6 de fevereiro de 2015

Estudo bíblico: Vida Cristã

Todos estão sujeitos a enfrentar conflitos
Texto bíblico básico. Romanos 7.14-24
14. Porque sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
15. Porque o que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
16. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
17. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
18. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum: E com, efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
19. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
20. Ora, se eu faço o que não quero já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
21. Acho então essa lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
22. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus.
23. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
24. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte!

Texto bíblico chave.
Porque a lei do espírito de vida, em Cristo, me livrou da lei do pecado e da morte. Romanos 8.2

Objetivos
Procurar compreender que o conflito é o resultado de duas forças que se opõem.
Entender que o conflito é próprio de todo ser humano.
Crer que Deus tem sempre a solução certa para resolver os conflitos.

Recomendações úteis
No decorrer da semana. Procure sublinhar algum item sobre o qual tenham duvidas. Esses devem ser expostos durante as aulas dos estudos bíblicos. Pois será um ótimo exercício.
Ás vezes acontece que através de uma explicação dada, outros alunos mais tímidos receberão o ensinamento que necessitam.
Sempre com a bíblia para acompanhar as referencias citadas.
Mesmo que no estudo consiste o texto bíblico básico transcrito, incentivo a leitura da própria bíblia.

Palavra introdutória
O estudo aborda um assunto que está ligado ao dia-a-dia de cada pessoa.
Trata-se de uma declaração do apóstolo Paulo acerca de viver lidando com os conflitos que ele próprio experimentou como todas as demais pessoas experimentam.
Com muita propriedade que lhe era peculiar, o apóstolo explica a fraqueza do homem vivendo um dilema constante, e, por fim, a vitória daquele que não anda segundo a carne, mas segundo o espírito. Romanos 8.1.

1. Situação do homem diante dos conflitos
1.1. As características do homem diante dos conflitos
Conflitos são lutas ou combates que ocorrem no dia-a-dia de todo ser humano.
São duas forças antagônicas que disputam, procurando prevalecer. 2 Coríntios 7.5.
O querer e o praticar entram em oposição. Romanos 7.15.
O conflito é uma realidade na vida de cada individuo e que se apresenta de diversas formas e em vários níveis de intensidade.
O conflito é inevitável pelo fato do homem ter-se envolvido com o pecado, mesmo sendo criado a imagem e semelhança de Deus.
Instala-se assim, uma confrontação entre duas forças. Gálatas 5.17.

1.2. Atitudes diante do conflito
É bem verdade que todo ser humano encara conflitos, os mais diversos, por toda a sua existência.
No entanto, há de se notar que a maneira de encarar e tratar tais situações difere quanto ao estado espiritual do individuo.
1 Pedro 2.11.
Aquele que não experimentou o novo nascimento é escravo da lei do pecado, considerado um homem carnal, pecador, cuja vida é orientada por sua própria vontade, por seus próprios desejos e pensamentos. Romanos 8.5.
Quando essa pessoa passa por lutas ou dificuldades, a tendência é ficar confusa, frustrada, desesperada e alguns chegam até ao suicídio.
O cristão, nas mesmas condições, age bem diferente. Mesmo que nos primeiros momentos haja confusão ou duvidas, ele tem condições de superar o conflito e fazer a opção certa.
O apóstolo explica bem essa situação conflitante. Romanos 7,19. Quando declara: Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
A lição ensinada é que existe uma lei natural, isto é, a lei da natureza humana, que está presente nos nossos membros e que se contrapõe a lei do nosso entendimento.Romanos 7.23. Isto é, o homem interior.Colossenses 3.10; Romanos 12.2.
Muitas vezes a situação conflitante leva o crente a pensar numa tomada de posição desagradável.
Mas algo dentro dele, o seu entendimento, o homem interior a expressão da razão do novo homem, a experiência com Cristo fala mais alto e a opção é feita de maneira sabia para que o bem vitorie sobre o mal, o certo sobre o errado. Romanos 6.14.

