14 de janeiro de 2016

Estudo - Aprendendo com os erros de Sansão Parte 3

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Estudo - Aprendendo com os erros de Sansão Parte 3

A quem você presta contas?

“Os príncipes batalham pela vitória; os companheiros batalham pelo príncipe.” ( Tácito)

Os Evangelhos contam que por duas vezes Jesus enviou os seus discípulos pelas cidades de Israel. Ele orientou setenta discípulos os quais saíram para curar e fazer o que foram orientados a fazer.

O que salta aos meus olhos é a prestação de conta dos discípulos, o relatório, o diário de bordo da viagem. Eles dão conta do que aconteceu diretamente àquele que os enviou.

Por outro lado, Sansão não tinha o hábito de prestar contas a ninguém. Procure na história de Sansão um momento em que ele está prestando contas para a família: não há; procure na história de Sansão ele prestando contas para os seus pais: não há; procure na história de Sansão uma prestação de contas sua para amigos: você não irá encontrar. Sansão não tinha o hábito de prestar contas.

Homens sábios cultivam o hábito de relacionar-se, de construir a sua vida e a sua visão de mundo juntamente com outros, que acrescentarão ideias e percepções novas. Mentores acrescentam sabedoria quando abrem suas bocas.

Atenção: se a solidão indica uma vida enferma, a prestação de contas é um dos sinais de um ministério sadio.

Tiago 5.16 diz: “Portanto, confessai vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados”.

“Confessai”, isto é, prestai contas. O pecador contumaz vive se escondendo das pessoas que sabem ou que podem descobrir detalhes sórdidos sobre a sua vida íntima, sobre as suas práticas ocultas. Todo homem com a vida torta evita aproximar-se daqueles que seguem o caminho direito, porque a aproximação entre o torto e o direito revela as diferenças. O mesmo acontece entre as trevas e a luz. Quem está em trevas evita se aproximar de quem está na luz, porque a luz revela o que está oculto, escondido nas trevas.

O pecador não gosta de revelar seus pecados. Adão, depois de pecar no Éden, escondeu-se. Deus apareceu no jardim, como fazia todos os dias no mesmo horário, mas por onde andava Adão? Deus o chamou pelo nome e Adão não estava à vista, até que ele confessou.

A possibilidade de ter o pecado descoberto amedronta o pecador e este se esconde. Por isso, a confissão ajuda a proteger o homem de bem, o homem e a mulher de Deus, a manter-se próximos à luz. Se você não tem, desenvolva o hábito de ter um mentor a quem você possa confessar os seus pecados, os seus segredos e a confissão curará você. Tiago disse que a confissão cura, e nós precisamos crer nisso e viver nessa prática.

A prestação de contas também foi ensinada por Jesus. Jesus usou uma parábola para ensinar sobre a necessidade e o poder de prestar contas. E ele disse que o Reino de Deus também pede contas daquilo que dispensa a seus servos:

Por isso o reino do céu é comparado a um rei que quis acertar contas com seus servos”. (Mateus 18.23)

Em outra ocasião Jesus também usou a figura do líder e seus encarregados, quando foi pedido o acerto de contas a quem recebeu dádivas para o seu sustento. Em Lucas 12.48 lemos: “A quem muito é dado, muito será exigido; e a quem muito se confia, mais ainda se pedirá”.

Observe que o tema da prestação de contas pode ser encontrado no Antigo e no Novo Testamento, e isso tem uma razão de ser: a prestação de contas deve fazer parte da vida prática do cristão. Fala-se sobre jejuar, fala-se sobre orar, fala-se sobre ler a Bíblia, mas e a prestação de contas? E a exposição do seu 

coração? E o desnudar da sua alma?


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Príncipes do Senhor: é preciso cultivar o hábito de abrir o coração e derramar a alma uns diante dos outros.

