17 de março de 2017

Noticia: Depressão, automutilação e tentativas de suicídio crescem entre crianças refugiadas na Grécia

Crianças que vivem em campos de refugiados na Grécia estão se automutilando e sofrem de ansiedade e depressão, afirma um relatório da ONG Save the Children divulgado nesta quinta-feira (16), que alerta para o crescimento desses problemas.

O relatório foi divulgado no momento em que se completa um ano do acordo da União Europeia com a Turquia para estancar o fluxo de migrantes para as ilhas gregas.

Segundo a organização, o tratado criou condições degradantes para os migrantes que estão na Grécia, já que “milhares de famílias e mais de 5 mil crianças foram forçadas a viver em campos que parecem prisões”. O relatório afirma que essas condições ruins estão deteriorando a saúde mental e o bem estar das crianças.

Incidentes de automutilação em crianças com até nove anos de idade estão crescendo, com mães encontrando cortes autoinflingidos em seus filhos na hora do banho. Crianças de 12 anos tentaram suicídio – uma delas filmou essa tentativa – após verem outras fazendo o mesmo.

Também houve aumento no abuso de drogas e álcool por parte de adolescentes refugiados “que tentam escapar de suas realidades dolorosas”, diz a ONG.

Muitas dessas crianças passam o inverno em tendas geladas, não podem ir à escola, veem corpos de pessoas mortas nos campos e perdem todos os seus pertences em incêndios.

O acordo entrou em vigor no dia 20 de março de 2016 e prevê que qualquer pessoa que atravesse a Grécia sem documentos possa ser deportada para a Turquia a não ser que se qualifique para receber o status de refugiado na própria Grécia. Mas os processos de pedido de asilo são longos, e há cerca de 14 mil pessoas esperando resposta à sua solicitação nas ilhas gregas, segundo a Reuters.

Algumas famílias têm medo de deixar suas crianças brincarem longe da tenda onde moram porque elas correm o risco de sofrer abusos.

A equipe do Save the Children relata também que alguns menores desacompanhados vivem “em modo de sobrevivência 24 horas por dia” e dormem por turnos para se manterem seguros. Muitos deles também desapareceram e deixaram as ilhas com a ajuda de traficantes de pessoas.

A ONG teme que toda uma geração de jovens desenvolva depressão severa, ansiedade de separação e estresse pós-traumático, além de doenças associadas como problemas cardíacos e diabetes.

Muitas crianças escaparam da guerra para acabar em campos que elas chamam de ‘inferno’ e onde dizem que se sentem mais animais do que humanos. Se as condições não melhorarem, poderemos ter uma geração de crianças deprimidads que acham que a violência é o normal”, afirma a ONG, que pede que os governos da Grécia e da União Europeia tomem medidas para descongestionar as ilhas e mudar as crianças e suas famílias para lugares seguros.
Fonte: G1




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