2. Conhecendo algo sobre o conflito
2.1. A origem dos conflitos
Sobre eles o apóstolo escreveu aos Coríntios: 2 Coríntios 7.5. Os conflitos são duas forças que se contrapõem.

2.2. Conflitos internos, de origem humana
Existem conflitos que se originam internamente. São considerados como lutas pessoais.Romanos 7.15.
Muitas vezes, por exemplo, também surge conflito entre dois pensamentos na hora de se tomar uma decisão.
Precisamos tomar uma atitude, porém, existem duas opções e não chegamos à conclusão de qual delas será a melhor.
As vezes, as emoções trazem dificuldades quando se tem de tomar uma decisão. O medo de errar se apodera da pessoa, e ela fica sem condições de decidir. Provérbios 24.10; Hebreus 10.38.
Em certos casos, até se perdem boas oportunidades na vida.
Porque, mesmo quando chegamos a Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum;
Antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. 2 Coríntios 7.5.

2.3. Conflitos entre a carne e o espírito
O cristão é tentado de diversas maneiras para transgredir a vontade de Deus, para desobedecer a seus preceitos.
Muitas vezes, é tentado a praticar aquilo que mais lhe convém, que lhe traz prazer, satisfação, mesmo que esteja em discordância com a palavra de Deus.
Ser tentado não é pecado. O pecado está em ceder à tentação. Tiago 1.14-15.
Nessa situação, trava-se uma luta entre a carne, que quer ceder para alcançar seus intentos, e o espírito, que está em comunhão com Deus e discerne entre o bem e o mal.
Vou citar um exemplo que para muitos parece sem importância. É o caso da cola, por parte dos estudantes.
Alguém há de pensar que isso é coisa apenas de adolescente.
Mas posso afirmar que até mesmo nos seminários teológicos os alunos adultos lutam contra tal tentação. (Tenho experiência neste caso porque fui professor de seminário por vários anos).

2.4. Conflitos externos
Esse tipo de conflito é muito freqüente na vida das pessoas.
A sociedade em que vivemos, as pessoas com quem lidamos muitas vezes se tornam motivos de conflitos, dificuldades, tribulações.
Os desentendimentos, as fofocas, a inveja, o mexerico, a ambição de muitos, o desamor, são alguns motivos que criam conflitos e tribulações.Filipenses 2.3; Tito 3.2.
O Espírito Santo concede graça para superar as agressões e insinuações que, na maioria das vezes, são artimanhas de satanás para fazer o cristão pecar. Efésios 4.1-3; Colossenses 3.12.

2.5. Conflitos espirituais
Existe ainda outra fonte de conflito. Essa é essencialmente espiritual.
Em muitos casos, é resultante de faltas cometidas e não confessadas.
Por vezes, acontece que o crente erra e sente vergonha de confessar suas faltas. Como conseqüência, cria um complexo de culpa que o atormenta constantemente.
Mas, no momento em que a pessoa reconhece seu erro e, arrependida, pede perdão ao Senhor, e, se for o caso, também a pessoa a quem ofendeu, o Espírito Santo traz novamente a paz que havia sido perdida e o conflito cessa. Provérbios 28.13; 2cronicas 7.14; Joel 2.12-13
Muitas pessoas que não tem Jesus chegam ao suicídio porque cometem pecados, e os mesmos permanecem ocultos martirizando a consciência. Então, satanás se aproveita de tal situação que ele apresenta como a melhor: acabar com a vida para cessar o problema. Esse é o trabalho dele. João 10.10.
Na bíblia, temos o clássico exemplo de Judas. Mateus 27.4-5.
O cristão, o homem que teme a Deus, não envereda pelo caminho da dureza de coração. Mesmo que a luta espiritual seja forte, angustiante e traga intranqüilidade, ele se volta para o seu Deus e consegue a vitoria.
Citemos o caso de Jacó. Genesis 31.13.Quando Deus ordenou que ele retornasse para sua terra, para o meio de sua parentela, ele obedeceu. Porém, quando se aproximava da casa de seu irmão Esaú, começou a angustiar-se e a temer Genesis 32.7. uma intensa luta espiritual lhe sobreveio, e o medo tomou conta do seu coração.
Lembrava do seu pecado de traição ao irmão, da fuga para a casa do tio e por essa razão temia a vingança de Esaú.
Naquela angustia, naquele conflito interior e com receio de perder a vida. Jacó recorreu a Deus, e Ele mudou o ódio, o desejo de vingança de Esaú em amor e perdão.

