29 de setembro de 2015

Escatologia geral - 1ª Parte / Aula 8 - A Grande Tribulação- I



A Bíblia pode ser acessada online
através deste site.Almeida Revista e Atualizada

--Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil.  através deste site
Irmãos, na aula anterior estudamos sobre o arrebatamento da Igreja e aprendemos que para a Igreja será um momento de gozo inefável; poder ver o Nosso Senhor Jesus Cristo face a face e estar com ele para sempre é o nosso maior desejo, entretanto, existem muitas coisas para acontecer após o arrebatamento da Igreja. Deus não esquecerá do seu povo Israel, ele cumprirá certamente as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó; a sua Palavra e as suas promessas jamais voltarão vazias.

Deus precisa tratar com Israel, purificar aquela nação e prepará-la para recebê-lo como Rei e Senhor (Zc 13. 8,9; Mt 23. 35-38; Rm 11.25-32). É justamente no período chamado Grande Tribulação que Deus realizará esta obra, e, é justamente sobre este assunto que passaremos a estudar neste momento.

VIII- A Grande Tribulação

Chamamos de grande tribulação ao período de transição entre a era da Igreja e o milênio. Jesus afirmou que este período será o mais terrível pelo qual a humanidade (principalmente Israel) já passou (Mt 24. 21,22). Este período durará sete anos e se encerrará com a volta gloriosa do Senhor Jesus para livrar Israel e implantar o seu reino milenar (Mt 24. 29,30; Ap 1.7,8).

VIII.1) Os sete anos da grande tribulação serão literais?

Absolutamente sim! Vejamos:

A)- Sabemos que a duração da tribulação será de sete anos pelas profecias bíblicas, em especial, as que se encontram no livro de Daniel. Este período compreende a 70ª semana de anos profetizada em Dn 9.24-27.

Deus determinou um tempo para restaurar Israel, que seria contado a partir da saída do cativeiro da Babilônia (Dn 9.25 a); mais precisamente a contar da ordem para a reedificação de Jerusalém. Este período seria de 70 semanas de anos, que corresponde a 490 anos.

Israel foi a nação escolhida por Deus para que anunciasse a vontade do Senhor ao mundo e mostrasse a glória deste Deus maravilhoso. Deus confiou a sua lei àquela nação; entretanto, Israel desviou-se do seu Senhor, embora Deus lhes enviasse seus servos, a nação os maltratou e não deu ouvidos ao Criador (Mt 23.37). Devido ao pecado daquela nação, o povo foi dominado pelo rei da Babilônia e levado cativo, permanecendo no cativeiro por setenta anos (Jr 25.11,12; 29.10). Muitos judeus foram levados para a Babilônia, dentre eles estava um jovem chamado Daniel.

Daniel vivia entre os cativos da Babilônia quando o Senhor falou com ele sobre este período das setenta semanas, das quais a última corresponde a Grande Tribulação.

No Antigo Testamento havia semana de dias e semana de anos também. A palavra semanas no hebraico“shãbûa’”, significa uma unidade ou período de sete. Pode ser sete dias, semanas, anos ou qualquer grupo de sete.

Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento - Harris, R. Laiird; Archer, Gleason L. Jr.; Waltke, Bruce K. - Ed. Vida Nova- pág 1515.

Dentro do contexto, o período corresponde à semana de anos, pois:

1º Haviam propósitos a serem cumpridos nas setenta semanas que não se cumpriram no caso de semana de diasDn 9.24;

2º Um dos motivos do cativeiro foi a quebra da lei do ano sabático. Ver Lv 26.33-35, 43. Neste caso eram semanas de anos; durante seis anos a terra seria trabalhada, no sétimo ano ela descansaria (ano sabático; ano de descanso). O ano sabático era o sétimo ano de uma semana de anos.

Daniel reconhece que o período de setenta anos de cativeiro estava se encerrando. A terra repousara setenta anos e, desse modo, tinham sido pagos ao Senhor os setenta anos sabáticos devidos a ele pelos anteriores setenta períodos de sete anos (Dn 9.2; II Cr 36.21). Quando Daniel está orando sobre o assunto, o anjo Gabriel aparece e o informa que a restauração de Israel não ocorreria com o término do cativeiro, mas somente após um outro período de setenta setes. Preste a atenção também à clara referência em Daniel, capítulo 12, versículo 11 à metade do último período de sete citada em Dn 9.27; nesta passagem a metade corresponde a três anos e meio (1260 dias) acrescidos de mais um mês. Vale lembrar que o ano profético no calendário hebraico é de 360 dias, com cada mês de 30 dias.

Deus, pela sua onisciência, sabia que mesmo após o cativeiro o povo voltaria a pecar. Israel precisaria de uma mudança profunda e o Senhor falou que levariam 490 anos para que a nação fosse completamente restaurada, entretanto, a contagem de anos parou na 69ª semana, faltando uma semana (sete anos). A contagem parou com a rejeição e morte do messias; iniciando-se a era da Igreja e o tempo dos gentios.

