar, alguém lá tinha a mão poderosa para preparar os quitutes. Como é bom estar onde somos bem hospedados.

Quando a família da sua esposa chega à sua casa, você se esconde no quarto? Foi isso o que você aprendeu com Jesus? Quando a família do seu marido chega à sua casa, você dá um jeitinho de sair para fazer compras? Esse é a hospitalidade que você aprendeu com Jesus? Quando o seu marido diz que irá trazer uns irmãos da igreja ou alguns amigos para estar um tempo em sua casa, você fica “bicuda”? Ou você pensa: “Lá vem a turma dele. Vão estragar meu sofá, vão estragar minha mesa, vão lambuzar a minha churrasqueira, vão sujar meu quintal e quebrar minhas plantas, mexer nas minhas coisas…”. Ou pior ainda: “Essa turma come demais, vão acabar com a comida aqui em casa”.

Parafraseando um versículo do apóstolo João, “se você não sabe receber a sua mãe, a quem você vê, saberá receber a Jesus, a quem não vê?”. Eu conheço muito bem as questões que envolvem a hospedagem de pessoas em nossa casa porque frequentemente hospedo pessoas e famílias em minha casa – frequentemente!

Se Jesus está na minha casa, quem fica hospedado lá deve sentir paz naquele lugar, deve sentir liberdade porque Jesus está lá e mora conosco. E onde Jesus está, todos querem estar também!

Portanto, estas são as perguntas que lhe faço: “Como é a sua casa a partir das suas atitudes? Como você avalia o ambiente em sua casa tomando por referência o seu procedimento com as pessoas?”.

Lembro-me de quando tivemos uma célula em casa, e essa célula contou com 50 jovens. Imagine isso! E nós conseguimos fazer com que todos se sentissem à vontade.

“Entre…. Sente-se… Coma… Pegue aí, gente. Sente-se ali… Pegue lá…” Jesus estava em casa.

Foi assim. Onde Jesus está, há festa! Onde Jesus está, a reunião é alegre, animada e não fúnebre. Onde Jesus está, a glória da ressurreição está presente. Onde Jesus está, tem de haver festa! A sua casa é um lugar de festa!

Cultive a presença de Jesus na sua casa porque a presença de Jesus faz com que o lar, o casamento, a família tornem-se ferramentas de transformação.

Quando Jesus está presente, ele não deforma a situação e as pessoas: ele as transforma. Se Jesus estiver por perto, a água virará vinho.

É preciso decidir que Jesus será o Senhor da nossa família a partir do fato de o termos como Senhor da nossa vida. Primeiro eu, depois nós. Por isso a nossa quarta decisão foi sermos uma cópia de Jesus e, agora, a quinta decisão é que a nossa casa, nós, a nossa família serão para ele. É um processo. Não cairá uma caixa nem um embrulho do céu com o “Kit Felicidade Conjugal e Familiar”. É um processo que construímos aos poucos, envolvendo as pessoas aos poucos, promovendo mudanças e transformações aos poucos, durante toda uma vida. É um projeto para toda uma vida, dia a dia, pessoa a pessoa.

A primeira coisa que faço todos os dias quando acordo, estando em casa ou não, é dobrar os meus joelhos, segurar na mão da minha esposa (se eu estiver em casa) e começar o meu dia falando com Deus. Quem você começa o dia sem falar com Deus, passa o dia todo falando com o diabo.

Todos os dias, levanto-me pela manhã, e mesmo que minha esposa esteja dormindo, eu pego na mão dela e oro. Ela já sabe que vou orar quando pego em sua mão pela manhã porque tornou-se um hábito, e ela segura na minha mão e nós oramos. Minha oração pela manhã tem sido esta:

Venha o teu reino. Venha o teu domínio. Venha a tua soberania. Ocupe o primeiro lugar na minha vida, Senhor. Guarda-me do adultério, guarda-me da maledicência, guarda-me da mentira, guarda-me da ilegalidade, e ajuda-me a servir o próximo com excelência servindo a ti. Eu quero te servir servindo ao próximo. Abençoe minha esposa, meus filhos, minha nora, meus netos, minha filha, meu genro. Dá-me um dia na tua presença. Não me deixe perder nenhuma oportunidade de glorificar o teu nome na vida de alguém, em nome de Jesus. Mas venha o teu reino. Seja o Senhor da minha casa, seja o Senhor do meu casamento, seja o Senhor da minha família. Venha o teu reino, venha o teu domínio, venha o teu controle, venha o teu senhorio.

Decidi que em todos os dias da minha vida a primeira voz que eu tenho que ouvir é a voz de Deus. Por isso, não leio outra coisa antes de ler a Bíblia logo pela manhã. É um processo que estou promovendo a fim de melhorar e manter a felicidade na minha vida, e depois na vida dos que são meus. E isto eu faço porque quando ele é o Senhor, o processo de transformação não para. Nós sempre acordaremos um pouco melhor do que no dia que passou.

