14 de fevereiro de 2016

A fórmula do batismo cristão

Durante muitos séculos não houve dúvidas sobre a fórmula do batismo em nome da Trindade no seio da Igreja. Porém, a partir do século passado ressurgiu com ímpeto uma corrente do unitarianismo, pondo alguns em dúvida quanto à fórmula batismal, afirmando que o batismo correto seria aquele que batizasse somente “em nome de Jesus”. Vejamos o que as Escrituras têm a nos dizer sobre tal argumento.

No evangelho, segundo escreveu Mateus, Jesus deu o seguinte mandamento: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo…” (Mateus 28.19). Esta fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima Trindade. Entretanto, no início de Atos 2.38 lemos: “…cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo…”. Algumas seitas interpretam essa aparente discrepância para sustentar sua negação da posição trinitariana. Dizem que a declaração de Mateus 28.19 apoia os três nomes de Cristo, que é designado por Pai, Filho e Espírito Santo (os unicistas dizem isso). Assim, estabelecem que a fórmula correta do batismo é a encontrada em Atos 2.38. Citam também Atos 8.16, 10.48 e 19.5 como prova de que a Igreja Primitiva batizava apenas em nome de Jesus. Analisemos as passagens citadas:
Atos 2.38 “…seja batizado em nome de Jesus Cristo…”.
Atos 8.16 “…sido batizados em nome do Senhor Jesus…”.
Atos 10.48 “…batizados em nome do Senhor”.
Atos 19.5 “…batizados em nome do Senhor Jesus”.

O que se observa da leitura atenta dos versículos citados? Que não se trata de uma fórmula batismal porque não são uniformes as expressões, variando de “em nome de Jesus Cristo” (Atos 2.38) para “em nome do Senhor Jesus” (Atos 8.16) e “em nome do Senhor” (Atos 10.48). Muito razoável é afirmar então que a narrativa de Atos 2.38 indicada como batismo em nome de Jesus Cristo esteja se referindo a “pela autoridade de Jesus”, como se lê em Atos 3.16 e 16.18, onde a autoridade de Jesus é invocada. Não se trata de fórmula que acompanha tais acontecimentos, uma vez que em Atos 19.13 a invocação do nome de Jesus por exorcistas nada significava porque os que o fizeram não tinham realmente a autoridade de Jesus. Em outras palavras, o batismo foi ordenado e levado a efeito sob a divina autoridade do Filho, empregando-se a fórmula de Mateus 28.19.

Não bastasse o apoio irrestrito da Bíblia Sagrada, que torna irrebatível o nosso entendimento, acresce observar o costume da Igreja Primitiva encontrado no livro Os Ensinos dos Doze Apóstolos, que diz: “Agora, concernente ao batismo, batizai desta maneira: depois de ensinar todas estas coisas, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Noutra parte do livro já citado se diz que “o bispo ou presbítero deve batizar desta maneira conforme ao que nos ordenou o Senhor, dizendo: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Extraído do Módulo 4 de Teologia – Doutrina Da Igreja, Editora Betesda

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