20 de outubro de 2015

Estudo: Administrando conflitos - Parte 4 - A inveja

Discutimos esse tema amplamente, mas não é demais analisarmos com profundidade questões que estão presentes no nosso dia-a-dia. Desta vez, o assunto a ser tratado é a inveja.

Esse sentimento pode surgir ainda na infância. Pode ser motivado, por exemplo, pelo nascimento de um irmão ou uma irmã. Nesse caso, não se trata de um pecado, mas de um sentimento afetivo real que os pais devem discernir, compreender e curar. Dizemos à criança que ela deve amar o novo membro da família, mas, inconscientemente, ela o odeia porque pensa que o recém-nascido roubou o amor de seus pais. Para reencontrar esse amor, ela maltrata o bebê e torna-se desobediente e irritadiça.

Mas, de onde vem a inveja? Ela possui duas origens: externa e interna.

Origem externa

Nenhum grupo, e aí se inclui a família, possui todos os recursos de que cada membro precisa. Os recursos afetivos, técnicos, financeiros, entre outros, revelam-se sempre limitados.

Sua divisão justa é uma tarefa difícil. Mesmo se cada um recebe uma parte do “bolo”, inevitavelmente, há descontentes em relação a questões concretas, tais como: Quem vai usar o carro da família? Quem vai ocupar o melhor quarto? Quem terá tal responsabilidade?

Origem interna

Alguns estudiosos do comportamento dizem que a inveja nasce do desejo mimético, da imitação. O que rege a relação do ser humano é o desejo de possuir o que o outro tem. Veja como uma criança reage quando o irmão, por exemplo, ganha um bombom. Ela logo grita que também quer.

Muitas vezes queremos ser o que o outro é, saber o que o outro sabe, possuir o que o outro possui. E, é claro, o outro se torna um concorrente porque é no lugar dele que queremos estar, fazer ou possuir. É dessa maneira que o conflito penetra os relacionamentos. Passamos da imitação à rivalidade, da admiração à animosidade. O outro é nosso modelo, mas, justamente por esse motivo, ele se torna nosso rival (Ec 4.4).

De um lado, a “inveja é aquilo que faz de nós um ser social”, como diz Françoise Dolto, já que ela nos leva a tomar consciência dos outros e a imitá-los. Mas, por outro lado, ela destrói as relações e suscita uma hostilidade intensa e duradoura.

A pessoa invejosa é agressiva, crítica, irônica, conduz-se de maneira desvalorizadora, cheia de desprezo em relação àqueles que considera como rivais. Enfim, o invejoso não descobriu quem ele é e qual o seu propósito neste mundo. Por isso, passa a ser uma pessoa altamente insegura e incomodada com o outro, quase sempre insatisfeita com tudo e com todos, a começar com ela mesma. Ela se concentra obsessivamente no objeto de sua inveja, e, assim, seu campo de visão se retrai. O invejoso pode, então, tornar-se amargurado ou amar de uma forma exagerada e hipócrita.

O que fazer para livrar-se da inveja? Faça um levantamento de tudo o que Deus lhe tem dado e seja grato por tudo; aceite suas limitações e evite rigorosamente se comparar com outras pessoas; passe a agradecer a Deus pelos talentos, dons e pela capacidade dos outros; lembre-se de qual é o seu chamado em Deus, e não deseje o chamado dos outros. Leia Êxodo 20.17; 1 Coríntios 3.3; 13.2; Tito 3.3.

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