15 de janeiro de 2017

OS DOZE ESPIAS DE ISRAEL

Espionagem é uma coisa bem contemporânea, aliás, hoje em dia espionar e ser espionado faz parte da vida, por onde andamos estamos sob a mira de câmeras de segurança, os meios de comunicação pessoal são claramente violados todos os dias e até traições românticas são descobertas por instrumentos à disposição de qualquer cidadão, o Google Earth, o Street View e outros.

Em todos os tempos o homem espionou seus inimigos com o objetivo de traçar estratégias de guerra de forma segura, ou para evitar a guerra, quando o inimigo era bem mais poderoso.

Moisés era o líder do povo hebreu e recebia orientação direta de Deus. Um dia o Senhor chamou Moisés e disse: “Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada um príncipe entre eles.” (Números 13:2). Deus mandou Moisés mandar espiões para fazer um diagnóstico da terra de Canaã.

Por que Deus fez isso? Ele não sabia de tudo? Por que Ele não contou direto para Moisés o que havia por lá? Porque Deus faz a parte Dele, mas não dispensa o homem de fazer sua parte e, naquele caso, a parte de Moisés era traçar suas estratégias para a conquista da terra. Tem mais uma coisa, Deus mandou escolher os melhores homens de Israel, eram todos príncipes e eles teriam de passar pelo crivo da fé.

A ordem de Moisés foi bem clara aos cabeças do povo de Israel, eles deveriam observar tudo sem serem vistos e trazer um relatório completo constando como era a terra, o povo que nela habitava, as cidades, arraiais e fortalezas, se a terra era fértil ou não, se havia árvores e que tomassem do fruto da terra e levassem de volta com eles e aquela era a época do ano das primeiras uvas.

Pois bem. Lá se foram doze príncipes encarregados da difícil missão de elaborar um relatório completo e fiel do que vissem em Canaã. Tudo foi feito da forma como foi ordenado por Moisés, até o cacho de uvas foi cortado no vale e era tão grande que foi preciso providenciar uma vara para dois homens carregarem até o arraial dos hebreus.
Depois de quarenta dias os doze homens voltaram e encontraram reunidos Moisés, Arão e toda a congregação, ansiosos pelas notícias. Eles começaram muito bem, falaram que foram à Canaã e que verdadeiramente mana leite e mel daquela terra e mostraram o cacho enorme de uvas que de lá trouxeram, mas logo em seguida começou o festival de incredulidade.

Eles disseram que o povo que habitava Canaã eram poderoso demais, que suas cidades eram grandes, porém fortificadas e que viram por lá os filhos de Enaque, ou seja, gigantes, homens muito altos e fortes.

Neste ponto Calebe tomou a palavra e disse: “Certamente subiremos e a possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela.” (Números 13:30). Calebe não era nenhum doido, ele sabia que seria difícil conquistar Canaã, mas sabia também que Deus havia prometido aquela terra aos patriarcas e que quando Deus promete não falha.

Só teve um probleminha: os homens que foram com Calebe disseram: “Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. A terra, pela qual passamos a espiá-la, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.” (Números 13:31-33).

Observe que os espias viam a si próprios como gafanhotos perto dos gigantes que habitavam Canaã. A incredulidade leva o cristão, inevitavelmente, à baixa estima, ao complexo de inferioridade e a pessoa passa a se sentir uma baratinha de esgoto, pior que lenço de papel em poça de lama. A fé é o oposto de tudo isso, leva o cristão a lutar, a não se conformar com uma situação adversa, faz das derrotas apenas passos que levam às conquistas e a uma vida de maior intimidade com Deus.
Aquelas más notícias trazidas pelos dez espias (somente Josué e Calebe creram na promessa de Deus), contagiou toda a congregação que levantou sua voz e chorou naquela noite. Tudo o que acontecia aos hebreus, eles culpavam Moisés e Deus e desta vez não foi diferente, veja: “Quem dera tivéssemos morrido na terra do Egito! ou, mesmo neste deserto! E por que o SENHOR nos traz a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito?” (Números 14:2-3).

Outra característica da falta de fé é a saudade do que passou, são saudosistas das cebolas do Egito, das farras, dos vícios, da vida por conta própria, de tudo o que deixaram para trás depois que se converteram a alguma igreja cristã. A verdadeira conversão a Jesus não deixa sabor de fel no paladar, não entristece o coração e quem veio do mundão não quer voltar atrás, porque encontrou a verdadeira paz, Jesus é o Príncipe da Paz.

Os hebreus quiseram destituir Moisés da liderança do povo para levantar outro líder que os levasse de volta ao Egito. Só muita borracha! Mas isso acontece com muita gente boa, que começa a ser discriminado por ser cristão e pensa seriamente em negar a fé e voltar a ser popular entre seus supostos amigos.

Moisés e Arão caíram sobre seus rostos diante de toda congregação. Josué e Calebe rasgaram suas vestes e disseram: “A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel.” (Números 14:7-8). Eles fizeram um apelo para que o povo não se rebelasse contra Deus e que não temesse o povo de Canaã.

Ninguém deu ouvidos aos espias fiéis ao Senhor e todo o povo quis apedrejar os dois. Eles só escaparam, porque a Glória de Deus apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel. Foram salvos por um triz.

Deus fez aparecer Sua glória a todos os hebreus, mas só falou com Moisés. Deus estava muito bravo e propôs a Moisés rejeitar todo o povo e matá-los naquele deserto e fazer de Moisés um povo maior e mais forte do que aquele povinho rebelde.

Moisés ponderou com o Senhor e expôs argumentos fortes, disse que os egípcios ouviriam isso e ficariam felizes, afinal eles sabiam que foi o Deus de Israel quem os libertou de suas mãos e falariam aos outros povos que, aliás, sabiam que Deus aparecia no meio da congregação em forma de nuvem durante o dia e como fogo durante a noite. Moisés pediu a Deus que perdoasse Seu povo.

Os argumentos de Moisés foram fortes, contundentes e mudaram a decisão de Deus, porém os hebreus não ficaram sem castigo e disse o Senhor a Moisés: “Todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, Não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que me provocaram a verá. Porém o meu servo Calebe, porquanto nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua descendência a possuirá em herança.” (Números 14:22-24).

Só Calebe? Josué não foi fiel a Deus também? Por que Deus fez promessas só a Calebe? Bem observado. Acontece que Deus tinha outros planos para Josué, planos bem maiores do que uma simples herança. Deus estava preparando Josué para substituir Moisés na liderança do povo e ele seria o grande conquistador, caberia a Josué receber orientação direta de Deus e distribuir as terras conquistadas. Foi por isso que Deus só prometeu herança para Calebe.

A história dos doze espias de Israel é uma lição de fé e a demonstração clara do que acontece com quem não age sua fé, com quem duvida das promessas de Deus, com quem se rebela contra a vontade de Deus. Não é uma boa ideia. Deus quer o melhor para nossas vidas e todos os pensamentos Dele a nosso respeito são de paz e para nos dá o fim que desejamos.
Fonte: Sombra do Onipotente

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