Rapidamente eu quero registrar aqui quatro qualidades próprias de quem tem o hábito de prestar contas:

1. Vulnerabilidade – aquele que se deixa conhecer

A vulnerabilidade do homem de Deus se deixa conhecer e se faz conhecido. Não há nada pior para o amadurecimento do Corpo do que líderes que escondem-se e não se deixam conhecer. Como ele é em casa? Como ele é na família? Como ele é nos relacionamentos? E quando envolve dinheiro? As ovelhas querem conhecer como anda o seu pastor, como ele lida com as diversas situações do dia a dia. Como você espera que suas ovelhas mostrem mudança de vida se você não serve de exemplo para elas? Mostre-se, se você não tem nada a esconder.

2. Vivacidade – aberto para aprender

A autossuficiência do líder arrasta atrás de si outro problema, que é a soberba e o orgulho intelectual. A soberba intelectual do homem diz a ele que não há nada que ele tenha de aprender com outros, e o orgulho intelectual lhe diz que o que ele sabe, é melhor ou mais “brilhante” do que o que outros sabem. E eu digo: quem pensa e vive assim já está arruinado.

Novamente quero citar Jesus e Paulo como exemplos para aqueles que querem blindar-se contra os perigos da soberba. Jesus é, ainda hoje, o principal educador de toda a história do Ocidente. Seu modo de ensinar tem sido estudado por educadores e cientistas que procuram extrair valiosas lições. Se Jesus ensinava é porque sabia o valor que tem o conhecimento. Ele mesmo disse a seus discípulos que aprendessem com as Escrituras porque negligenciar o aprendizado levava-os ao erro: “Acaso não errais por não conhecer as Escrituras nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24).

O que fez de Paulo o maior teólogo do Novo Testamento? Duas coisas: o seu conhecimento – o que ele alcançou porque aplicou-se ao estudo, e a sua vida cristã prática, isto é, ele vivia aquilo que ensinava e ensinava como devemos viver. Paulo não embriagou-se com as reflexões teológicas distantes da realidade. Quando lemos suas cartas percebemos a preocupação com que a teologia bíblica pudesse alcançar seus leitores nas suas dúvidas e dificuldades diárias.

Isto é vivacidade presente no seu ministério. Seria um engano pensar que porque Paulo ensinava bem, ele não era homem aberto ao aprendizado, pois o vemos, já no final de sua vida, prestes a sofrer a pena de condenação em Roma, pedir que trouxessem os livros: ele queria aprender mais!

3. Disponibilidade – aceita ser “perguntado”

Uma boa maneira de exercer prestação de contas é responder com humildade e serenidade as perguntas difíceis sobre os seus atos.Novamente quero citar Jesus e Paulo como exemplos para aqueles que querem blindar-se contra os perigos da soberba.

Quando as pessoas tinham dúvidas, Jesus respondia a cada pessoa dentro da sua própria condição. Aos simples, Ele respondia com simplicidade, aos arrogantes, ele os tratava com firmeza. No entanto, Jesus não se omitia a prestar contas de sua vida, de sua autoridade e de sua missão.

Suas respostas glorificavam a Deus e apontavam para o Pai. Ele estava a serviço do Reino e não se esquivou das pessoas que eram contrárias ao seu ministério, nem escondeu a verdade quando as autoridades, civis e religiosas, pediam para ver as suas “credenciais”

4. Honestidade – é fiel à verdade sem se importar o quanto ela o possa ferir

O dr. Charles Swindoll utiliza algumas regras na prática de prestação de contas entre os seus liderados e ele. Muitas vezes ele as compartilha nas reuniões de pastores, quando os está mentoriando. Na verdade, Charles Swindoll faz uso de sete perguntas que você também poderia fazer a si a fim de avaliar o seu trabalho de mentoria com os seus liderados.

A prestação de contas é uma barreira de proteção em torno do coração do líder, e diante disso temos que parar para refletir nas consequências da falta de prestação de contas na vida de Sansão, como também na sua vida de “homem solitário”.

Esse é o meu conselho a você, leitor, e a Bíblia diz que o sábio dá ouvidos aos conselhos: nunca aceite viver isoladamente.
Pr. Josué Gonçalves.

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