“Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem divinamente os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte, aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas farei abalar não só a terra, mas também o céu”(Hebreus 12.25,26)
Você já ouviu falar dos abalos de Deus? Eles são o modo como Deus faz com que as nossas vidas sejam sacudidas, para que as coisas abaláveis sejam removidas e as inabaláveis permaneçam. O escritor de Hebreus foi divinamente inspirado para falar deste assunto em Hebreus 12.25-29. A rebeldia dos que não dão ouvidos à voz divina será repreendida com abalos. Note que não estamos falando sobre Deus recompensar aos fiéis com os Seus abalos, e sim dos que rejeitam a voz de Deus, ou seja, a Sua Palavra. O salmista escreveu acerca disto: “Deus… tira os cativos para a prosperidade; só os rebeldes habitam em terra estéril” (Salmo 68.6b).
O tratamento e a correção de Deus em nossas vidas vêm justamente às áreas as quais ainda não estamos correspondendo com o que Ele diz em Sua Palavra. A Bíblia fala claramente sobre Deus trazendo os Seus abalos. O texto fala de tremores de terra produzidos por terremotos. E, simbolicamente, mostra que as perdas não são oriundas apenas de um saquitel furado, mas de abalos que Deus traz sobre o Seu povo. Ageu foi a primeira voz profética que se levantou entre os israelitas depois do Exílio na Babilônia. A reconstrução do Templo fora interrompida e estava parada por 15 anos; o povo não se envolvia na retomada da restauração, dizendo que o tempo de reconstruir a Casa de Deus ainda não havia chegado.
Então o Senhor o enviou com uma mensagem de repreensão ao Seu povo, mostrando que, enquanto eles não se importassem com o estado da Sua Casa, Ele prosseguiria abalando a vida financeira deles: “Esperastes o muito, e eis que o muito veio a ser pouco, e este pouco, quando o trouxeste para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa da própria casa. Por isso, os céus sobre vós retêm o seu orvalho, e a terra os seus frutos. Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo o trabalho das mãos” (Ageu 1.9-11).
É muito estranho vermos Deus dizendo que Ele fez com que o muito esperado se tornasse pouco na colheita do Seu povo, e ainda depois que Ele assoprou sobre o pouco, fazendo-o dissipar-se. Não combina com a atual mensagem de prosperidade o fato de Deus mandar os céus reterem o orvalho e a terra reter o seu fruto, nem tampouco Ele fazer vir à seca. Mas Deus fez tudo isto. Por quê? Porque é somente com Deus abalando as coisas naturais na vida do Seu povo que as coisas espirituais teriam o seu lugar. Eles só estavam pensando em si mesmos e haviam abandonado a restauração da Casa do Senhor, mas Deus conseguiu recuperar a atenção e o serviço deles de uma forma muito especial.
Quando o escritor de Hebreus escreveu sobre as coisas abaláveis que seriam removidas, ele também falou sobre as inabaláveis que permaneceriam, e então ele acrescentou que recebemos um reino inabalável. Ou seja, quando estamos sufocando as coisas espirituais por uma dedicação voltada somente ao que é natural, Deus pode fazer tremer o que é abalável, o natural, para que, caindo estas coisas, permaneça em nossas vidas somente o que é espiritual, e então a nossa reconstrução poderá começar a partir deste ponto. De nada adianta edificarmos somente para nós mesmos. Devemos edificar para o Senhor em nossas vidas, pois, quando os abalos de Deus vierem, só ficará de pé o que construímos para o Senhor, e o que é nosso, o que é humano, cairá. Em Lucas 14.28-30, Jesus assemelhou a vida cristã à edificação de uma torre, mostrando que também edificamos no plano espiritual.
Tenho percebido isto, não somente em minha vida e igreja, mas também em contato com muitas outras igrejas e pastores. É um fato! Tal qual nos dias de Ageu, quando nos esquecemos das coisas de Deus e queremos buscar somente as nossas, Deus não apenas deixa de ter um compromisso de nos abençoar, como também Ele pode nos julgar e disciplinar, uma vez que a responsabilidade de edificar o Reino de Deus é nossa.
Porém, quando agimos de forma correta e colocamos o Senhor em primeiro lugar, tudo muda. A bênção e a provisão divina fluem milagrosa e abundantemente. Por que Deus estava sacudindo as finanças do Seu povo naqueles dias depois do Exílio? Porque os israelitas haviam se tornado egoístas e descomprometidos com o Reino de Deus, e o propósito destes abalos era mudar a atitude do povo. Quando eles compreenderam que os abalos eram uma forma de Deus fazê-los voltar a investir em Sua Casa, eles se animaram a obedecê-Lo, fiados na promessa de que desta forma a prosperidade viria sobre eles.
Deus nunca está contra o Seu povo. Os abalos visavam corrigi-los e tratá-los, e não destruí-los. Tão logo voltaram a cumprir a vontade de Deus, eles foram abençoados. Quando somos abalados pelo tratamento divino, devemos corresponder em obediência e mudança de mente, de atitude. Ao obedecermos, a disciplina dará lugar à bênção. Embora Deus houvesse abalado a vida financeira deles, Ele o fez somente até que eles voltassem a priorizar o Reino de Deus. Ele abalou as coisas abaláveis, para que as inabaláveis permanecessem.
Talvez a sua vida esteja sendo abalada pelo Senhor, e você não sabe o que fazer; aliás, não há realmente nada a fazer quando os abalos divinos chegam, a não ser permanecermos firmes e reconstruirmos a partir do que sobrou. Deus quer mudar os nossos valores, levando-nos a colocar o Reino Dele em 1º lugar. E, quando o fazemos, o processo é invertido, e então Ele nos abençoa e nos leva à reconstrução de tudo o que ruiu; porém, com novos alicerces.
Portanto, se Deus estiver em primeiro lugar em nossas vidas, seremos abençoados, mas, se não dermos a Ele a primazia, seremos julgados com maldição. Já é hora de mudarmos a nossa postura quanto à questão de investirmos na obra do Senhor. Ele honra os que O honram, mas os que O desprezam, Ele também os desprezará! Escolha a mudança e já!
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