Não podemos mais perder tempo; precisamos acordar todos os dias, a partir de hoje, um pouco melhor do que no dia de ontem. Precisamos ser como a luz da aurora que brilha um pouco mais a cada manhã! Da mesma maneira, precisamos viver um milagre como o da água no processo de transformação para se tornar vinho: aos poucos, ela ficou um pouco melhor até tornar-se vinho, conforme lemos no Evangelho de João. Um pouco melhor a cada instante.

Sua relação com seus filhos será um pouco melhor a cada dia! Sua relação conjugal será um pouco melhor a cada dia! Seu relacionamento com a família de origem será um pouco melhor a cada dia! Seu relacionamento com a família de origem do seu cônjuge será um pouco melhor porque se Jesus está envolvido com vocês, ela não pode piorar, mas deve melhorar!

Quando Jesus está presente a casa também se torna um lugar de cura.

Em Marcos 2, há uma história interessante de cura, um verdadeiro milagre ocorrido dentro de casa. Como é que aquele homem chegou até Jesus se não podia andar por conta própria? Chegou carregado. Os amigos levaram-no até a casa de Pedro em Cafarnaum, mas não havia lugar de acesso pela porta para ele entrar. Alçaram o homem ao telhado, abriram uma fenda no teto, desceram-no no centro da sala por uma corda ou algo assim. E ele chegou à presença de Jesus, no lugar da sala onde o Mestre estava. Quando baixaram aquele homem, a Bíblia diz que Jesus não viu a fé do doente, mas viu a fé dos amigos que o levaram. Que impressionante!

Se você não consegue crer, ande com pessoas que creem por você e que creiam no seu milagre. A Bíblia diz que Jesus não viu a fé do doente, ele viu a fé dos amigos que levaram o doente.

Há momentos quando não conseguimos avançar por conta própria, com nossos próprios esforços. Precisamos de um amigo que nos leve, que nos empurre, que creia em nosso lugar ou por nós. É assim que avançamos quando não temos forças. Por isso é importante que você esteja com seus irmãos, esteja envolvido na igreja. Há um movimento em nossos dias que acusa a igreja, que critica a igreja, que aponta os problemas da igreja, mas a igreja não é só um lugar de problemas. Do mesmo modo, há movimentos em nossos dias que querem acabar com a família por meio de discursos, da mídia, da política e de movimentos sociais contrários ao que Deus criou há milhares de anos. Mas sem uma família convencional, “papai-mamãe”, nem mesmo esses manifestantes teriam nascido.

Você e todos nós precisamos promover a nossa casa e a nossa família a um lugar de cura, a um lugar de saúde para nossas emoções, para nossa alma. E com isso, com Jesus presente, o seu casamento será curado e reestabelecido. Creio nisso em nome de Jesus! Se hoje você não crê, eu creio por você! Se você não acredita, Deus acredita em você. Deus acredita no seu casamento. Deus acredita na sua família, no seu filho, na sua filha. Deus acredita no bom êxito do seu casamento e da sua família, e nenhuma palavra do que ele disse haverá de cair no esquecimento. Deus não é homem para que minta nem filho do homem para que se arrependa.

É interessante pensar que desceram o homem naquela casa e Jesus o curou; aquele que entrou carregado colocou a sua cama nas costas e saiu carregando-a. Aquele que era o objeto da sua grande vergonha tornou-se o próprio troféu. Aquilo que o prendia foi mudado em símbolo e demonstração de liberdade. Aquilo que o aprisionava como coxo, como paralítico, foi o seu prêmio. E ele saiu dizendo a plenos pulmões: “Vejam o que aconteceu comigo, eu fui curado! Eu fui curado! Eu fui curado!”.

Vejo nisso um sinal de que aquilo que hoje é a nossa grande vergonha pode ser visto amanhã por todos como o nosso grande testemunho.

No entanto, há algo mais que quero que você veja nessa passagem do Evangelho de Marcos. A casa de Pedro tornou-se lugar de cura porque Jesus ocupava o lugar principal ali. O lugar de Jesus deve ser o lugar do Senhor da família. Quando Jesus ocupa o primeiro e mais importante lugar em uma casa, ela se torna lugar de cura.

Coloque Jesus em primeiro lugar e no lugar principal, e a sua casa deixará de ser um lugar comum para se tornar o lugar onde acontecem coisas sobrenaturais – um lugar de coisas extraordinárias, um lugar excepcional!

Quem entrar em sua casa oprimido, sairá liberto!

Quem entrar na sua casa carregado, sairá carregando o seu troféu!

Quem entrar na sua casa triste, sairá alegre!

Quem entrar na sua casa doente, sairá curado!

Quem entrar na sua casa vazio, sairá batizado com o batismo de transbordamento!

Sua casa será lugar de cura. Quando Jesus está presente a casa torna-se lugar de salvação.

Comece a tratar de maneira diferente as pessoas da sua família que não o entendem e que demonstram não gostar de você. Seja uma cópia de Jesus no lugar onde você vive, vença o mal com o bem, pois quando fazemos o bem a quem nos faz o mal, jogamos brasas acesas na consciência como disse o apóstolo Paulo (Rm 12.20). Em pouco tempo, morrerá o inimigo e nascerá o irmão. Deixe que a sua família veja Jesus em você.
Pr. Josué Gonçalves

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