Após sair da Babilônia, o povo rapidamente esqueceu-se do seu criador, praticando novamente a idolatria e outras abominações. Deus continuou advertindo aquela nação e por fim, o Senhor enviou o seu próprio Filho, o qual crucificaram. Os judeus não reconheceram a Jesus como rei e messias, rejeitando aquele que os podia salvar, entretanto, muitos dentre os gentios que dantes estavam afastados do Senhor, creram naquele que ele enviou, a saber, Jesus Cristo. Os que creram em seu nome, foram feitos filhos de Deus; a salvação, portanto, chegara aos gentios pela fé em Jesus. Agora cabe a Igreja anunciar as maravilhas deste Deus poderoso, manifestar a Glória de Deus e anunciar a salvação através da fé em Jesus Cristo. No ano de 70 dc, Jerusalém foi tomada pelo general Tito e o templo foi destruído, sendo os judeus dispersos por todo mundo e Israel sumindo como nação temporariamente, porém, o Senhor não se esqueceu das promessas feitas a nação de Israel, por isso a nação precisa ser restaurada, e, para que Deus trate com Israel, é necessário que a Igreja seja tirada da Terra. Quando isto acontecer, se reiniciará a contagem das 70 semanas, e estará faltando apenas uma semana de sete anos, que correspondem a Grande Tribulação.

B)- No livro do Apocalipse, este período é mencionado com um período de anos. Ver Ap 11.2,3. Na passagem citada a metade da Tribulação corresponde a 42 meses, ou 1260 dias (considerando-se o ano de 360 dias e os meses de 30 dias).

VIII.2) O que acontecerá durante a Grande Tribulação?

Durante a grande tribulação, Deus não tratará apenas com Israel, mas a ira de Deus será derramada sobre toda a Terra e sobre todas as nações.

Nestes dias Deus executará juízos sobre a Terra. (Dn 8.19; Sf 1.14-18; Zc 14.1-7; Rm 1.18; 2.5; Ap 6.1-17). Haverá muitos sinais na natureza; esta entrará em caos e desequilíbrio.

Serão 07(sete) anos de angústia, principalmente para Israel! (Zc 12.3,10,11; Dn 12.1; Mc 13.19,20).

Observação: Quando lemos o livro do Apocalipse, devemos entender que o Capítulo 1 se refere à visão que João estava vendo no momento, ou seja, Jesus glorificado. Os capítulos 2 e 3 se referem à era da Igreja, do começo ao arrebatamento. O capítulo 4 versículo 1 mostra o arrebatamento e os capítulos 4 (do versículo 2 em diante) e 5, mostram acontecimentos referentes à Igreja após o arrebatamento. Do capítulo 4 em diante, portanto, não vemos mais a Igreja na Terra no livro do Apocalipse, a não ser na vinda Gloriosa de Jesus em Ap 19.11-21 correspondente ao final da Tribulação.

Todas as pragas descritas no Apocalipse, partindo do capítulo 6, são correspondentes a Grande Tribulação até o seu encerramento no capítulo 19.21. No capítulo 20 se inicia o juízo das nações e o milênio. Os capítulos 21 e 22falam da eternidade.

Se você quiser saber o que ocorrerá na Grande tribulação, basta ler Apocalipse 6.1- 19.21.

O sermão profético de Mateus, capítulo 24, corresponde literalmente ao período da Grande Tribulação.

VIII.3) As duas metades da tribulação.

Os sete anos da Grande Tribulação serão divididos em 2 partes de 3,5 anos cada uma. A pior fase será na 2ª parte da semana (Dn 9.27), quando o Anticristo quebrar a aliança com o povo judeu.

Cada metade da Tribulação corresponde a 3,5 anos. Em Apocalipse 12.14 é usada a seguinte linguagem: “um tempo, e tempos, e metade de um tempo” que corresponde a 01 ano + 02 anos + 06 meses = 03 anos e meio = 42 meses ou 1260 dias. Ler Ap 11.2,3; 13.5).

VIII.4) Haverá salvação neste período ?

Sim! (Ap 20.4).

Será levantado um remanescente dentre os judeus (Ap 7.3,4). Muitos dentre os gentios serão salvos também (Ap 7. 9-17).

A Salvação será através da fé em Jesus! (Ap 7.14). Não existe salvação sem Jesus; ninguém será salvo sem fé!

Apesar de haver salvação, a pregação não será a mesma da era da Igreja. Será pregado o Evangelho do reino. Os judeus remanescentes anunciarão que Jesus voltará para reinar! O Rei está chegando! Aquele que crer participará do seu reino milenar.

Para os gentios que ficaram na Tribulação por não terem crido no Evangelho, e, portanto, não foram arrebatados com a Igreja, mas creram na mensagem pregada durante a Tribulação, será uma época de intensa perseguição e sofrimento. O Espírito Santo será retirado com a Igreja. Na grande Tribulação o Espírito não operará mais como na época da Igreja, mas será dado por medida, como no Antigo Testamento.

A operação do Senhor será diferente da dispensação da Graça, aqueles que crerem que Jesus reinará, sofrerão o martírio. Ap 6.9-11; 7.9-17.

O mundo será “infestado” por demônios Ap 9.1-12; 12.9,12.

A besta colocará uma marca naqueles que são seus e quem não tiver a marca da besta será perseguido e torturado; não poderá comprar nem vender. Haverá um controle total da Besta (Ap 13.16-18).

Queridos irmãos, tudo isso que falamos anteriormente há de acontecer certamente; mas graças ao nosso grandioso Deus, que por seu infinito amor e misericórdia, por causa do sacrifício do seu Filho Jesus, poupará a Igreja de todas estas desgraças que hão de vir sobre a Terra (Ap 3.10).

O nosso assunto é bastante rico em detalhes, por isso, na próxima aula continuaremos a falar sobre a Grande Tribulação, em especial, sobre a manifestação do Anticristo.________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário