19 de janeiro de 2017

Sofisticado sistema de defesa descoberto em campo de mineração da era bíblica: Arqueologia Bíblica

O arqueólogo Erez Ben-Yosef aponta para uma trincheira, onde escavações recentes revelaram um portão

Arqueólogos descobriram elementos de uma portaria sofisticada em um campo de mineração que remonta à era bíblica, do Rei Davi e do Rei Salomão, no século X aC.

O campo fica em um local conhecido como Colina dos Escravos, no Vale de Timna, ao sul de Israel.

Recentes escavações na fábrica de fundição de cobre revelaram um portão fortificado com estábulos para burros.

Os arqueólogos, liderados por Erez Ben-Yosef da Universidade de Tel Aviv, em Israel, acreditam que essas características indicam que o assentamento da Idade do Ferro tinha um sistema de defesa altamente organizado e dependia de uma impressionante rede de comércio de longa distância.
Uma portaria foi descoberta durante escavações recentes em um antigo campo de mineração

Virada

Os vastos depósitos de cobre foram explorados por seres humanos durante centenas de anos.

Este campo de mineração em particular foi identificado pela primeira vez na década de 1930 pelo famoso arqueólogo bíblico americano Nelson Glueck. Ele o chamou de Colina dos Escravos, teorizando que as maciças paredes que cercavam o perímetro eram destinadas a impedir que os trabalhadores escravizados escapassem para o deserto.

Pesquisas anteriores da equipe de Ben-Yosef, no entanto, descobriram que os trabalhadores não tinham uma dieta típica de escravos. Em vez disso, os metalúrgicos comiam bons cortes de carne, pistache e peixes importados do Mediterrâneo, sugerindo que tinham um status bastante elevado e eram valorizados pelo seu ofício.
Identificado pela primeira vez na década de 1930, pensou-se que o local murado era um campo de trabalho escravo

Portaria fortificada

No novo estudo, publicado no Journal of Archaeological Science, Ben-Yosef e seus colegas se concentraram na única entrada para o campo de mineração.

Escavações em 2014 revelaram um portão proeminente com dois cômodos em cada lado da passagem principal, que conduziam ao assentamento.

O portão provavelmente teria sido um marco proeminente na área, servindo a uma importante função administrativa e defensiva: controlar o fluxo de bens e pessoas dentro e fora do campo.
O portão, que tinha um cômodo de cada lado de um corredor, teria sido uma característica proeminente na paisagem antiga

Conflitos militares

“Embora não exista uma descrição explícita das minas do rei Salomão no Antigo Testamento, há referências a conflitos militares entre Israel e os edomitas no Vale Arava”, disse Ben-Yosef em um comunicado.

A Bíblia descreve uma batalha entre os edomitas, uma confederação tribal seminomádica, e o exército do Rei Davi no Vale Arabah (também chamado de Arava). A exatidão histórica desse relato é debatida, mas a descoberta de elementos de uma fortificação sofisticada na Colina dos Escravos sugere que o cobre poderia ter sido o motivo das batalhas militares na região.

“O cobre era um produto raro e muito desafiador de se produzir”, disse Ben-Yosef. “Como o petróleo hoje, o cobre, talvez, podia ser a mercadoria mais cobiçada, no coração dos conflitos militares. A descoberta da fortificação indica um período de grave instabilidade e ameaças militares naquela época na região”.
Os arqueólogos encontraram pilhas de esterco e interpretaram estas áreas como estábulos de burros

O papel dos burros

Os pesquisadores também encontraram pilhas de esterco intactas em ambos os cômodos da portaria. Eles interpretaram essas áreas como estábulos para burros.

Embora os cientistas ainda estejam investigando o conteúdo do esterco, ele revela que os burros não foram alimentados com palha, mas sim com feno e bagaço de uva, provavelmente vindos da região do Mediterrâneo, a centenas de quilômetros de distância.

“A comida sugere tratamento e cuidados especiais, de acordo com o papel-chave dos burros na produção de cobre e no comércio em uma região logisticamente desafiadora”, explicou Ben-Yosef.
Analisando o conteúdo do esterco (mostrado em B), os pesquisadores foram capazes de dizer que os animais foram bem alimentados com sustento de tão longe quanto o Mediterrâneo

O esterco também parecia estar empilhado deliberadamente contra uma parede da entrada, sugerindo que poderia ter sido coletado e usado como combustível para os fornos de fundição de cobre.
Fonte: LiveScience via HypeScience



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