2.6. A intensidade da tribulação
Deus regula todas as coisas, inclusive intensidade da tribulação e da angustia de cada umIsaias 9.1.2; 1 Colossenses 10.13.
Podem-se distinguir três níveis de intensidade da tribulação que sobrevém ao ser humano.

2.6.1. Conflitos íntimos
Para muitos, esses tipo de conflito nem é considerado uma adversidade ou coisa parecida. Porém, existe uma dose mesmo que ínfima de dúvida e angústia para se superar a situação.
Por exemplo, uma pessoa pretende comprar uma bíblia e ai começa a escolha: compro preta ou marrom, de couro ou de napa? Com ou sem índice? De beirada dourada ou não?
Ai se apresenta um pequeno conflito que, às vezes, para ser sanado é necessária a ajuda de outra pessoa.

2.6.2. Conflitos pequenos
São, até certo ponto, de pouca intensidade, mas existem com maior freqüência.
Quantos jovens hesitam quanto a escolha da carreira profissional ou da faculdade que devem cursar?
Às vezes, se tornam tão tensos e nervosos que perdem a vontade de prosseguir. Tornam-se desanimados, medrosos, sem coragem para enfrentar o problema.
O pecado está em ceder à tentação. Nessa situação, trava-se uma luta entre a carne, que quer ceder para alcançar seus intentos, e o espírito, que está em comunhão com Deus.
Os pequenos conflitos podem se tornar grandes tribulações se não for dada a devida atenção para resolvê-los. Diante disto, a Palavra de Deus nos aconselha: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. Salmos 37.5.

2.6.3. Grandes conflitos
Esses são bem preocupantes. Podem levar ao desgosto, a infelicidade, promover grandes perdas e resultar até em morte.
É difícil encarar certas situações graves de modo paciente, com resignação e calma.
Por exemplo, um ente querido acometido de grande enfermidade; uma separação conjugal, um filho vitima das drogas, o desemprego, uma traição, enfim, são momentos cruciais para se tomar uma decisão acertada, quanto à solução do problema.
No entanto, o cristão que, de fato, está firmado na rocha. Salmos 18.2; Efésios 2.20. Não se desespera porque ele sabe em quem tem crido. 2 Timóteo 1.12.
Os pequenos conflitos podem se tornar grandes tribulações, se não for dada a devida atenção para resolvê-los.
3. Lidando com o conflito
Existem varias maneiras de se lidar com esse tipo de tribulação.
É preciso ter sabedoria para usar meios certos, no momento exato.
Citaremos algumas maneiras que podem ser levadas a efeito:

3.1. Evitar o conflito
As grandes coisas sempre são resultantes de pequenas coisas. Isso acontece também com os conflitos, as tribulações.
Iniciam como que sem grande importância e vão tomando vulto.
Às vezes vislumbra-se uma tribulação. Sente-se a aproximação de um mal estar que pode tornar-se uma grande tempestade.
Em lugar de se tomar certas precauções, deixa-se o mal tomar grandes dimensões.
Por exemplo, as discussões entre casais. Na maioria das vezes, começam por coisas banais. Os desentendimentos vão crescendo e tornando-se frequententes. Depois, as discussões começam a dar lugar às agressões, as ofensas, ao desinteresse imediato, e o caminho da separação e do divorcio está aberto.
O correto é um dos cônjuges ceder algo ou fugir do conflito. Evitar o revide. Controlar-se, calar-se. 1 Pedro 5.8; Efésios 4.-26-27.
O casal precisa constantemente trazer a memória os bons momentos de amor e companheirismo já desfrutados.

