3 de novembro de 2016

Noticia: Novo terremoto sacode à Itália; saiba por que de tantos abalos

Terremoto em Pescara del Tronto na Itália. Região central da Itália ainda trabalha para recolher destroços dos últimos tremores que atingiram o país

Mais um terremoto de 4,8 graus na escala Richter ocorreu na madrugada desta quinta-feira (3) no centro da Itália, informou o INGV (Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia). A informação é do portal ‘R7′.

O epicentro do tremor, ocorrido às 1h35 (22h35 no horário de Brasília), foi registrado na província de Macerata entre as comunas de Pieve Torina, Fiordimonte e Pievebovigliana. O ponto ainda fica a cerca de 12 km de distância das comunas de Visso, Ussita e Camerino, fortemente atingidas pelos dois sismos do dia 26 de outubro.

A intensidade do tremor foi tão grande que voltou a ser sentido em Roma, mas não houve registro de danos.

Ainda de acordo com o INGV, o hipocentro do terremoto — ponto onde se origina o tremor — foi a apenas 8,4km de profundidade, o que é considerado muito raso e tende a causar mais danos. No entanto, a Defesa Civil não registrou pedidos de ajuda, até mesmo porque os locais mais vulneráveis aos abalos sísmicos já estão evacuados.

Até o momento, por causa dos tremores dos dias 24 de agosto, 26 de outubro e 30 de outubro, 26 mil pessoas estão sendo assistidas pelo governo italiano, sem poder retornar para suas casas.

Nesta quarta-feira (2), o presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitou a cidade de Camerino e encontrou-se com as pessoas atingidas pelo sismo. O mandatário prometeu que o governo reconstruirá a região “como era antes”, mesmo que isso “demande tempo” e que “trabalhará até o fim” para ajudar os afetados.

Por que acontecem tantos terremotos na Itália?

Um novo terremoto, desta vez de magnitude 6,6 na escala Richter, abalou a cidade de Nórcia, na região central da Itália, no último domingo (31/10). Por enquanto não há registros de mortes, mas diversos locais ficaram destruídos.

O abalo vem apenas dois meses depois de outro bem mais devastador que matou pelo menos 300 pessoas e deixou centenas de desabrigados na mesma região — afetando principalmente a cidade de Amatrice.

Na semana passada, o país registrou outros tremores, mas sem maiores consequências. Mas por que tantos terremotos acontecem em solo italiano?

Em 1908, estima-se que ao menos 70 mil pessoas morreram quando um tremor de magnitude 7,2 atingiu a cidade siciliana de Messina, onde um tsunami, também associado ao abalo, deixou a região em uma situação desesperadora. Em 1915, houve outro, em Avezzano, que deixou pelo menos 30 mil mortos e uma cidade arrasada. Dali em diante, foram muitos abalos sísmicos que fizeram a história do país.

Especialistas acreditam que os terremotos influenciaram tudo na Itália, desde a distribuição da população, adaptação da arquitetura até o dialeto falado em diferentes partes do país. E trata-se se uma influência muito bem documentada.

Cada vez que um terremoto destrói uma igreja, os moradores insistem em reformá-la ou reconstruí-la e isso acaba sempre registrado em livros — que se mostraram uma rica fonte de informações para os cientistas que tentam entender a história sísmica da Itália.

Histórico de terremotos

Em grande escala, os problemas sísmicos que abalam o país podem ser analisados no contexto de uma grande colisão das placas tectônicas africana e euroasiática na região. Mas quando observamos a situação da Itália em detalhe, vemos que o motivo de haver tantos terremotos ali é um pouco mais complexo.

A placa da África tem se movimentado todos os anos cerca de 2 cm para o norte. Sendo assim, a Itália tem experimentado movimentos complexos no maior estilo “cabo de guerra”.

O Mar de Tirreno, que se encontra a oeste do país, entre o continente e Sardenha/Córcega, está abrindo pouco a pouco.

Segundo os especialistas, isso está contribuindo para uma separação dos Montes Apeninos, a cordilheira que se estende por todo o país — ela estaria se movendo cerca de 3mm por ano.

Adicione-se a isso os movimentos no Adriático, onde há evidências de que a crosta da terra continua se movendo em um sentido anti-horário sob a Itália. Ou seja, o país está sendo literalmente empurrado e puxado por todos os lados.

“Os Apeninos também são muito altos, a crosta é muito espessa lá e há um processo de colapso gravitacional”, disse Richard Walters da Universidade de Durham, no Reino Unido.

“Então, há uma disseminação da cordilheira dos Apeninos, que também leva à extensão — o tal movimento do cabo-de-guerra — e, portanto, aos terremotos”.

Esses não são tremores colossais como os que costumamos ver em encontros de placas tectônicas — que normalmente produzem abalos de 8 ou 9 pontos na escala Richter. Mas conforme a história mostra, os tremores na região dos Apeninos sempre deixarão seu “rastro” de miséria.

“Os efeitos são devastadores aqui, porque os terremotos acontecem na superfície da crosta. E isso é devido à natureza das falhas”, explicou Laura Gregory, que trabalha na região e é da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

“Elas são falhas relativamente pequenas porque são na superfície, então os tremores são dramáticos loco em cima, onde os terremotos acontecem.”

Previsões

A Itália é um país moderno que está muito bem preparado hoje em dia para lidar com os terremotos.

Alguns computadores são usados hoje em dia para prever o número de mortes que terremotos podem deixar — e o de feridos também. Eles se baseiam em informações sobre a densidade demográfica e em outros códigos de construção locais.

As previsões são usadas para guiar os serviços de emergência e para prepará-los antes dos tremores acontecerem.

Se esses números da previsão serão os mesmos da realidade vai depender da qualidade das construções onde as pessoas estão dormindo — muitos tremores acontecem na madrugada ou logo cedo, como o deste domingo.

Os edifícios mais antigos correm mais riscos, especialmente aqueles que não passaram por reformas para ficarem mais “resistentes”.
Fonte: R7 e BBC




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