3.2. Fugir do conflito
Existem algumas pessoas que cofiam muito em si mesmas, no seu potencial, na sua própria capacidade. Pensam que são tão fortes que podem enfrentar qualquer tipo de desafio ou mesmo de tentação e sai em ilesas. Puro engano.
O apóstolo Paulo, homem experimentado e de profunda espiritualidade, aconselhou os coríntios a fugirem de certas situações. 1 Coríntios 6.18; 10.14.Também advertiu o seu filho na fé, Timóteo, a não se defrontar com situações que poderiam ser mais fortes do que ele próprio. 1 Timóteo 6.11.
Por exemplo, às vezes, uma situação é criada quando existe certo grau de intimidade, ou um trato muito especial entre a secretaria e o chefe.
Cuidado com os excessos que podem levar ao pecado de prostituição.
Não se deixe levar pela idéia de que é muito forte. Corte o mal pela raiz. Fuja da aparência do mal enquanto é tempo. Certas intimidades podem se tornar laços com nó muito apertado, difícil de desmanchar.
O cristão precisa aprender a confiar em Jesus para se conduzir em meio a situações difíceis. Do contrário, perderá a fé e será um derrotado.
Esse tipo de tentação não é para se resistir e sim para fugir enquanto é tempo.
O próprio Jesus advertiu que o crente deve orar e vigiar constantemente para não entrar em tentação porque somos fracos. Mateus 26.41.
Fugir de certas situações que estão iniciando não é prova de covardia ou fraqueza, mas sim de prudência, para que tal estado de coisas não venha a se agravar e até levar o crente a cair no pecado 1 Coríntios 10.12.

3.3. Não tomar decisões apressadas
Usar o bom senso. Orar. Aguardar a confirmação de Deus para certificar-se de qual seja a melhor decisão a ser tomada.
Deus fala ao coração daquele que o busca.
Um exemplo bíblico bem próprio para esse caso é o de Moisés.
Quando ele compreendeu o sofrimento do seu povo, ficou irritado, aborrecido e tomou uma decisão por sua própria vontade. Êxodo 2.11-12. Porém, os propósitos de Deus eram outros e muito mais excelentes.
Moisés ainda precisava aprender muitas coisas para chegar a ser, de fato, um líder, o libertador de Israel.
A espera é um tempo de aprendizado, de preparação, de crescimento espiritual. Salmos 27.14; Provérbios 20.22.

3.4. Enfrentar a situação confiando em Jesus
A vida do cristão é uma guerra com batalhas constantes.
É necessário andar segundo o Espírito. Romanos 8.4.
Compreende-se, pois, que toda atitude tomada pelo cristão deve estar sob o controle e orientação do Espírito, como aconteceu com Josué nos tempos antigos. Josué 1.9. e com muitos outros servos de Deus. ,


Conclusão
Em hipótese alguma Deus abandonará aquele que confia nele.
Mesmo que, em face do conflito, o crente venha a fraquejar, o Espírito Santo é dado nessa dispensação da graça, com o poder renovador que atua no interior do crente levando-o a convicção de que não existe luta por maior ou mais intensa que seja que o cristão não possa vencer.
Na vida de cada um há momentos que se precisam tomar decisões sérias.
O Senhor conhece as situações difíceis que cada servo seu está vivenciando.
Ele é poderoso para ajudar a cada um a resolver os conflitos e conceder a direção certa que há de ser tomada. 1 Coríntios 15.57.

Atividades para fixação
Pesquise na bíblia um fato conflitante na vida de personagens do passado.

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